28 juillet, 2022 A Pensão da D. Judite - Capítulo 7
O despertar...
Voltei assombrado ao meu quarto. Assombrado pela experiência e pelo facto de a Dona Judite se manter adormecida durante um acto tão intenso e intrusivo. Agora pensava sobre o assunto mas não era capaz de chegar a uma conclusão. Quereria mesmo que a velha acordasse? Queria realmente estragar tudo, agora que chegara ao nirvana do cu da mulher madura? Agora que todos os meus sonhos mais impossíveis se tinham cumprido?
A verdade é que o teor secreto das minhas aventuras já não me animava como antes. Por muito prazer que me tivessem dado as semanas anteriores, em que fiz trinta por uma linha à minha velha adormecida, chega sempre o momento em que necessitamos da validação do parceiro, do feedback sexual que nos permite evoluir no trato que damos ao corpo do outro, a fim de lhe aumentar o prazer – e a nós próprios.
Depois de tanto tempo a desejar que ela não acordasse e a praticar com ela o coito furtivo, agora sonhava com ela a olhar nos meus olhos, a gemer para mim, a desfalecer de gozo com aquele sentimento de gratidão, típico do orgasmo, votado ao cúmplice que nos faz gozar.
Toda essa comunicação do sexo, que tanto contribui para o envolvimento dos pares, nos estava vetada e agora eu ressentia-me disso. No limite, queria ouvi-la dizer o meu nome no momento final, no estertor do paroxismo.
Não sabia bem como o fazer, mas não deixei que o problema prejudicasse a nossa rotina. Estava confiante que, no momento certo, como de resto já havia acontecido antes, arranjaria uma forma de implementar o meu novo plano: acordá-la e levá-la a interagir comigo, para que enfim a nossa experiência sexual fosse plena!
Quase sempre, nas suas sessões vespertinas, a Dona Judite atingia o clímax em ciclos de dois orgasmos. Masturbava-se até se vir uma primeira vez, potentemente; depois descansava um pouco e amiúde voltava a estimular as beiças nupciais, até escorrer uma segunda vez, com menos intensidade.
Esta segunda descarga, embora mais fraca, era a que a completava, a que a finalizava, a que exorcizava as últimas partículas de gozo que a primeira explosão não tinha conseguido detonar.
No entanto, hoje devia estar a adivinhar chuva porque, quando a ouvi a espernear pela segunda vez e já me preparava para sair do meu esconderijo, dei com ela ainda a manusear-se, como se a historinha do dia ainda não tivesse encontrado o seu epílogo. Devia estar num daqueles dias de tesão proverbial, que todos nós temos de vez em quando...
Não tive outro remédio senão manter-me atrás do biombo e acabei por esperar que se viesse mais duas vezes antes de me poder aproximar da cama, onde fui dar com ela, então, na sua posição habitual, de pintelheira despenteada e com as cuecas a meio da perna, a dormir profundamente.
Pensei, nesse momento, que, depois de uma tal performance, dificilmente a conseguiria acordar, mesmo que quisesse, pois ressonava soltamente, sem dúvida regalada depois dos quatro orgasmos que tinha prodigalizado.
Provavelmente teria que ficar para outro dia, lembro-me de ter pensado, mas isso não me distraiu das funções primordiais e, beneficiando da inconsciência aberta do seu corpo, mergulhei-lhe para o meio das pernas e apontei a narça à greta genital.
Enfiei com facilidade e aumentei rapidamente a força das investidas, pois ela encontrava-se abundantemente molhada e eu tinha a tesão acumulada de quase uma hora de espera paciente. E como de costume, a velha nem ai nem ui, recebia a marreta como se não fosse nada, como se o flap flap flap que as minhas pernas faziam nas suas virilhas suadas fosse uma simples canção de embalar…
Raramente lhe dizia alguma coisa, o nosso sexo era sempre silencioso. Mas hoje, como já ia com ela fisgada, não conseguia parar calado:
– Gostas disto, não gostas minha linda putinha? Gostas de sentir um caralho às marretadas nesse buço encharcado? Diz lá, é com um caralho assim que tu sonhas quando vens para a cama bater pívias, não é? Um bom caralho a abrir-te essas bordas velhas e gordas, até descarregar no final umas boas golfadas de esporra nesse buraco negro… Quando o tens dentro já não és uma mulher, pois não? Já não és a gaja que dá sopa aos pobres e expia os seus pecados nas capelas… Não, quando o tens dentro deixas de ser humana e passas só a ser cona, toda tu és cona, alagada, inchada, desvairada… Acorda, putinha, acorda! Acorda e vê o que eu tenho para ti, este dardo envenenado de tesão que já te rebentou a cona e o cu tantas vezes, sem que tu alguma vez o soubesses...
Estas e outras merdas saíam-me em catadupa, sem nenhum efeito prático, pois se o corpo da velha parecia vivo e esperneante, participando inconscientemente no acto, o seu espírito permanecia adormecido. Respirava pesadamente, sem se incomodar com as estocadas que eu lhe ia dando com a piça e que faziam tremer os pinos da cama.
Até que, num movimento de puro instinto, sentindo já o cocktail seminal a forjar-se nos tomates, lhe esbofeteei bruscamente as mamas, pronto para as esporrar em seguida. E foi aí, acto contínuo e milagroso, que a Dona Judite abriu os olhos!!
Ao princípio ficou como que atarantada, como se não percebesse o que estava acontecer. Mas a verdade é que, mesmo depois, quando regulou as pupilas e viu que era eu quem estava em cima dela, não esboçou grande surpresa!
Seria tudo, afinal, um grande embuste da velha?! Seria possível que todas as vezes que lhe arrombei o pito e o cu, ela estivesse pura e simplesmente... a fingir que dormia?!
Não tinha como o saber nesse momento, nem a minha atenção estava propriamente virada para assuntos logísticos. Mais tarde se apuraria isso tudo.
Então eu encontrava-me tão atarantado como ela, ou mais até, pois a surpresa fora para mim, pelos vistos, maior do que para a minha velha senhoria. Só conseguia responder ao seu olhar com um sorriso estúpido e uma cara de parvo.
Ainda assim, como nunca parei de bombar em cima dela, foi como se a deixasse sem argumentos. Ainda que de início, durante um breve lapso, parecesse que me queria tirar de cima, a verdade é que o seu corpo não conseguia desmentir o prazer que devia estar a sentir e, mais do que rejeitar-me, aconchegava-se de maneira a receber-me melhor.
A cona nunca mente, disse uma vez um sábio, e no caso da Dona Judite isso era público e notório. Por mais que ela quisesse reagir à afronta em que se via metida (até aos tomates!), o gozo que sentia motivava-a a não me despedir, tornando-se assim parte activa do ultraje.
Agora olhava para mim, como eu desejava, semicerrando por vezes os olhos mas sem nunca os desviar dos meus. E gemia como uma debutante, tímida mas incapaz de contrariar o próprio instinto.
Depois de tantos meses a bater punhetas, a velha via-se com um caralho enfiado até às pregas e entregava-se debaixo de mim como se o seu maior sonho se tivesse realizado. É caso para dizer que éramos dois, pois mais uma vez o que eu próprio fantasiara com a minha deliciosa velha balofa se voltava a concretizar!
E com o andar da carruagem a experiência apenas melhorou. Sem nunca usar uma palavra de protesto, Dona Judite agarrava-se a mim como uma amante apaixonada, abraçando-me com as pernas e com os braços. Mas logo a seguir soltava-me, soltava-se, e abria-se toda como se quisesse expelir um demónio pelo buraco da cona. Com a embalagem das minhas estocadas, as mamas colossais saltavam-lhe no peito como molas carnívoras.
Inclusivamente permitiu que a beijasse na boca e pela primeira vez senti a sua língua gorda e ágil a serpentear dentro da minha.
No resto, todo o seu corpo vibrava debaixo do meu, toda ela se contorcia sinuosa como uma gelatina, e a dada altura, com o impacto, começou a soltar peidinhos de cona. Excitada consigo mesma, veio-se aparatosamente!
Foi tão intenso que parecia nem saber o que fazer com o corpo. Andava com a cabeça à roda e não sabia se me havia de agarrar ou afastar.
Tudo aquilo foi demais para mim também. Puxei o mangalho para fora e, como de costume, descarreguei o meu fluido copioso no alto da sua pintelheira.
Após o clímax, mais morto que vivo, caí sobre ela e senti o seu corpo quente e pulsante sob o meu. Parecia uma fornalha em ebulição mas a sua pele estava macia e sedosa como um edredão. Devolvida à realidade, ou a uma espécie dela, Dona Judite acabou até por reciprocar as minhas carícias, tal e qual faria a um amante que acabasse de a saciar.
Depois houve um pequeno instante de hesitação, que pareceu comum aos dois: nenhum de nós sabia o que dizer...
E assim sendo, sem mais conversa, passei-lhe a mão pela carpete esborteada e, com os dedos empapados com a minha própria esporra, agarrei-lha nas bochechas e apliquei-lhe um chocho. Disse-lhe simplesmente:
– Até amanhã!
Que era exactamente o que queria dizer. Amanhã, ou num qualquer momento futuro, acabaríamos necessariamente por ter um diálogo sobre o sucedido. Para já, era tempo de desfrutar aquele novo prazer que acabávamos de providenciar um ao outro.
Levantei-me da cama, apanhei as roupas do chão e voltei ao meu quarto a assobiar.
Sentia-me confiante com tudo o que se passara. A velha apanhara-me no acto mas não protestara, e se não o fizera no momento, isso queria dizer que dificilmente o faria mais tarde. Confiava que, mais do que sentir-se vilipendiada, ela se sentisse entusiasmada pelo sexo que tínhamos tido e, sobretudo, por todo o sexo que, a partir de agora, poderíamos ter, conscientemente.
Para mim era mais que evidente que tudo o que acabara de acontecer a satisfizera tanto como a mim. O resto se veria.
Estava apenas curioso para ver a sua reação ao jantar, quando servisse a sopa aos comensais. Mas Dona Judite não se desmanchou e, em quanto às nossas indiscrições, foi como se nada se tivesse passado. O único destaque da noite teve a ver com os humores da velha, que parecia invulgarmente bem disposta.
Chegou mesmo a cantarolar. E isso era quase tão surpreendente como o arroz de marisco que, à hora normal do repasto, colocou fumegante no centro da mesa, para gáudio da plebe esfomeada...
A pensão da Dona Judite - Capítulo 8
A pensão da Dona Judite - Capítulo 1
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com