27 Marzo, 2016 Sexo & Religião
Em tempos de quaresma, vamos pela via sacra do sacrilégio e tentar achar um ponto em comum nestes dois mundos. Eu disse tentar, não disse que ia conseguir.
Num mundo cada vez mais abalado pelo conflito religioso, proponho pararmos um pouco para se respirar fundo.
Vamos distinguir previamente duas coisas: igreja ou todas as organizações que fazem promovem uma religião e a própria fé de cada um. Não sou um homem de fé em religião, mas sim de fé em pessoas. Posto isto, não sou ninguém para apontar o dedo ao que cada um acredita ou deixa de acreditar, no entanto, o dedo da outra mão está completamente erecto e teso a apontar para as igrejas e para as pessoas que as gerem. Seja qual for a nossa religião, a mesma assentará numa doutrina. Conjuntos de regras. Coincidência ou não, o sexo é visto como algo susceptível de julgamento pela maioria. Como algo proibido. Algo que devemos ter vergonha de gostar. Escolham a vossa religião e com certeza acharão alguma passagem ou referência ao sexo como um desejo luxurioso associado ao acto de pecar.
Porquê?
Vamos recuar um pouco no tempo (e quando digo recuar, é até começarem a ver mamutes na vossa cabeça), para entender a génese do Génesis.
A Criação
No inicio era o… caralho. Sabem porquê? Porque é o caralho e a cona que dão vida. Sim, eu disse isto. Não são pessoas com parras na piça e nem seres misticos. Quem dá vida, somos nós e isto é transversal seja a que religião fôr. Duvidam? Vão perguntar aos vossos pais de onde é que vocês saíram e se forem pessoas que precisem mesmo de fazer isso, então podem ir para lá e ficar para sempre. Portanto, o mito da Criação fica aqui já abalado. Vamos prosseguir?
Os Dez Mandamentos.
Vamos focar-nos nos dois que nos dizem respeito:
- "Não adulterarás."
- "Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o escravo, nem a sua escrava, nem o seu boi, nem coisa alguma do teu próximo."
Os dois mandamentos acima mencionados, podiam muito bem se fundir e também se foder. Ora, é precisamente por querermos mais coisas que mantemos a economia a funcionar e se eu não cobiçar as coisas do meu vizinho e lhe mostrar que tenho melhor, como é que este país vai para a frente? Isso e a mulher dele. Foda-se, se vocês vissem os olhares que a mulher dele me manda na escada a dizer “fode-me, por favor”, vocês queriam dar um enxerto de porrada no Moisés. Pecado é eu não a ter fodido ainda.
Seja qual for a religião, parece que o sexo é demonizado. É coisa do “capeta”. Se for, então é melhor me prepararem uma suíte 666 lá em baixo, porque a quantidade de merdas que já fiz garantem-me uma eternidade sem passar frio.
Fé é uma coisa.
Igreja é outra.
Respeito as fés e as suas doutrinas e elas de certeza que respeitam a minha. O máximo que pode acontecer é eu estar errado sobre a minha conduta e ir parar ao andar de baixo.
Não vou falar muito sobre o que faz a privação de sexo às pessoas, mas basta ver o historial engraçado da Igreja Católica e todos os seus escândalos por esse mundo fora.
Mas esses não devem ir para o Inferno, certo? Sou eu que vou, o gajo que adora foder mulheres entre os 18 e os 50.
Ok… 60.
Amen, foda-se!
Umas santas fodas e até quarta.
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.