10 Agosto, 2016 Não quero, não gosto e não me apetece
Quando a desculpa da dor de cabeça já cai mal.
Quanto bom homem já ficou agarrado ao caralho (literalmente) após uma nega de chavascal por parte da companheira? Ou vice-versa, mas elas ficam agarradas a um a pilhas.
Vontade de “não foder” é como ter vontade de “não mijar”: pode não apetecer agora, mas mais cedo ou mais tarde vamos ter de lá ir. Poderíamos estar aqui a debater uma lista infinita de razões de natureza ambiental, saúde, conforto, geográfica e o caralho-a-sete, mas vamos tirar as “dores de cabeça”, o “comi demais” e o “estou demasiado cansada” do caminho. Vamos fazer isso porque, quando se quer efectivamente FODER, não há maleita que nos chegue. Vou dar-vos uma novidade do caralho e que vai revolucionar o vosso mundo para sempre: aquela pessoa pode não querer, de facto, foder. COM VOCÊS. Calma. O mundo não acabou. Foram giros aqueles meses iniciais das erecções instantaneas e das humidades imediatas, não foram? Foi na sala, no chão da sala, no tecto da sala, no WC, cozinha e até na despensa chegaste a mandar uma esporradela para cima de uma lata de feijão frade do LIDL.
Vamos ver a coisa de outra forma. Eu gosto bastante de sushi, ok? Adoro. Sou capaz de malhar uma tábua de 45 peças sozinho. E ao inicio pensava que poderia viver apenas de sushi. E fui ao sushi, uma, duas, três, dez vezes. E a dada altura, o caralho do sushi não me sabia igual por muito bem confeccionado que fosse. Pensei que se calhar o que vinha mesmo a calhar era, por exemplo, um prato de entremeadas. Deixei de ir ao sushi com tanta regularidade e nunca mais voltei a sentir aquela tesão inicial por enfiar rolos de peixe cru no bucho. Atenção: eu não deixei de gostar de sushi! Aliás, eu AMO SUSHI. Apenas não pensei mais em comer sushi na sala, no chão da sala, no tecto da sala e nem dentro da despensa (e se o fizesse era esquisito). Estão a perceber onde eu quero chegar com isto? Não é uma questão de falta de desejo, mas sim de falta de paixão acesa de desejo. Foda-se, até o marido da Sofia Vergara deve pensar “gostava mesmo de foder outra gaja…”. Um gajo pensa (e uma gaja também, não me lixem) nisto e a coisa fica por aqui (ou assim deveria, seus pula-cercas!). Não queremos, obviamente, magoar a outra pessoa em não conseguir manter aquele entusiasmo inicial e assumimos em modo mea culpa um desconforto qualquer. Mas tudo evolui, tudo muda e quanto a isso não há nada a fazer. Pensem quantas desculpas deram ou ouviram naquela fase da tesão inicial e estarão a aproximar-se de zero infinito à medida que mais pensam. Porquê? A tesão inicial (ou tesão do mijo!) é uma panaceia milagrosa para todos os problemas, dores e desconfortos. Quando ela passa, esses mesmos impedimentos passam a estar em pé de igualdade para com a dita tesão do dia-a-dia por alguém. E isto não tem nada a ver com atracção, beleza, sensualidade, paixão ou amor. É a coisa de ser diferente. Novo. Quantas casos não há de gajos que meteram um chapéu de veado à namorada com uma gaja que nem lhe chega aos joelhos? Demasiados.
Não existe aqui nenhum problema digno de se preocuparem, salvo se a questão se prolongar por demasiado tempo. Não fiquem melindrados se ouvirem uma vez por outra que “dói a cabeça”, “comi demais” ou “estou cansada” mesmo que ela tenha estado a dançar há menos de dez minutos, tenha comido uma salada de rúcula com gotas de limão ou tenha estado o dia todo no sofá a ver filmes.
Estar a recriminar alguém por ter falta de desejo, só vai agravar o problema.
As coisas vêm naturalmente. Não se força. Não se exige. Ninguém pode dar ordens a um caralho ou a uma cona, a não ser a cabeça de cima.
Além disso, sushi quando comido num sítio que gostamos, bem confeccionado e com staff atencioso, é fantástico.
Até domingo e boas fodas.
Noé
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Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.