12 Noviembre, 2021 Porquê e como escolher um PPR - Plano Poupança Reforma
Sugestões e recomendações sobre PPR e como escolher o ideal para cada caso...
A acompanhante é uma trabalhadora, mas a questão da regulamentação que ainda não se encontra resolvida continua a colocar a profissional numa situação dúbia quanto à sua reforma.
Qualquer trabalhadora é livre de abrir a sua atividade profissional junto das Finanças, como trabalhadora independente, de pagar os seus descontos para a Segurança Social e de usufruir de todos os seus direitos, incluindo a reforma. Não existe nada na lei, nem nenhum obstáculo, que impeça de fazer isso - é uma decisão de cada uma.
Mas existe um pensamento generalizado de "descontar para quê"?
"Não vou chegar à idade da reforma ou quando lá chegar não terei reforma!"
São argumentos que acabam por se sobrepor e levar as pessoas a não regularizar a sua situação.
Chamo a atenção de que quando descontamos e pagamos os nossos impostos, de uma forma geral não estamos só a por dinheiro na reforma. A taxa social única não é uma poupança, é uma contribuição para um "bolo" que todos comemos.
Um exemplo simples é o seguinte:
Quando carregamos no sítio web das Finanças, estamos a "comer desse bolo" porque esse site e toda a sua manutenção é realizada com o dinheiro de todos os contribuintes. E todos nós, ao aceder, usufruímos. Por isso, mesmo quando julgamos que não usufruímos de nada, é falso.
Qualquer organismo público, hospitais, escolas, etc, é pago com dinheiros do Estado que somos todos nós a pagar. Não são as taxas moderadoras que pagam um vencimento de um médico ou todas as infraestruturas hospitalares, ou os livros escolares e as senhas de alimentação que sustentam o ensino escolar! As propinas das Universidades públicas nunca chegariam para pagar toda a infraestrutura.
Isto para chamar a atenção de que, em Portugal, quer contribuamos ou não, todos usufruímos em alguma altura do sistema.
Mas este artigo não pretende defender o sistema, nem eu, pessoalmente, considero que tenhamos um sistema perfeito. Também eu não concordo com muita coisa, mas sou uma pessoa que gosta de "jogar segundo as regras", ainda que nem sempre concorde com elas.
- Aproveita para ver ainda: "Seguros de Saúde VS Planos de Saúde"
O PPR - Plano Poupança Reforma
Para quem tem ou não um sistema de Segurança Social que permita um conforto, ainda que mínimo, na sua reforma, pode sempre aderir a um plano privado de reforma - o chamado PPR.
São comercializados nos bancos e em seguradoras e têm algumas componentes que devem ser tidas em consideração na altura da sua contratação:
PPR em forma de seguro (com garantia de capital)
Na prática, significa que a taxa de juro é baixa, mas o valor que se coloca no plano está garantido, nunca se perde.
Apesar de um PPR ser contratado a pensar na reforma, existe sempre uma possibilidade de algo acontecer e existem situações previstas na lei para poder resgatar o capital que se aplicou. Mas no caso de se escolher esta modalidade, esse capital estará sempre garantido.
PPR em forma de fundo (fundo de investimento / ações)
Aquando da contração é apresentada uma taxa de juro mais atrativa, com uma simulação que, no final, dá como ganho um valor mais atrativo. Mas, em compensação, não existe garantia porque o dinheiro que se aplica neste PPR é utilizado pelo banco/seguradora na compra de ações que podem representar um ganho ou uma perda.
Em caso de necessidade de resgatar o valor que se investiu, porque aconteceu uma urgência na sua vida e precisa de fazer o levantamento antecipado do PPR, pode ter a surpresa desagradável de não ter dinheiro para levantar, ou seja, perdeu o valor que aplicou.
Como escolher o PPR ideal?
Este, para mim, é o ponto mais importante a refletir: é conservador ou um investidor?
Prefere pouco, mas garantido, ou prefere ganhar mais com a possibilidade de perder tudo?
No ato da contratação ser-lhe-ão apresentadas opções como entregas livres em que pode colocar valor apenas quando tem essa capacidade financeira ou programas em que estipula que todos os meses aquela verba será canalizada para aquela aplicação.
Como referi anteriormente, apesar de ser uma aplicação para reforma, está previsto o seu levantamento antecipado, sem penalização, para situações previstas como:
- Desemprego
- Doença
- Incapacidade para o trabalho do próprio ou do agregado familiar
- Necessidade da verba para pagamento do crédito habitação ou outras prestações que sejam da responsabilidade do titular.
Porque contratar um PPR em vez de pôr numa poupança normal?
A contratação do PPR proporciona um benefício fiscal, ou seja, menos dinheiro a pagar no IRS ou aumento do reembolso.
Exemplo de uma simulação de PPR
- PPR sem capital garantido
- Idade 35 anos
- Sem entrada inicial
- Entregas mensais de 25€
- Valor previsto aos 67 anos: 28.702€
- PPR com capital garantido
- Idade 35 anos
- Sem entrada inicial
- Entregas mensais de 25€
- Valor previsto aos 67 anos: 17.208€
São apenas dois exemplos para valores mínimos. Claro que as simulações são variáveis e ajustáveis. Podem sempre obter mais informações junto das entidades contratantes.
Façam boas escolhas e lembrem-se: o futuro é já amanhã!
Bom fim de semana.
TugaEris