26 Diciembre, 2016 Como é que as acompanhantes têm prazer com os seus clientes
Uma nova luz sobre a forma como as trabalhadoras do sexo vivem o sexo...
Não, não é verdade que todas as trabalhadoras do sexo adoram loucamente sexo! Mas também não é verdade que ser acompanhante seja assim uma experiência tão horrível como algumas pessoas podem pensar. Uma nova investigação ajuda a perceber como é que, afinal, elas vivem o sexo...
As acompanhantes e o prazer no sexo
Um novo estudo, feito na Austrália, debruçou-se sobre a forma como as mulheres que trabalham na indústria do sexo têm prazer sexual com os seus clientes.
Esta investigação procurou perceber como é que as acompanhantes lidam com o facto de terem que ser tão íntimas com homens e mulheres que, muitas vezes, não conhecem de lado nenhum. E também procuraram perceber como é que elas têm prazer, nas relações com os clientes, bem como se se sentem pressionados para terem boas performances sexuais na sua actividade profissional.
Ora, as conclusões podem ser espantosas para alguns...
"Ele era tão sexy!"
Uma das mulheres inquiridas na investigação, que vamos aqui apelidar de Cátia, apenas a título meramente exemplificativo, revela que, antes de ser trabalhadora do sexo, tinha dificuldades em sentir prazer no sexo com homens.
E, quando se iniciou na indústria do sexo, ela diz que estava preparada para o pior, mas que ficou absolutamente chocada por o seu primeiro cliente ser fisicamente atraente.
"Este tipo abre a porta a usar apenas uns boxers colados à pele - ele era tão sexy! Tão sexy! Tipo, não podia acreditar, o meu queixo caiu e pensei 'Porque é que me estás a telefonar?! Deves ter dezenas de miúdas que ficariam muito felizes por vir e ficar contigo.'"
O espanto de Cátia não foi muitas vezes repetido, ao longo da sua profissão, conforme a própria conta, mas se não encontrou outros clientes atraentes, diz que alguns são "carinhosos" e "amorosos".
Cátia também diz que o trabalho sexual foi uma forma para ela poder explorar o sexo sem o peso dos laços emocionais e das expectativas que estão associadas às relações. A leveza do sexo sem compromissos!
"A abordagem é muito diferente porque quando estás a trabalhar, não estás a pensar no que é bom para ti e no que funciona e se, romanticamente, te apetece fazer aquilo... Porque não estás necessariamente à espera de te sentires bem com aquilo. Tem sido, na verdade, muito mais fácil... Sou um pouco desligada [no trabalho sexual] daquela pessoa emocionalmente. Talvez isso faça com que seja mais fácil deixar-me ir."
Outra acompanhante que participou neste estudo, descreve o seu trabalho no mundo do sexo como "intimidade e sensualidade", considerando que retira "prazer" disso, e uma terceira nota que lhe permite "aprender" a saber o que gosta no sexo e na sexualidade e a "relaxar".
Outra vinca ainda como há uma distância entre a forma como os clientes olham para as trabalhadoras do sexo e como elas próprias se sentem na pele que vestem.
"Tenho quase a certeza de que, tipo, 4 em 5 mulheres acham os bombeiros sexys, mas aposto que eles não se sentem muito sexys nos uniformes. O mesmo acontece com uma acompanhante. Podemos parecer muito sexys de corpetes e tudo isso, mas para mim, é um uniforme de trabalho, sinto-me muito mais sexy no meu pijama de flanela."
Das conclusões do estudo, com base em recomendações destas trabalhadoras do sexo, fica um bom truque para manter algum prazer no trabalho no mundo do sexo - não o fazer apenas como se fosse um trabalho! Ora aqui está uma ideia que se aplica a todas as actividades profissionais.
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)