10 Febrero, 2020 Efeitos Colaterais - I e II
Torna a juntar o seu corpo ao meu, mas desta vez, notavelmente com um outro intuito.
Ali estava eu, sentada na mesa daquele bar, no qual nunca tinha entrado. Percebia-se de longe que ali paravam muitos grupos de amigos de longa data. O ambiente era familiar e informal. Sentia-me perdida no meio daquilo, mas eu também só queria beber um copo e ir para casa descansar. As pessoas à minha volta reparavam que eu as observava, não como quem julgava ou criticava, apenas por que realmente estava sozinha. Talvez tenha sido isso que fez com que houvesse quem me viesse abordar.
Parte I
Chamava-se Rodrigo.
- Olá! – abordou-me com um sorriso destemido, como quem se sentia muito à vontade. - Sinto que não estás à espera de ninguém. Estou certo?
- Olá! Sim, estás certo, embora isso não seja um problema. A minha própria companhia costuma bastar-me.
Respondi-lhe num tom ríspido para que percebesse logo que não estaria a lidar com nenhuma donzela sem sapato depois da meia noite.
- Autch! Calma… calma…. Com te chamas?
- Soraia!
- Calma Soraia! Não me leves a mal, mas percebi que estavas sozinha e tive a ousadia de vir ter contigo. Embora acredite no que acabaste de dizer continuo a achar que eu também seria uma boa companhia para ti.
Fixo-o seriamente, levantando a sobrancelha como de costume quando algo não me agrada e questiono-o.
- Desculpa?
- Sim, isso mesmo! Tenho a certeza que concordas comigo, mas não tencionas dizê-lo e até aposto que com o decorrer desta conversa vai achar-me ainda mais piada do que eu já tenho a certeza que achas, mais que não seja por não ter qualquer pudor em dizer aquilo que acho. Aqui entre nós que ninguém nos ouve, daquilo que tenho a certeza que tu achas. – dito isto ri-se sem o menor desconforto.
Ele estava 100% confiante das suas capacidades galanteadoras e eu com a mesma vontade de o expulsar da minha mesa, mas ele nem sentado estava, ainda.
- Podes ter a certeza que não tenciono dizer isso, aliás, aqui entre nós que ninguém nos ouve, como tu mesmo disseste, não tenciono dizê-lo mesmo, tal como também não tenciono continuar com esta conversa. Portanto, se não me levares a mal, como eu deduzo que não levas, aliás, como eu tenho a certeza que não levarás, com licença que eu vou-me embora.
Levanto-me.
O tipo ficou sério. Serrou os dentes e fixa-me.
- Vais embora?
- O que te parece? Peço desculpa, mas se calhar a minha noite não está boa o suficiente para me fazer ficar, portanto, se não te importas, podes sair-me da frente e deixar-me passar.
Ele ficou como uma estátua à minha frente. Ficámos a olhar um para o outro.
- Como é que ainda agora nos conhecemos e…
- Não nos conhecemos, impuseste-te! – interrompi-o.
- Como eu estava a dizer, como é que ainda agora nos conhecemos, e devo dizer que estou a adorar, e já me estás a propor desafios? Realmente, não foi preciso muito para perceber que és uma mulher desafiante…
- Oi?! - não o entendo.
- Estás a queixar-te de que a tua noite não está emocionante o suficiente para te fazer ficar. Entendo à primeira que o problema não sou eu, mas sim aquilo que eu ainda não fui capaz de fazer…
- Desculpa?!
O gajo tem lábia, básica, mas tem e realmente começo a achar-lhe piada, mas não perco a minha pose, nem a vontade de ir embora.
- Soraia, tem calma. A noite é uma criança e eu tenho muita coisa ainda para falar contigo.
- Lamento… Como te chamas mesmo?
- Rodrigo.
- Lamento Rodrigo, mas vais ter que deixar essa conversa para outra pessoa que a queira ouvir, sim? Está mais que na minha hora.
- E qual é a tua hora?
- O limite da paciência, sabes qual é?
Ele perde-se nas suas gargalhada com a minha resposta.
- És tão o meu tipo! Se pensas que essas respostas me vão fazer meter o rabo entre as pernas e voltar ali para a mesa dos meus amigos e deixar-te aqui ou ir embora, estás enganada. Quanto mais me respondes dessa maneira mais me desafias. Tudo isso que estás a dizer é um convite a que eu não te deixe arredar pé.
E nesta conversa toda continuamos ali, junto à mesa, mas de pé, pois ele bloqueou-me a passagem.
Podes achar o que quiseres. És livre de pensar, estar e existir onde quer que seja, se quiseres ainda te pago um copo, mas que lhe faças bom proveito sem mim.
- Nem penses que te vais embora!
- Pagas para ver? – pergunto-lhe.
- Mais um desafio?
Começo por terminar a minha bebida, ali mesmo de pé, olhando-o sempre, retiro a minha mala que estava pendurada nas costas da cadeira, colocando-a a tira colo.
- Agora sim, vou embora, nem que tenha que te fazer uma placagem como no futebol americano.
Ri-se.
Eu rio-me de seguida, mas fico séria logo a seguir.
Começo a andar na sua direcção, sem nunca perder o caminho dos seus olhos. Ele começa a perceber que realmente estou a cumprir o que digo.
- Nem penses! – sussurra.
- Eu avisei-te! – respondo-lhe.
Os nossos corpos começam a encostar-se um no outro e eu começo a fazer força para conseguir andar.
É neste momento que as pessoas que estão à nossa volta começam a olhar. Com certeza pensam “o que é que estes dois estão para ali a fazer?”.
Ele começa a ceder e começa a andar para trás.
- Isso não vai acontecer! – afirma-me.
- Já está a acontecer… - digo-lhe ao mesmo tempo que ele dá uns tantos passos mais para trás.
Quando sinto que venci a batalha ele permite-me espaço entre nós. Quis ele apenas fazer-me pensar que a guerra já estaria ganha, mas não. Fê-lo para que pudesse desta vez ser ele a surpreender-me.
Sabia que me apanharia de surpresa.
Torna a juntar o seu corpo ao meu, mas desta vez, notavelmente com um outro intuito. Cola o seu nariz. Fixa-me o olhar. Três segundos que pareceram dez minutos. Leva a sua boca ao meu ouvido e diz-me:
- Já chega! Já te dei todo o espaço a que tens direito para brincar, mas já chegaste ao teu limite permitido. Agora vou mostrar-te que também sei falar a sério.
- Han? Ainda não percebeste que…
- Tu é que ainda não percebeste. Passaste a noite toda nisto, agora vou ter que te mostrar como também sei brincar e corresponder aos desafios. Sou muito bom nisso.
- Por essa conversa toda deves ser muito bom, sim. – respondo-lhe com desdém.
- Mais uma vez. Depois não digas que não. Dizes-me isso porque sabes que queres que te mostre isso e mais uma vez, aqui entre nós que ninguém nos ouve, - e ri-se - queres que te mostre isso e muito mais. – Olha-me para a boca e para os olhos no mesmo segundo em que fala.
- Também tu estás a esgotar as oportunidades de eu ainda continuar aqui a ouvir-te. Se não dizes logo de uma vez o que queres dizer eu vou andando sim, sem mais oportunidades também para as tuas brincadeiras e deixas baratas … Não sei por quem me tomas ou se essa tua conversa do gajo metido ao charme costuma funcionar com as miúdas com quem te metes, mas desculpa dizer-te que eu não sou uma delas…
- Não te aches assim tão diferente delas. Podes realmente ser diferente delas, mas achas-me tanta piada quanto elas!
- Quanta presunção, a sério! - reviro os olhos.
- É isso mesmo que quero!
- Han?
- Ver-te revirar os olhos como fizeste agora e não vou perder a oportunidade.
Coloca-se ao meu lado, colocando o braço por cima do meu ombro enquanto me faz caminhar numa outra direcção que nem eu conhecia.
Percebo que me leva para uma porta de saída de emergência.
- Mas o que é que tu queres pá?
Vai-se chegando a mim. Ando para trás até que sinto que fico encostada à parede sem mais espaço para recuar. Coloca o braço esticado na parede por cima de mim. Num milésimo de segundo sem que desse por nada, com a outra mão agarra-me e puxa-me, bruscamente, pela cintura contra o seu corpo, ao mesmo tempo que me diz:
- Quero mostrar-te que tudo o que dizemos e fazemos tem efeitos colaterais e contigo não será diferente.
Parte II
- Mas o que é que pensas que estás a fazer? - contesto.
- Shhhhh!! - manda-me calar.
- Mas quem pensas tu…
Tapa-me a boca com a mão sem sequer me permitir terminar a frase.
- Shhhh… - repete novamente.- Sossega agora, porque de certeza que daqui já não sais, pelo menos agora.
Olho à volta e estou num beco. Do lado da porta do bar pela qual entrei não diria que aquele lado feio e com um ar tão horrivelmente pecaminoso existisse.
Coloca as duas mãos de cada lado da minha anca e joga-me contra si. Fico sem saber o que fazer, pois ele nada mais fez além disso e de me olhar enquanto espera uma reacção minha, mas não faço nada. Sei que espera que não aguente mais a tensão, mas viemos os dois da mesma escola, com o mesmo canudo e então, não me deixo levar na sua intenção.
Continua a observar-me. Eu faço o mesmo. Apenas se ouve silêncio.
Sem que espere por isso viro-me para sair dali. Ele puxa-me o braço, travando-me. Ele não diz nada. Eu também não. Continuamos ali em silêncio, apenas olhando nos olhos um do outro.
Passados dez segundos, torno a tentar esquivar-me. Mais uma vez ele trava-me. Põe a mão no meu ventre empurrando-me suavemente contra a parede. Olha na direcção da sua mão. Começa a subir até me encarar visualmente. Começo realmente a sentir-me comprometida. Sou realmente muito boa a fugir das situações, mas não tanto a lidar com pessoas que vão com tudo, assim desta forma tão dominadora.
Deixo-me ser conduzida.
- Estás a sentir? – pergunta-me.
- O quê?
- Os efeitos colaterais do que provocaste em mim.
- Foi isto? - questiono.
É neste momento que ele leva a sua mão ao meu pescoço e me dá um cheiro. Afasta-se e diz:
- Quero que olhes pra mim.
- Mas eu estou a olhar para ti…
Levando a sua mão ao interior das minhas calças diz-me:
- Quero que olhes sempre!
Começa apenas por cima das cuecas, brincando com os dedos. Sinto que me aquece. A minha vagina começa a palpitar, mas não lhe digo nada. Contudo, a minha boca denuncia-me. Deixo sempre escapar algo, de alguma forma, mesmo que não queira, é inevitável. Mordo-me, molho os lábios com a língua e ofego um pouco mais profundo. Sem que desse por isso fecho os olhos por um pouco mais de três segundos e sou interrompida por ele:
- Eu disse-te para olhares para mim! Disse-te há pouco que queria ver esses olhos revirar! Não me vais tirar esse prazer…
Essa sua deixa acendeu ainda mais o calor que havia no meio das minhas pernas.
Começa a desviar as minhas cuecas com um dos seus dedos e aqui quase que encosta a sua boca na minha e mais uma vez observa-me. Sempre em silêncio. Com a outra mão agarra-me o cabelo pela nuca.
Sinto o seu dedo a entrar profundamente e com força. Dou um gemido apenas, mordo o lábio e jogo a cabeça para trás.
- É assim que gosto. Reviraste um pouco. Senti o teu prazer nesse gemido. Quero ouvi-lo aos meus ouvidos, mas desta vez não quero que pares…
Não sabia o que lhe responder, nem queria. Só queria continuar a sentir aquilo, mas também não queria pedir-lho nem tão pouco assumi-lo. Deixei apenas que ele deduzisse o meu consentimento com o meu silêncio.
Coloca a sua camisa desportiva à minha cintura e desaperta-me as calças. Baixa-as ligeiramente. Coloca novamente a sua mão, mas desta vez toda ela dentro das cuecas e começa por esfregar a palma da sua mão no meu sexo, tal como a colocar os seus dedos em várias zonas erógenas.
Começa a deixar-me sem saída. Estou a um passo de lhe pedir mais, mas ainda me consigo conter.
Concentra o seu dedo na minha vagina apenas e a sua penetração começa a ser de forma contínua, cada vez mais rápida e feroz. Encosta a sua boca no meu ouvido.
- Eu sei que agora me vais pedir mais.
Com apenas um toque do seu pé, abre mais as minhas pernas e coloca a sua outra mão no meu rabo puxando-me para si. A sua mão trabalhava cada vez mais e mais e eu ofegava e gemia cada vez mais e mais também. Aquele desconhecido e o ambiente começavam, finalmente, a ter os tais efeitos sobre mim. Que demónio…
- Hás-de suplicar que pare.
- Nunca!
Surpreendido que finalmente lhe tenha respondido o homem virou bicho.
Virou-me ao contrário. Olho-o de perfil. Puxa-me novamente o cabelo inclinando-me a cabeça para trás e sussurra-me junto à boca:
- Assim estás a deixar-me louco e eu não tinha em mente fazer-te mal, mas…
- Mas agora vais ter que fazer!
Sem mais demoras leva-me para um recanto ali ao lado, rodeado de grades de ferro. Ali ninguém nos consegue ver, só ouvir, se for o caso.
Despe-me as calças completamente e eu faço-lhe o mesmo. Agarro-lhe o sexo.
- Agora quero senti-lo a ele, com a mesma intensidade que dás às tuas deixas baratas e à tua mão. Fode-me como um louco!
Penetro os meus dedos dentro de mim e dou-lhe à sua boca para que me sinta o sabor. Não me dá mais oportunidade de falar. Pega-me ao colo e coloca-me sobre si. Penetra-me e faz-me cavalgar. Aqueles braços aguentam todas as estocadas sem medos e sem renúncia ou cansaço.
Encosta-me às grades e eu sirvo-me delas como apoio para conseguir tomar ainda mais balanço. Quero senti-lo profundamente sem parar. Gemíamos até mais não. Aquela loucura levava-me a gritar.
- Come-me de 4.
E foi uma ordem. Ele assumiu o desafio, como todos os outros que até nem eram.
Jogou-me naquele chão da rua sujo e gelado e ambos sem qualquer nojo. Deixámo-nos ficar assim mesmo. Só queríamos sentir aquilo. Tamanho prazer.
Ainda antes disso colocou-me o seu pénis da boca. Chupei-o e àquelas suas bolas delicadamente. Passava-lhes a língua, subia o seu pénis e abocanhava-o. Chupava-o como se estivesse melado com o melhor dos doces e não quisesse deixar rasto algum. Cuspi-lhe de seguida. Masturbei-o de seguida enquanto ao mesmo tempo lhe dizia:
- Agora dá-me com ele.
Posicionou-me à sua medida e devagar entra no meu ânus. Não era o suposto, mas eu estava fora de mim e deixei. Reparou que me masturbava enquanto me penetrava.
- Gosto de te ver a fazer isso.
Decide dar-me uma mãozinha e começa a fazê-lo no meu lugar. Rapidamente a minha excitação dispara. Devagar chegou longe e já sentia o meu ânus muito mais aberto para recebe-lo com mais intensidade e ele entende isso. As suas estocadas eram imparáveis, tal como eu pedia, mais e mais…
Sinto as suas bolas a baterem-me na vagina com a tamanha intensidade com que me fode. Adoro.
Peço-lhe:
- Morde-me! Bate-me ! Fode-me sem parar ! Destrói-me…
Ele alcança o meu pedido e quando dou por isso ele grita, eu grito e ainda aí ele consegue ser ainda mais rápido e é nesse momento, com a ajuda da mãozinha mágica que concentro no meu clitóris que consigo acompanhá-lo naquele orgasmo tão intenso.
Estamos extasiados e mal conseguimos falar.
- Olha o que tu me fizeste Soraia!
- São os efeitos colaterais Rodrigo!
Sorri-lhe com um ar sacana e ele retribuiu.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...