14 June, 2021 Repórter Sarilhos Investiga: Como foi a tua primeira vez?
Eis as respostas possíveis e imaginárias das nossas freguesas!
O Repórter Sarilhos foi para a rua e recolheu testemunhos e depoimentos junto da etnia sopeira, essa comunidade tantas vezes esquecida nos censos e nos telejornais. E quando assim é, a pergunta que se impõe só pode ser uma: mas afinal, como foi a tua primeira vez? Estas foram as respostas possíveis e imaginárias das nossas freguesas!
Arlete Martins
28 anos, Manicure, Casada
Foi com o meu marido. Porquê, alguém lhe disse o contrário? Foi com o meu marido na noite de núpcias.
Quando se acha a pessoa certa consegue-se esperar. Fomos noivos durante oito anos, por isso sei bem que é a pessoa certa.
Claro que fazíamos brincadeiras, mas guardámo-nos sempre para o casamento. Mas se está a perguntar porque o meu primo lhe disse outra coisa, veja lá que isso é tudo mentira. Nem nunca se provou nada. Eu nesse momento estava na casa dele, é verdade, mas estava no quarto do amigo dele. Por isso é tudo invenção, porque ele não é capaz de apanhar gajas. Nunca teve uma namorada que se dissesse. Aquilo foi só para se vangloriar às minhas custas. Todos os gajos com que eu andava sabiam que eu jamais iria para a cama com ele. Se não nem me respeitavam.
Eu e o meu marido fomos sempre muito felizes, até muito antes de casarmos. Muitas vezes mo quis meter no rabo e eu deixei porque era amor. E se não deitei sangue na noite de núpcias foi porque ele não o conseguiu meter como deve ser, por estar habituado a ir pelas traseiras. A única tristeza do casamento foi que nunca tivemos filhos.
Jacinta Viana
26 anos, Escort, Solteira
Foi muito bom, foi uma libertação. Anos depois fomos namorados, mas naquela altura não. Conhecêmo-nos quando eu estava a dormir no sofá duma amiga.
Ele chegou com outro rapaz e sentou-se, enquanto o rapaz foi ter com a minha amiga. Eu estava debaixo do edredão a dormitar e quando abri os olhos vi-o a dar um grande bocejo. Disse por piada, estás pior que eu. Ele disse que eu é que estava bem. E eu disse, por piada, há lugar para os dois. E ele foi esperto. Fingiu que não era uma piada e chegou-se ao sofá, empurrou-me para dentro e deitou-se ao meu lado, virado para mim, com um sorriso estúpido na cara.
Eu estava cheia de vergonha, porque só tinha uma camisola vestida, mais nada por baixo. E o pior é que não me depilava há séculos e tinha uma pintelheira de freira. Ele estava de calções, se por acaso me quisesse empernar ia sentir imediatamente o matagal espalhado nos joelhos. Fiquei super-nervosa e acho que lhe disse, mas quem pensas tu que és? Ninguém que te interesse. Ai é? Sim, é. E depois disse, estás quentinha, sinto o teu calor. Tinha uma voz meiga.
Não sei como, as nossas bocas foram ficando juntas e beijámo-nos. Ele então começou a meter as mãos e descobriu logo que eu estava nua. Começou a respirar muito depressa e agarrou-me e começámos a dar voltas na cama agarrados. Quando percebi, estava em cima de mim. Já tinha baixado os calções e senti o pau baboso tocar-me a barriga. Estava duro e deixava um rasto de baba fria em cima da minha pele. Depois levantou um bocado as ancas e vi que o ajeitava com a mão, para o apontar à entrada da minha rata.
Eu na altura acho que me deixei envolver mais pela aventura do que pelo sexo. Não me lembro de ter assim grande prazer, mas não o afastei. Ajudei-o a encaminhar o dardo. Estava super-viscoso e não me pareceu que já estivesse completamente duro, ou foi impressão minha. Mas estava duro o suficiente para rasgar o obstáculo e acomodar-se bem lá dentro. Ele nem soube que eu era virgem.
Tinha um quadril pesado, pesava-me horrivelmente nas ancas e na barriga, e não parava de dar e dar, com um ritmo que não era ritmo. Tive que o acalmar. Fi-lo olhar para mim e aí ele levantou-se um bocado e deixou de me esmagar. Meti-lhe a mão no rabo e comecei eu a marcar eu o ritmo por ele. Foi quando percebi que tinha jeito.
A partir daí foi bom e senti satisfação sexual. Mesmo assim, lembro-me mais pela experiência do que pelo sexo. Mas foi sem dúvida uma libertação como mulher. E foi bom porque não estava à espera, não tive a ansiedade do momento.
Ester Correia
49 anos, Empregada industrial, Casada
Foi ele que preparou tudo. Acendeu velas no quarto, mesmo sendo dia, e pôs pétalas de qualquer coisa na cama. A cama já estava meio aberta. A música que estava a tocar, sei perfeitamente qual era, agora não me lembro. Ainda hoje a canto muitas vezes.
Combinámos que nos despíamos os dois ao mesmo tempo. Tirámos a roupa toda e ficámos nus frente a frente. Se estão a pensar que era romântico, não era. Estávamos tão nervosos, tão envergonhados, que só conseguíamos rir. Tivemos os dois um ataque de riso, até que ele aproveitou para se agarrar a mim, e assim rimo-nos abraçados e nus.
Até que finalmente ele parou em cima de mim, entre as minhas pernas e disse, amo-te. Eu disse que ele era parvo. E ele pôs o pénis dentro de mim. Essa parte foi romântica.
Senti uma dor horrível, como se me rasgassem inteira por dentro, e a partir daí só experimentei sofrimento. Felizmente não durou muito, pois ele acabou rapidamente. A verdade é que me conquistou e ainda hoje é meu marido.
Almira Ferrejo
32 anos, Prestadora de serviços domiciliários, Casada
A minha primeira vez foi com o dedo. Sim, só com o dedo.
Estávamos a brincar ao apanha e o Raul apanhava-me todas as vezes. Mas nunca passava daí. Até que uns anos mais tarde, já não éramos meninos nem nada, ele continuava a correr atrás de mim e eu fugia, e ele cada vez que me apanhava atirava-me ao chão, onde aproveitava para meter as mãos debaixo da minha roupa para me apalpar toda.
Na altura eu já tinha pêlos na xana e quando ele me levantava as saias viam-se tufos a sair pelas cuecas. Até que a última vez que me deitou ao chão já não me quis deixar levantar. Meteu-me a mão dentro das cuecas e quando dei por mim enfiou-me um dedo todo lá dentro. Sim, só um dedo ou dois. Até me espirrei toda. Aí, claro, deixei logo de ser virgem.
Ele depois lambeu um bocado a ferida e tinha sangue e tudo. Depois, quando ele se montou em cima de mim e me enfiou a piça, eu já não era virgem. É por isso que não doeu nem nada.
Rute Rosa
24 anos, Empregada doméstica, Solteira
A primeira vez eu não estava à espera. Ele veio por trás de mim e até pensei que era o meu pai. E era. Vi logo que estava bêbado e perguntei-lhe onde tinha estado até àquelas horas da noite. Desde que a minha mãe nos tinha deixado por ele passar as noites nos cafés a embebedar-se, ele tinha ganho o vício de ir todas as noites para o café beber. Por isso vi logo que estava bêbado.
Ele disse que tinha perdido a noção do tempo na casa do meu tio, que é sem abrigo. Devia ser verdade, porque o meu tio vinha com ele. Então o meu pai disse, vai buscar cerveja. E eu disse, não. E ele, vais vais. E eu, não vou não. Então mostra a maminha, disse ele. E eu disse, o quê? Mostra essas tetas que andas sempre a fingir que escondes.
Disse ele que bastava olhar para a maneira como eu me vestia para se ver que estava destinada a ser puta como a minha mãe. Eu disse que era mentira, que ele estava muito enganado, até me enervei enquanto ia ao frigorífico buscar as cervejas. Quando tirei o top as minhas mãos tremiam, para verem como eu estava. Pensei que então eles acalmavam, mas viram-me de mamas de fora e atiraram-se os dois a mim como se fossem animais, a esfregar, a lamber, a cheirar.
Tinha comprado nessa manhã umas cuequinhas que me cortavam um bocado a circulação na racha, mas de resto estavam novas. Arrancaram-mas só com um puxão, nunca mais tiveram arranjo.
Nunca me esqueci dessas cuecas porque foi no dia em que perdi a virgindade. Sim, logo nos dois lados, na cona e no cu, pois que eles eram dois. Foi há muitos anos e não fui para puta, tenho só uns regulares. O meu pai ainda é bêbado.
Bibó Carmo d’Oliveira
42 anos, Entrepeneur, Divorciada
A primeira vez eu não queria. Os meus pais trabalhavam muito e eu quase não os via, por isso era o nosso chauffer que me levava à escola. Lembro-me que era muito sério. Eu ia sempre na paródia no banco de trás, a mandar-lhe beijinhos pelo espelho e a levantar a roupa para lhe mostrar um bocadinho da maminha ou os pintelhos. Lembro-me que na altura andava obcecada com os pintelhos.
E ele nada, parecia um daqueles soldados ingleses que a gente fala com eles e eles não têm autorização para responder. Então um dia, eu devia estar a chateá-lo muito, ele meteu numa zona de campo, parou o carro e saiu. Para minha grande surpresa, abriu a porta de trás e entrou. Eu perguntei-lhe o que é que ele estava a fazer, disse que tinha que ir para a escola e ele respondeu que hoje a lição era outra, que ia aprender a não brincar com coisas sérias. Dito isso não disse mais nada, pôs-se em cima de mim ao mesmo tempo que me obrigava a abrir as pernas e meteu-se no meio delas. Nem me beijou, ou apalpou, nem nada.
Percebi que as mãos dele me puxavam as cuecas por baixo do vestido e rapidamente senti o meu rabo em contacto directo com o estofo do carro. Era um tecido reles e não apreciei. Depois vi-o a abrir as calças e logo a seguir senti uma coisa muito grossa começar a entrar, forçar talvez seja uma palavra melhor, na minha vagina. Doeu muito no início, não parecia possível que coubesse, mas depois qualquer coisa rasgou lá dentro e passados uns segundos de algum ardor, comecei a ter sensações curiosas, interessantes.
Ele disse-me depois que estava encantado com a minha cona apertadinha e quis prolongar ao máximo a experiência. Acho que fodemos durante cerca de uma hora, e ele teve o cuidado de se vir fora de mim. Lembro-me que ele era um às a tirar nódoas dos estofos.
Ouvimos dizer que as mulheres raramente têm prazer na primeira vez, mas eu tive. Vários orgasmos, aliás. Nunca disse nada aos meus pais. A partir daí começámos a ir todos os dias por aquele caminho.
Sofia Barradas
55 anos, Aposentada, Viúva
Então, era sempre eu que ia buscar o algodão. As minhas irmãs tinham outras tarefas. Eu era o algodão. Passava sempre à porta do Ferreiro e todos os dias lá estava o filho do ferreiro a brincar com o cão. Todos os dias quando eu passava ele largava o cão e corria para me apanhar, oferecendo-se para me carregar o algodão. E eu não. Era o meu trabalho. As minhas irmãs tinham outras tarefas.
Então um dia ele perguntou-me se queria fazer amor. Eu disse que não sabia o que era isso. Ele disse-me que também não, mas era bom em cima do algodão. E fomos.
Quando cheguei lá ele começou a tentar despir-me. Eu não sabia que era para aquilo e gritei por socorro. Apareceram as minhas irmãs e começaram-se a rir. Então, para se vingarem do rapaz, começaram elas a despi-lo até ele ficar nu. E assim em pelota, começámos todas a ficar excitadas e a rir não sei de quê.
Uma das minhas irmãs quis ir para cima dele, quer dizer, para se meter nele, e aí eu disse não: foi a mim que ele convidou para fazer amor. Mandei-as embora. As minhas irmãs tinham outras tarefas.
O que elas nunca souberam foi que no momento em que eu já me tinha despido e me preparava para fazer amor com o rapaz, apareceu o ferreiro. Como o filho fugiu, foi ele que me tirou os três. Tinha idade para ser meu avô. E foi assim a minha primeira vez.
Sandra do Carmo
29 anos, Assistente clínica, Solteira
A primeira vez ele foi muito delicado. À segunda já nem tanto. Teve muita paciência comigo. Primeiro pediu-me para o deixar ver as mamas e eu deixei. Depois quis ver debaixo da saia e eu permiti. Até que me pediu para tirar as cuecas e aí travei.
Eu queria ir virgem para o casamento, já lhe tinha dito, não havia nada que o pudesse interessar debaixo das minhas cuecas. Aí ele disse-me que nunca faria nada contra a minha vontade e quebrou-me. Eu há meses que desejava ser penetrada por um homem, só sonhava com isso. Estava tão molhada que quase não senti o rompimento do hímen, não passou de um pequeno estalinho de dor.
Ele era bom, a grossura ideal, e aguentou bem, tive orgasmos e tudo. Depois fodemos uns tempos mas já não foi a mesma coisa. Gostei muito de perder os três. Mas é isso que é a primeira vez, não é? Não se pode repetir... Eu não me importava.
Diva Nascimento
33 anos, Empregada de mesa, Divorciada
A minha primeira vez não foi com ele, foi com outro. Um estrangeiro. Apareceu na rua a pedir que lhe dessem de comer e o deixassem tomar um banho. Tinha tantas camadas de poeira em cima que nem dava para perceber se era novo se era velho.
Foi a minha mãe, que foi sempre mal disposta mas lá no fundo era boa pessoa, que o levou para casa e o lavou e lhe deu de comer. O meu pai comeu e calou, só ficou a torcer o nariz por ver outro homem nu na cozinha dele. Eu também o vi, escondida atrás das cortinas da sala. Tinha um narço que lhe dava até meia coxa, a minha mãe a as outras velhas, que entretanto tinham aparecido para ajudar a esfregar, não conseguiam desviar os olhos daquela coisa que ia oscilando livremente desde o centro das suas pernas, ao embalo dos sacões que as idosas lhe infligiam, munidas de raspadeiras e piaçabas, na tentativa de lhe desincrustar o anonimato do corpo. Mas fez-se e o alienígena voltou a parecer humano.
Veio-se afinal a saber que não era estrangeiro mas alemão, que tinha 21 anos e se encontrava numa “jornada espiritual”. Como ninguém sabia o que era uma “jornada espiritual”, a maioria achou que fosse um santo e quiseram pô-lo a dormir na Igreja, mas a minha mãe, que o tinha lavado por baixo, sentiu que tal lhe dava direitos e responsabilidades, por isso meteu-o a dormir na cama do meu irmão.
Foi lá que o encontrei e lhe fiz a folha. Eu há muito que queria deixar de ser virgem, nenhuma das minhas amigas já o era, mas não queria oferecer pétalas a porcos, ou seja, oferecer-me a qualquer um do bairro. Se para os evitar tivesse que ser um alemão, pois seria um alemão.
O alemão revelou-se mais avançado que a encomenda. Não se limitou a rasgar-me a flor. Antes disso, facultou-me o serviço completo. Ele lambeu-me a cona e eu lambi-lhe o cu. Depois chupei-lhe o caralho enquanto ele me chupava as mamas. Depois foi-me ao cu. Só quando considerou que já estava quente o suficiente se decidiu penetrar-me.
Foi maravilhoso. Doeu, mas fez-me vir quase de imediato. Nunca tinha tido um orgasmo. Foi o meu primeiro. Era alemão mas ensinou-me muitas línguas.
Vanda Almeida
29 anos, Agente imobiliária, Solteira
Foi bom. Foi no carro. Eu disse que queria esperar, mas ele achou que não.
Eu estava sentada no banco do passageiro, à frente, e ele já me tinha agarrado a mão, tinha a pila de fora e eu estava-lhe a fazer uma punheta. Então de repente ele virou-se e atirou-se para cima de mim. Foi confuso porque eu estava de calças e ele conseguiu tirar-mas mesmo em cima de mim. Só mas baixou até aos joelhos, depois levantou-me as pernas, ficou de frente para o meu cu, desviou as cuecas, e meteu-me.
Ao princípio não conseguiu acertar, por duas ou três vezes esteve quase a enfiar-mo no rabo. Mas lá encontrou o caminho e veio com toda a força para cima de mim. Rasgou-me logo. Senti-me muito molhada e pensei que tinha rebentado qualquer coisa dentro de mim, e que era sangue. Mas afinal era ele que se tinha esporrado, uma parte dentro de mim mas o resto ficou ali à porta da cona.
Veio-se durante imenso tempo e manchou-me a camisola. Fiquei toda cheia daquilo por todo o lado.
Foi na altura em que eu pensava que ele queria casar comigo. Depois descobriu-se que tinha um caso com a cunhada e acabou por casar com a irmã da mulher.
Fiquem atentos às próximas revelações do Repórter Sarilhos!
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com