16 December, 2021 O patrão e a empregada - Parte IV
A história de Aurora...
Era preciso ter sensibilidade, sim. Aprender a lê-la e saber descortinar os momentos. Mas o novo ingrediente, a nova palavra-chave era definitivamente essa: "autoridade". Com ela, iríamos por fim desbloquear o preconceito que nos impedia de ser felizes. Poderia agora ser o homem que Aurora precisava, a figura de autoridade que nunca teve. E isso, meus amigos, abria todo um novo capítulo à nossa história...
A partir do momento em que encontrámos um terreno comum, ela já não fugia nem se escondia de mim. Pelo contrário, se eu dissesse mata, ela dizia esfola! E isto, traduzido para a realidade, significava que se eu a encontrasse sentada na sanita e baixasse as calças e lhe dissesse para me chupar o caralho, ela fazia-o sem hesitar. E funcionava tanto a partir da minha iniciativa como da dela.
Ao mais pequeno indício de comichão no grelo, vinha por-se à minha frente e levantava as saias, mostrando-me a cona nua para eu lamber ou masturbar.
O tempo decorria agora num permanente transe sexual de parte a parte, e várias vezes ao dia nos encontrávamos para nos tocarmos, brincarmos e satisfazer-nos.
Apenas quando as coisas aqueciam até o limite e a tentava penetrar, ela pedia que não o fizesse. Depois de tudo o que tínhamos passado, sem querer fazer o mais pequeno gesto que a espantasse, eu respeitava. Vinha-me as vezes que queria, e fazia-a vir tantas quanto ela desejava, de maneira que isso não constituía uma questão ou um problema.
No entanto, era quase um sacrilégio que não pudéssemos levar os nossos instintos naturais até à última consequência. Sentia que a nossa paixão o merecia e ela parecia sentir o mesmo. Mas… por qualquer motivo, não conseguia.
Tornou-se óbvio que alguma coisa mal resolvida no seu passado (ou presente?) a estava a inibir. Mas quando lhe perguntava sobre o tema, ela tornava-se evasiva e metia-me a cona na boca, para me calar. E eu, com a língua cheia de algodão doce, claro, não reclamava.
Até que um dia foi a própria Aurora a puxar o assunto. Estávamos numa sessão de amor há mais de meia-hora. Ela lutava com um orgasmo que lhe resistia, que não queria explodir. Pelo meu lado, eu tinha-a de costas em cima da cama e, cego de tesão, encaminhava o nabo faminto para o seu buraquinho pulsante. Nada me poderia parar naquele momento!
Mas, mal sentiu a cabeça dura tocar-lhe os lábios fluviais, que escorriam como uma cascata, recuou como uma gata escaldada. Então fez-me parar, acendeu um cigarro (coisa que nunca fazia) e pediu-me para escutar.
Eu, com a picha aos soluços, só pensava em esporrar-me para as mamas dela, mas percebi no seu ar que havia algo de cerimonial no momento e aquietei-me. Então, finalmente, ela contou-me tudo… Eis mais ou menos o que ela me disse, nas suas próprias palavras:
"No primeiro ano da faculdade, que era o primeiro ano em que estava fora e longe da minha terra, apaixonei-me pela primeira vez, por um homem mais velho. Era meu professor. Nada sabia do amor, ou das práticas que vêm com ele. Era virgem e nunca tinha pensado em não o ser.
A verdade é que não sentira, até esse momento, as urgências do sexo. Ele mostrou-se compreensivo e durante uns meses apenas trocávamos beijinhos e carícias.
Vendo as coisas agora, parece-se claro que os dois procurávamos coisas diferentes um no outro.
Eu apaixonara-me pela sua mente brilhante, pela sua sofisticação, talvez mesmo pela figura paternal que me fora negada na minha infância e juventude. Ele, já a entrar na segunda fase da vida, ficava desvairado com o meu corpo de 20 anos e, com o tempo, começou a tornar-se mais atrevido nos seus avanços."
"Muito inocente, eu resistia, mesmo quando sentia que ele estava a ficar um pouco mais bruto. Nunca me forçou, claro, era uma pessoa de bem. Mas eu sentia que era por pouco que se conseguia controlar.
Para lhe afastar os maus espíritos, comecei a masturbá-lo logo que nos encontrávamos, quase sempre no carro. Depois de se vir, ficava calmo por algumas horas e podíamos enfim desfrutar a nossa paixão.
No entanto, sabia que o meu estratagema não o iria satisfazer para sempre.
Um dia, naturalmente, chegou ao pé de mim e fez-me um ultimato. Foi muito gentil, mas… Dizia que me amava como nunca tinha amado ninguém e que por isso precisava de ter-me. De sentir-me dentro dele. De se sentir dentro de mim. Se eu não estivesse disposta a isso, então o nosso romance teria que terminar. Não havia alternativa."
"Fiquei muito abalada. Amava-o muito, mas tinha medo. Finalmente, para não o perder, cedi. Foi a última tarde que estivemos juntos e ainda hoje tenho dificuldade em recordar tudo o que aconteceu.
Nas duas horas que ele dedicou ao meu corpo, praticamente não reconheci o homem por quem me tinha apaixonado. Ele fez tudo o que quis. Penetrou-me imediatamente, fazendo sangrar a minha virgindade. Esporrou-se na minha boca, nas minhas nádegas, nas minhas mamas, nos meus cabelos. Para finalizar, para a experiência ser completa, como me disse, meteu-mo no rabo.
Não digo que me forçou, porque lhe dei todas as permissões que me pediu. A questão foi que, no decorrer dessas longas horas, não teve uma única carícia para mim."
"O que eu imaginava como um momento de grande intimidade, repleto de carinho e paixão, mais parecia uma batalha campal disputada por um animal de porte superior e uma pequena criatura do bosque, muito assustada, que em nenhum momento foi capaz de encontrar o prazer que via vazar do seu amante por todos os poros.
Fodeu-me como um louco e esse não foi o maior problema. O pior é que me senti como se não estivesse ali, ou como se o meu corpo pudesse ser o de qualquer outra mulher, que para ele não faria a mais pequena diferença."
"Não tive um único momento de prazer e agradeci aos céus quando ele se sentiu satisfeito, depois de ejacular pelo menos quatro vezes, e finalmente saiu de cima de mim. Adormeceu de imediato e, dorida no corpo mas muito mais na alma, vesti as minhas roupas e saí dali. Deixei de ir à escola e nunca mais nos vimos..."
O relato esclarecia efectivamente tudo. A sua primeira vez não tinha sido boa. O acto que vivenciara não só não a estimulou para a vida sexual como, pelo contrário, ao manifestar-se como uma prática ausente de carinho, sem valor emocional, fê-la recuar e afastar-se de qualquer eventualidade amorosa.
Não teve mais namorados depois disso. E só voltou a sentir o apelo do sexo quando se apaixonou por mim.
Agora voltava a ter medo. Medo de me perder se eu me recusasse a ser paciente com os seus desejos. Medo que tudo acabasse e eu lhe fizesse um ultimato...
Foi a primeira vez na minha vida que senti uma tesão carinhosa. Sentia tanta ternura por ela que era capaz de me vir nas suas bochechas. Em vez disso abracei-a simplesmente e prometi-lhe que, comigo, iria ter todo o tempo que precisasse. Continuaríamos, para já, com as nossas carícias apaixonadas. O resto aconteceria naturalmente.
Aurora ficou tão comovida com as minhas palavras que imediatamente me abocanhou o tarolo. Fez-me sonhar com o seu sumo e retorqui o seu belo gesto com um minete de proporções épicas.
E foi assim, num longo e suculento 69, que deixámos fluir todas as possibilidades que o destino nos sugeria. Amanhã, como ela disse, seria um novo dia.
E... não é que foi mesmo?
Armando Sarilhos
O patrão e a empregada - Parte V
O patrão e a empregada - Parte I
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com