21 October, 2020 Flagras de punhetas: o outro lado da moeda
Pai que apanha o filho, filho que apanha o pai!
Que atire a primeira esguichadela no olho da minha ex quem nunca já sofreu um mini-AVC por ter sido (quase ou totalmente) flagrado a esgalhar o pessegueiro. Ah, foda-se que o coração até mete marcha-atrás quando nos apercebemos que estamos expostos no nosso momento mais vulnerável. O embaraçao, a vergonha e a "cara de pau" que vamos ter de arranjar para enfrentar essa pessoa cara-a-cara depois de ela nos ter enfrentado cara-a-caralho. É este o mundo de sensações horríveis das flagras de punhetas e vamos abordar uma perspectiva única: descendentes que apanham o progenitor numa sessão de auto-satisfação.
Quem surgiu primeiro, o homem ou a punheta? Seja qual for a resposta, ambos têm uma coisa em comum: a mão de um gajo. Contam-se pelos milhões de dedos de uma mão adolescente as vezes que os seus atesoados proprietários foram flagrados pelos próprios pais, pais esses que fizeram o que qualquer pai com dois dedos de testa e um tremendo sentido pedagógico de noção fariam: fingiram que não viram e depois riram-se mais tarde em conversa nocturna com o parceiro/a. Pais a apanhar filhos na punheta é tão comum como comer castanhas no Outono ou bacalhau na noite de consoada em Portugal.
E quando o feitiço se vira -ou melhor: se vem! - contra o feiticeiro? Quando, de facto, um filho ou uma filha apanha o progenitor a espancar o caralho como se este soubesse a password do wifi e não a quisesse dar? Pois é, aqui a coisa ganha contornos bastante mais complexos e cómicos.
Nós encaramos os nosso pais como seres assexuados, como se ambos fossem desprovidos de qualquer tipo de desejo sexual de qualquer espécie. Na nossa cabeça, os nossos pais nunca foderam e, caso o tenham feito, foi só para nos criar. Até mesmo que tenhamos mais irmãos, os nossos pais só foderam uma vez porque todos gostamos de dizer aos nossos irmãos de que foram achados no lixo.
Os nossos pais, tal como nós, também gostam de foder e alguns até fodem mais do que nós (especialmente a tua mãe!!!). Com base na premissa irreal de que os vossos pais gostam de sexo, podemos assumir que também se masturbam. Todos de acordo até aqui, seus filhos de um punheteiro? Ora, a mim nunca me aconteceu nem vou dizer que tenho um amigo a quem isso aconteceu, mas há uma ligeira hipótese de vocês poderem apanhar os vossos pais a espancar o palhaço. Bom, se o vosso pai tem 98 anos, acho que deviam é dar-lhe uma taça se isso acontecer, mas por uma questão de narrativa, vamos assumir que os vossos pais estão na casa dos 40 e vocês têm todos 18 anos. Digamos que foram a um concerto com amigos e voltam para casa antes da hora. A vossa mãe já dorme e vosso pai ficou a ver um "documentário na RTP2", ou seja, ficou a bater à punheta no sofá. Abrem a porta como quem não quer a coisa e, no sofá, está o vosso pai de caralho na mão. Um caralhão paternal no seu máximo esplendor!
Como é que reagem?
Ponham-se no lugar do vosso pai e com isto não estou a dizer para o mandarem levantar do sofá e se sentarem onde ele estava. Como é que vocês queriam que um filho vosso reagisse? Um filho não se rege pelas mesmas normas morais e de bom-senso que um pai ou uma mãe, um filho - especialmente adolescente - é capaz de reagir de forma defensiva e acusatória quando confrontado com uma punheta paternal (especialmente se ficar a saber que o pai tem um caralho maior).
A resposta é... reagir com humor. Não vale a pena fingir que se estava a procurar doenças venéreas afincadamente ou algo parecido. Os vossos filhos são ingratos, mas não são parvos. Digam coisas como "julgavas que eras só tu, não?" ou "quando chegares à minha idade vais entender que há punhetas que valem 20 fodas".
Lembrem-se de dizer "se não disseres nada à tua mãe, o Pai Natal não se irá esquecer de ti" e depois é oferecer-lhe um par de meias para aprender a bater à porta antes de entrar na casa onde vocês o autorizam a viver. A lata do pirralho!
Boas punhetas e até domingo.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.