05 Oktober, 2024 Indústrial sexual desde a Times Square de 1970 até aos dias de hoje
Fala-se na legalização do Trabalho Sexual, mas a quantas de vós já perguntaram o que pensam?
Times Square é um ponto turístico em Nova York, com milhões de visitantes por ano. É uma praça em forma de gravata borboleta com cinco quarteirões entre a rua 42 e 47. Com vários teatros para o entretenimento público, recebia de todos os estados mulheres que queriam ser coristas.
Muitas dessas mulheres ficavam pelo caminho e como não conseguiam trabalho como coristas, viravam-se para a prostituição para poderem comer e sobreviver.
Na altura, o "Peep Show" estava na moda - eram as cabines onde se podia ver um show de strip, sexo, ou até um filme pornográfico, através de uma slot machine.
Colava-se a moeda na slot e uma cortina abria. Por trás dessa cortina, apareciam mulheres a fazer strip até ficarem nuas. Como era um negócio, elas tinham que entreter e irem-se despindo devagar para que o cliente continuasse a colocar moedas.
Como era rentável, depressa os predadores viram uma oportunidade de negócio, e os chulos apareceram. O tráfico, as drogas, saunas e a máfia tomaram conta de muitas casas de prostituição. O Trabalho Sexual que sempre foi precário começava a ser perigoso, um risco e sem limites.
Depressa se entendeu que o produto sexual que se fornecia teria de ser improvisado, e as meninas do "Peep Show" que estavam até então protegidas por uma janela, começaram a ter contacto com os clientes através de uma abertura que se colocou nessas janelas.
Os clientes agora podiam tocar-lhes e, inclusivamente, entrar e ter sexo com elas.
Foi por esta altura dos anos 1970 que um serial killer famoso, Robert Hansen, também viu a sua oportunidade para começar a mutilar e a matar prostitutas.
Tatuadas com marcas dos chulos
O Trabalho Sexual exigia agora que se fosse "uma faz tudo", pois os clientes que já tinham experimentado tudo, começaram a querer mais e de forma mais sádica. Ainda hoje isso acontece, pois, normalmente, a realização de fetiches pode levar a essa prática.
Ora, após um fetiche realizado, surge logo outro fetiche ainda maior. É uma obsessão compulsiva que é falada de um modo normal, ou seja, tenta-se normalizar a coisa com o progressismo. Por isso, é melhor nem questionar, pois estamos na era progressista, sem limites, onde as questões não são benvindas. Quando há questões dizem logo que é bullying, racismo, xenofobia...
Naquela altura, as trabalhadoras do sexo é que iam presas. Apesar de a prostituição ser proibida, independentemente do género, os homens nunca iam presos.
Os chulos tatuavam as trabalhadoras do sexo com uma marca de posse. Quem visse sabia que aquela mulher pertencia àquele homem. Marcadas como gado, espancadas e brutalizadas, trabalhavam para homens que ficavam com o dinheiro delas.
O mais comum era dizerem que iam cuidar delas, dar-lhes de comer, roupa e abrigo. Claro que isso acontecia, pois tinham que investir no "produto" deles, sempre com a promessa de que estavam a cuidar delas.
No final do dia, ficavam com todo, ou uma parte, do dinheiro. Se questionassem o porquê, retorquiam que cuidavam delas.
É preciso ouvir as trabalhadoras do sexo
Nos tempos de hoje, posso afirmar que quem ganha com o Trabalho Sexual tem o mesmo discurso. Sim, o discurso é sempre o mesmo... Estamos a cuidar.
A cuidar de quem? Com base em quê? Sobre o quê?
Quem se interessa pela vossa história de vida para além da vossa história como trabalhadora do sexo? Que perguntas vos têm feito individualmente, ou é mais "uma geral", onde se pressupõe que todas falam, sentem, agem da mesma forma?
A pressuposição nada tem a ver com humanidade. Humanidade é conhecer cada caso e tentar entender como se pode ajudar.
Fala-se muito na legalização do Trabalho Sexual, mas a quantas de vós já perguntaram o que pensam sobre isso?
Cria-se uma data de coisas, umas atrás das outras, e vai-se ali e acolá, sem sucesso. Por isso, está tudo a ir aos sítios errados!
Mas, ainda assim, há que ouvir as trabalhadoras do sexo e tentar entender as suas opiniões. Após isso, algo pode ser construído! Tem que haver um ponto de partida e não uma suposição!
Hoje têm uma voz mais ativa
Naqueles tempos antigos nos anos 1970, as trabalhadoras do sexo eram submissas porque para elas era normal o que se passava. Mas com o feminismo a entrar em ação nos anos de 1980, começaram a entender que muita coisa que se passava com elas não era normal - era violenta e até traumática.
Times Square tinha, então, tornado-se num antro de prostituição, violência, sadismo, e afinsn que ainda hoje devem ser segredos guardados a sete chaves.
Mas as mulheres começaram a entender o que era certo, ou errado, através de outras mulheres. Tal como uma Fénix, têm-se erguido até aos tempos de hoje a reivindicar os seus direitos como seres humanos.
Enquanto houver Trabalho Sexual, haverá oportunismo e predadores. Mas, hoje em dia, elas já não têm medo de chamar a polícia quando são violentadas de forma traumática nas suas casas pelos clientes. Clientes que marcam e aparecem mais cinco para as roubar, violar, espancar, ou tirar a vida delas como se nada fossem.
Um predador sexual decide despejar toda a sua raiva numa mulher que se encontra vulnerável, pois pensa que os anos 70 continuam. Enganam-se! Muitas delas, senão a maior parte delas, consegue defender-se destes atentados terroristas que elas sofrem entre quatro paredes.
Outras ainda têm medo e colocam-se na mão de outras pessoas que lhes prometem proteção.
Atualmente, as trabalhadoras do sexo estão cada vez mais organizadas e, como tal, sabem mais que antes. Hoje têm uma voz mais ativa e são capazes de expressar quando lhes fazem perguntas. São capazes de tomar decisões mais conscientes.
Tem de deixar de existir o "NÓS" e o "ELAS"!
Tem que haver mais união e mais proatividade e deixar de haver "nós" e "elas". Nós, os que as ajudamos, e elas, as trabalhadoras do sexo, porque ao fim ao cabo toda esta indústria gera dinheiro em conjunto. Então, porquê esta "desunião" em vez da união?
Parece que ainda se anda numa corda bamba entre os anos 1970 e os anos 2000. Como se se dessem dois passos à frente e depois dois passos atrás.
Parece algo difícil, mas não o é, pois basta ler um livro de história e todas as dúvidas presentes encontram respostas antigas. Este é o ponto de partida para se entender a história da mulher na sociedade.
Esqueçam lá o falso progressismo e olhem para os factos antigos e como passaram para os tempos modernos, mesmo estando disfarçados por este NOVO MUNDO CONFUSO!
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