04 September, 2020 Como lidar com os haters

Quando iniciei esta minha aventura pelo mundo digital, não conseguia lidar com as opiniões negativas.

A expressão "haters" é utilizada para descrever uns seres que não sabem fazer mais nada da vida que não seja vomitar veneno. Quando esses haters existem na mundo real é simples, desprezamos e seguimos com a nossa vida. Mas quando existem no cyber mundo torna-se intragável...

Aqui há dias vi alguns ditos influencers a falarem sobre o assunto...

Mas, afinal como lidar com haters e cyberbuling?

Uma das famosas influencers dizia que se aquilo que os haters escreviam afetasse a sua integridade como pessoa e como profissional, deveria-se reagir e responder, caso contrário ignorar.

Outros diziam que era errado! Que se deve ignorar sempre porque reagir só iria mostrar parte fraca e causar conflito.

Senti-me dividida entre as opiniões. Quando iniciei esta minha aventura pelo mundo digital, não conseguia lidar com as opiniões negativas e reagia sempre. Isso não me fez bem porque causava-me irritabilidade e ansiedade, levando-me mesmo ao esgotamento psicológico.

Na verdade, quanto mais respondia, mais gasolina eu colocava e maior era o fogo difícil de apagar.
Ignorar teria sido a opção mais correcta, pelo menos para bem da minha sanidade mental.

Por outro lado, o «hate» fez de mim aquilo que sou hoje!

Quando escolhi o nickname «Eris» foi propositado por ser o nome da «deusa da discórdia» na mitologia grega. Iniciei o meu percurso com plena consciência e com a minha postura iria gerar o ódio da maioria, só não me preparei para saber lidar com ele e reagir da forma mais correcta.

No fundo, uma estratégia de marketing arriscada que há dez anos atrás pouco se usava no mundo virtual, quando hoje a maioria das figuras públicas o faz.
Lançar boatos, histórias, comportamentos censuráveis, mas que fazem com que sejam falados dentro e fora do mundo virtual e, assim, não são esquecidos e acaba por resultar em mais trabalhos, mais seguidores, mais patrocínios, mais dinheiro, por aí fora.
Conflitos que os próprios vão alimentando ainda que de forma discreta.

No meu caso pessoal, foi uma boa forma de atingir a popularidade que eu pretendia e chegar onde eu queria, o que falhou foi realmente eu não conseguir lidar com o lado mau que isso trás. Não é bom sentir que somos tão odiados, principalmente quando tudo o que é odiado, nada tem a ver com a nossa real maneira de ser e sim com uma personagem.

No fundo, é como um actor de novela fazer o papel do vilão e toda a gente refletir o ódio que sente pelo papel desempenhado, mas transpondo o para a vida real.
Temos de admitir, é de loucos: o actor deveria ficar com vontade de gritar aos sete ventos:

- Calma! É só um papel, é tudo a fingir, nada é real. Eu não sou nada daquilo. Só mesmo na novela!

Mas, na verdade, enquanto a novela estiver a ser transmitida, é importante manter o papel para o tornar mais credível e para o bom sucesso da personagem.

No fundo, como devemos lidar com os haters?

De forma ponderada e sensata. Se aquilo que dizem, escrevem, não carece de resposta para bem da nossa continuidade profissional, o melhor será ignorar completamente - tudo a que não damos importância é rapidamente esquecido,
Se, ao contrário, necessitamos dos haters para o sucesso profissional, devemos alimentá-los de forma moderada, estudada, de modo a nós próprios não ficarmos transtornados ao ponto de cometer o mesmo erro de confundirmos quem somos de verdade com a personagem que representamos.

Neste ponto, eu errei em não ter a capacidade mental de saber separar os mundos e acredito que seja onde a maioria erra.

Haters 2