13 Juni, 2018 Marcha tudo
As festas da capital levantam mortos.
E por morto entenda-se todo e qualquer caralho que não veja acção há algum tempo. As festas dos Santos Populares são uma orgia disfarçada de comes e bebes. Quem nunca mandou uma bem dada num beco a cheirar a mijo não sabe o que perde.
“Cheira bem, cheira a Cona!”
Tal como o manjerico, cona não se deve cheirar directamente. Mete-se os dedos e depois cheira-se, pois assim o aroma é intensificado. Noite de Santos, a noite mais longa de Lisboa, é o palco para a marcha de cona pingona vinda dos quatro cantos do país. “Buba grande, foda certa!” como dizia o meu avô. Isto é mentira, inventei eu, tanto que nunca conheci nenhum avô meu.
E para quem acha que não se fode nos Santos, eu tenho isto a dizer:
É FODIDO ARRANJAR LUGAR PARA O CARRO.
É FODIDO O PREÇO DA COMIDA.
É FODIDO CAMINHAR TODO FODIDO PELOS BAIRROS.
Digam lá se não é uma noite inteira de sexo? Mas é depois das 4:00 que o festim sexual começa pois a bebedeira do gajedo já é tal que a vergonha cai por terra mais rápido que um assador de sardinhas de Alfama desaperta a camisa. Nada como meter conversa com um grupo de gajas bêbedas com restos de sardinha no cabelo (que é o sinal que estão prontas para levar com a sarda!). Conversa puxa conversa e quando dás por ela estás num beco a apalpar terreno húmido com os dedos.
Só peço uma coisa a quem vai andar com a pila a marchar em tudo o que é bairro: usem preservativo. Por vocês e pelos outros. Malta que avia malta nos Santos é pessoal que avia pessoal em qualquer lado.
Isto chama-se serviço público.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.