13 maio, 2016 Sexo extraterrestre e sombrio
Entra no estranho universo dos Pollyn com o videoclip de "Dark Tokyo".
Bocas que parecem cobras, caras que se derretem e duas espécies de extraterrestres com formas humanas a foderem. É este o estranho universo repleto de metáforas sexuais que a banda de electrónica Pollyn nos oferece no videoclip de "Dark Tokyo"...
"Dark Tokyo" é uma música que integra o terceiro álbum dos Pollyn, oficialmente lançado precisamente nesta sexta-feira, 13 de Maio.
Esta banda de Los Angeles, composta pela cantora Genevieve Artadi, pelo guiarrista Anthony Cava e pelo produtor Adam Jay Weissman, tem uma toada electrónica muito peculiar, que tanto nos faz lembrar os melancólicos Portishead como a romântica Whitney Houston. Uma combinação que, na escrita, soa perfeitamente estranha e irreconciliável, mas que no ritmo dos Pollyn se conjuga na perfeição, como se não houvesse outro modo de fazer música.
O videoclip foi realizado pelo próprio Adam Jay Weismann e apresenta o traço característico das animações dos artistas JJVillard, também nativos de Los Angeles.
As imagens mostram-nos o caricato universo dos Pollyn, com caras que se derretem e abraçam, bocas que se movem como cobras alienígenas e um sem fim de metáforas sexuais tão estranhas como incompreensíveis! E pelo meio há uma espécie de sexo de tipo extraterrestre...
O planeta "Pollyn" faz lembrar, em termos conceptuais, a orgia de sexo, sangue e disco dos excêntricos Jackson and His Computerband, mas com uma doçura rítmica semelhante à sensualidade à francesa em modo disco de patins do duo musical Brigitte.
Eis como Adam Jay Weissman explica aquilo que o inspirou para a criação deste videoclip no site Votd.tv...
"O vídeo foi inspirado por algumas coisas... Primeiro, a começar pelo espantoso trabalho de arte do nosso álbum, "Distress Signals", que foi feito por Noah Butkus, e que foi o ponto de partida para o vídeo. Caras que derretem. Abraços. Bocas como cobras. Criei uma pequena história usando esses elementos. Também fui inspirado por "Under The Skin" de Jonathan Glazer, bem como por Akira.
Fiz a música da canção quando estava em Tóquio. Tinha acabado de chegar do espectáculo dos CAVEMPT e eles tinham tocado um dub-techno mesmo sombrio... Voltei ao meu quarto de hotel e comecei a brincar com os sons, os delays e batidas muito dispersas. Queria que fosse tudo aquilo que nunca poderia filmar na vida real para fazer uma história sobre escapar e fugir, que é um tema que percorre todo o álbum."
A banda de Los Angeles mistura influências new have, funk e pop mainstream, com um twist de jazz que transforma a sua toada numa melodia com selo único.
Genevieve Artadi falou, em declarações ao site The Fader, do conceito por trás deste "Distress Signals" que retira os Pollyn do "submundo" da música de Los Angeles, onde têm andado escondidos nos últimos anos.
"Queria que as letras e a melodia fossem tipo femme fatale, mas, tal como a culpa e o medo de uma mulher que se move deixando um rasto de dor atrás dela. Ela finge que está tudo bem, mas está a lutar com provocar quantos sarilhos puder. Estava sozinha numa casa grande, durante um tempo assustador, quando ouvi o beat e escrevi e gravei as vozes."
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)