02 junho, 2021 Sair da rotina sexual
"Outra vez arroz?"
Não é novidade para ninguém que qualquer casal a quem só faltava foder em pelota no meio do tabuleiro da Ponte 25 de Abril começa a perder a tusa a meio caminho. Existe um equilibrio muito delicado entre a estabilidade emocional de um casal e a capacidade de se manterem como dois símios com o cio 24 sobre 7. Foder é fixe, foder sempre o mesmo é agradável, mas foder o que é diferente é melhor e é por isso que volta e meia somos apanhados com o tolas entalado na vizinha. Qualquer homem ou mulher que goste de foder debate-se com uma luta interna. "Foder ou não foder... com outra pessoa. Eis a questão!" já dizia William Shakespeare com o nabo metido na boca de uma qualquer deslavada que lhe tirasse o pó às plumas.
Faz parte da natureza humana sentir uma maior excitação por tudo aquilo que seja novo, seja um novo buraco para foder ou um restaurante com picanha à discrição. Temos duas opções no caso de querermos manter um relacionamento estável com alguém: ou a) sucumbimos à tusa e encaramos a vida como um estado permanente de procura incessante de novo poiso de pila (ou cona) correndo o risco de sermos apanhados e morrermos de ataque de coração ou b) aceitamos a condição de monopila (ou monocona) e tentamos dentro do possível fingir que é bastante excitante foder o mesmo todos os dias ou de ano a ano em alguns casos.
Aqui é que entra a secular arte de fugir à rotina sexual que é uma expressão muito usada por pessoas que já levantaram a bandeira branca da rendição em vez de levantarem a saia a alguém e a foderem contra a parede. O que é rotina sexual? É comer arroz todos os dias. Nós sabemos que é arroz, já ontem comemos arroz, mas uma pessoa precisa de comer e só há arroz. Então o que é que podemos fazer? Podemos comer arroz branco ou então saltear esse arroz ou fazer arroz de grelos (peço desculpa pelo trocadilho infantil). Fugir á rotina sexual envolve que duas pessoas que fodem à missionário desde que o Homemd descobriu o fogo que, de um dia para o outro, passem do cu para a boca como se isso fosse opção de sobremesa no menu do dia.
Existem vários níveis para a fuga à rotina sexual, sendo a mais comum, o clássico "vamos tentar anal". Ora, se dizes "anal" a quem está contigo, é meio caminho andado para a desgraça porque as únicas pessoas que falam assim são donas de casa a falar umas com as outras das fodas mensais ou então os médicos das urgências que analisam alguém que acabou de enfiar uma garrafa de Sumol pela peida acima. Nada como um bom "fode-me o cu, cabrão" para trazer alguma luz e cor a essa vossa vida sexual cinzenta. Outro subterfúgio da rotina é o roleplay do casal que é quando duas pessoas que não percebem nada de roleplay, nunca se interessaram por roleplay e nem nunca falaram nisso, decidem de um dia para o outro que ele vai ser um detective e ela a testemunha de um crime informático. Isto é uma bela cagada em três actos, ora pois. A tendência que há quando se entra neste campo é perderem mais tempo a encarnar os papéis do que propriamente a foder e casal mal fodido que se perca nestas merdas acaba com um peça de teatro pronta a estrear no Politeama e com os tomates cheios.
O nível máximo da fuga da rotinha é sexo a três e é aqui que eu queria chegar: se querem realmente apimentar a vossa relação que nem gente grande é só meterem um terceiro elemento do sexo feminino ou masculino na equação que se acabam logo as monotonias.
Depois digam que não sou vosso amigo.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.