10 fevereiro, 2021 Ideias para um São Valentim confinado
Este ano é um bocadinho diferente, mas só um bocadinho.
Este ano celebramos o amor dentro de casa, a foda é que muitos de nós estamos sozinhos em casa e é assim que tem de ser por agora. Alguns estão com a mulher em casa, mas quem é que está num casamento saudável e comemora esta dia? Psicopatas do caralho! Por este Portugal fora, milhares de pombinhos e amantes ocasionais irão passar o Dia dos Namorados cada um fechado na sua casa, mas será isso o motivo para nos imolarmos com fogo à janela em jeito de desespero amoroso? Nada disso, temos é de usar a imaginação e os meios que temos à nossa disposição.
Não vai ser fácil, mas não é impossível. Numa situação normal, planear qualquer coisa para este dia não costuma ser fácil e a pandemia só veio piorar. Ou será que não? Pensem comigo: num dia de São Valentim normal, as hipóteses são imensas e isso é um pau de dois broches, pois temos maior liberdade para escolher o que fazer e maior liberdade para escolher mal e passarmos por idiotas. Portanto, se estamos fechados em casa, há menos coisas para fazer, logo, menos hipótese da coisa correr mal. Isto é tipo aquela coisa do copo meio cheio e copo meio vazio.
Se vivem na mesma casa, a coisa deve seguir mais ou menos o mesmo molde: um de vocês vai cozinhar ou os dois em conjunto (isso corre sempre bem, certo?) ou até podem mandar vir. Depois disso, bebem um copo, riem um bocado, começam nos melos e tudo isso termina com o cu de alguém a ser arrombado. Pois é, Dia de São Valentim é Dia de São Valentonas, porque deviam renomear este dia de celebração do amor para "Dia de Comer com Ele no Cu". Minhas amigas, estamos a viver períodos conturbados, mas o mundo não pode parar: têm a obrigação moral de levarem no ass.
Se os pombinhos habitam em ninhos diferentes, a coisa terá de se dar por via das novas tecnologias, tipo Skype ou Zoom. Mas o molde deverá ser sensivelmente o mesmo do que as pessoas que vivem juntas: cada um prepara a sua refeição em casa ou - apontem esta dica - cada um encomenda uma coisa para o outro comer, riem um bocado, bebem um copo, fazem um brinde virtual e depois já sabem o que vem a seguir: alguém vai ter de meter algo no cu! Não venham com conversas que a pandemia e mais não sei o quê, Dia de São Valentim termina com alguém de olho do cu rebentado, portanto, seja ele ou ela, alguém meta um dildo, uma vassoura ou um extintor no cu. Pandemia não é motivo para que a democracia pare.
O último cenário é o mais triste: quem não tem ninguém na sua vida para meter coisas no cu. Bom, neste caso, não são obrigados a nada do que foi acima exposto, mas se calhar deviam pensar porque caralho é que estão sozinhos no dia de São Valentim. Se calhar, e só se calhar, deviam meter qualquer coisa no cu para dar sorte e prestar homenagem ao santo padroeiro do amor... com uma cena no cu.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.