25 novembro, 2020 Crónicas da Lábia: De quem manda nudes a desconhecidos...
E não estou a falar de nus artísticos - é mesmo "the real thing": tudo escancarado e de pau feito!
Recebo, de vez em quando, nudes de absolutos desconhecidos nas minhas redes sociais! São, maioritariamente, piças em riste, mas também alguns rabos. E menos vezes, também chega um ou outro vídeo porno! Não tenho nada contra nudes, mas questiono-me o que leva alguém a enviar fotos destas a completos estranhos - mais, a pessoas com quem nunca falaram de sexo sequer!
Há aqueles homens que acham que só porque uma mulher lhes dá um olá no Facebook, é porque está a pedi-las! E, então, toca a "violar" o Messenger ou o Instagram delas com os seus nudes. E não estou a falar de nus artísticos - é mesmo "the real thing": tudo escancarado e de pau feito!
Imagino que tenha a ver com a mesma adrenalina que os exibicionistas sentem quando se exibem em público. Há uns valentes anos, aconteceu-me ir na rua, num beco particularmente escuro, e cruzar-me com um homem, na casa dos 30 anos, com o pirilau de fora das calças. Era Inverno e levava um capucho na cabeça e a pila a espreitar pelo buraco da braguilha aberta. Ia todo compostinho! Só com a piça de fora, pendurada, como se precisasse de apanhar ar!
Não aconteceu nada para lá do facto de ter tido um impacto súbito com aquele encontro imediato - só quando me cruzei com ele é que vi a famigerada pila! Mas ele seguiu tranquilamente, sem dizer nada, sem correr, sem sequer esboçar um olhar de qualquer tipo para mim. Pinta de profissional do passeio com a pila ao léu!
Mais ou menos na mesma altura, havia um senhor já mais velho que se colocava no ponto mais iluminado da rua onde tinha, inevitavelmente, que passar e ficava a masturbar-se desenfreadamente. Ele podia colocar-se numa zona mais escura da rua, mas não, ia precisamente para junto da única luz que funcionava! Colocava-se estrategicamente para que fosse impossível não o ver.
Não tenho nada contra exibicionistas, nem contra as fantasias de quem quer que seja. Mas, neste caso, como em outros, deve aplicar-se o princípio do respeito pela liberdade dos demais - é aquela velha máxima de que "a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro".
Ver uma pila não solicitada não aleija especialmente, dirão alguns. Mas faz mossa! Mesmo sem tocar.
Até porque os órgãos sexuais, seja a piça, seja a cona, não são particularmente bonitos fora de um contexto de sedução, de paixão, de tesão. Tropeçar neles sem querer pode ser muito desconfortável - sobretudo quando o gestor do banco espreita, inadvertidamente, as nossas fotos no telemóvel. Mas bem, há males piores!
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Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)