29 outubro, 2022 Como lidar com a adversidade
Eis alguns mecanismos de defesa...
É muito complicado lidar com algo ou alguém que nos incomoda. Ter que lidar com alguém que não queremos na nossa vida, ou ao pé de nós. Se a pessoa em questão nos magoou, então tudo se pode tornar pior por ter que estar ao pé dela. O que fazer então?
Fala-se muito em saber perdoar.
Fala-se muito de que se deve perdoar para o nosso bem e não pelo bem da pessoa.
Também se fala:
Eu perdoo-me a mim mesma por ter acreditado um dia nesta pessoa que me fez mal.
E há também a escolha de não perdoar nada e continuar a ressentir.
Mandar tudo com o C.!
O problema é que ressentir trás consequências emocionais e físicas!
Ficamos cheios de raiva e de pensamentos vingativos, daqueles que nem ao diabo se confessa.
Depois o ressentimento leva à obsessão!
PIOROU TUDO...
Fica-se mais distraído, não se realizam as tarefas normais com satisfação, só se pensa na pessoa e no mal que nos causou.
É como se o mundo deixasse de existir, e passa só a existir aquela pessoa.
Deitamo-nos e acordamos a pensar nela.
Completamente obcecados!
Fica-se ali a remoer o ressentimento que acaba em ódio.
Isto tudo leva a uma reação de raiva contra a pessoa em causa.
E também corre mal!
Também traz consequências, pois a seguir sente-se culpa, e agimos como loucos da cabeça.
Ficamos até mal vistos!
Mas vamos, então, supor que temos que lidar com essa pessoa diariamente, ou que vamos ter um evento onde essa pessoa vai lá estar.
Huhhh...
Complicado, não é?
Possivelmente, o segredo está na quantidade de importância que queremos dar a essa pessoa.
Quantas horas estamos disponíveis para absorver a sua presença?
É que se não arranjarmos MUITO RÁPIDO mecanismos de defesa, então iremos ter horas amargas pela frente.
Que mecanismos de defesa podem existir?
Eis alguns:
- Não mostrar os teus sentimentos a essa pessoa, de como te estás a sentir na presença dela.
- Passar o menos tempo possível no mesmo espaço que ela.
- Manteres-te a falar com os teus amigos, pois vais precisar de toda a ajuda possível.
Uma palavra que me ensinaram há muitos anos é em silêncio pensar:
Ahhh coitada! Pois, coitada!
Pensamento sarcástico, claro. Até te vai levar a sorrir.
Atenção, que isto tudo é quando já se passou a fase de confrontação e nada há mais a fazer em relação àquela pessoa.
Aí tu já decidiste se queres ou não aquela pessoa na tua vida!
Se a pessoa te perguntar se estás chateada com ela?
Resposta: Estou. Tiveste um comportamento violentíssimo para comigo a nível emocional.
Se a pessoa pedir desculpa, ai refletes se a queres ou não na tua vida.
Ora bem, se achas que a pessoa é extremamente manipuladora, então para quê aceitar as desculpas?
Uma resposta que eu daria seria:
Ahhh! Já não se trata de desculpar ou não! Já não vais a tempo! Já fiz o luto LOL
Mas até é isso mesmo, retirar uma pessoa de quem eras próxima da tua vida significa que vais fazer o luto.
Por isso, todas as emoções e reações que escrevi acima são normais.
O ressentir, obcecar, odiar, espernear... Até que chegas à aceitação!
O ressentir faz parte da negação:
Como foi possível fazer-me isto????
Odiar e espernear faz parte da raiva.
O obcecar faz parte da negociação:
- Fez-me isto... Se ao menos... Talvez se lhe disser isto ou aquilo...
O sentir-me em baixo com os acontecimentos faz parte da depressão/perda dessa pessoa na tua vida.
"Ahhhh coitada..." LOL esta parte já faz parte da aceitação.
Pois é, mas a verdade é que não há nada mais danoso quando uma pessoa se sente usada por outra.
Dá uma tristeza, uma vontade de desacreditar.
Do tipo:
Epá, foda-se! Enganou-me este tempo todo!
Como é que é possível????? Como é que é possível eu me ter deixado enganar????
Se formos a ver bem, nem foram essas pessoas que nos enganaram.
Fomos nós próprios porque desejamos que essa pessoa viesse preencher uma lacuna que está dentro de nós.
Não lidamos com a lacuna e pedimos ajuda... Resultado... Tornamo-nos vulneráveis a esta vampiragem emocional que anda por aí.
No final e vendo bem as coisas, possivelmente, estamos zangados connosco mesmo, por sabermos esta verdade.
Então, aqui, sim, aplica-se o perdoar-me a mim próprio.
Pode acontecer sozinho e com o tempo, mas eu tenho a solução mais rápida:
Procure um psicólogo e comece assim:
Sabe, eu durante toda a minha vida sempre tive este desejo de...
A pessoa em causa viu que eu tinha esse desejo e, então, fez e disse exatamente aquilo que ela sabia que eu queria ouvir, ou que fosse feito...
E esta, hein?
Pois, pois é!
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