09 junho, 2021 Foder de raiva
Quando a vingança se serve pila.
Quantas vezes não nos pegamos a discutir com alguém, mandamos a pessoa "se foder" e ficamos à espera que ela se dispa? Poucas ou talvez nenhumas, é verdade. Mas existe um segmento da população fodilhona que tira gratificação sexual de situações tensas de conflito, discussão ou até mesmo - naqueles casos mais extremos - de porrada. Quantas vezes andei eu à porrada na escola secundária e após ter apanhado com duas malhas em cheio nos olhos, pensei "gostava de ir ao cu àquele gajo"? Poucas ou talvez nenhumas. Máximo que podia acontecer era mandá-los para o caralho, mas não me estava a referir ao meu. O que há de atesoante no conflito então?
Atenção que é necessário fazer uma distinção entre "foder de raiva" e "make up sex". Este último é o que casais choninhas fazem depois de uma discussão sobre de que lado da pia se deve guardar o esfregão da loiça. É um tipo de foda muito específico usado em contextos muito específicos por gente pouco interessante. "Foder de raiva" é, por outro lado, algo que tem a mesma premissa (o conflito), mas ocorre enquanto se dá o confronto e não depois de estar tudo resolvido e é algo que pessoas - a meu ver - muito interessantes costumam fazer.
Imaginem que estão naquele momento do pico de tensão de uma discussão e, do nada, alguém mete o caralho na boca de alguém. Diga-se o que se disser, é uma óptima maneira de terminar uma disucssão, pois quem o tem na boca fica sem poder dizer mais nada e quem o meteu fica com medo que lhe mordam o nabo. Isto é uma situação win-win. Claro que isto é uma forma rude de explicar o que pode acontecer num momento destes, mas para efeitos científicos, testem esta abordagem na próxima vez que estejam a discutir com alguém. Seja com quem for: namorada, esposa, melhor amigo no café ou até com a vossa mãe. Prometo que, seja qual for o motivo da dicussão, rapidamente passará para segundo plano.
A verdadeira "foda de raiva" surge no calor do momento quando os dois intervenientes, num momento são de loucura, se apercebem de um pico repentino de tensão sexual e resolvem meter mãos à obra um com o outro. Poderá ser interpretado como um momento half-time da discussão ou então uma forma de continuarem a ofensiva, mas na horizontal. Não sei quanto a vocês, mas nada me dá mais prazer que foder um cu de alguém que há dois minutos me estava a mandar ir levar no meu.
Esta "foda de raiva" caracteriza-se por ser algo violenta e completamente ausente de carinho, amor ou compaixão, ou seja, uma foda como deve ser. Vale tudo, desde chamar nomes a puxar cabelos e arranhar, porque naquele momento, é como se aquelas duas pessoas se estivessem a agredir mutuamente, mas em vez de se usar as mãos, usa-se a piça e isso - NA MINHA MODESTA OPINIÃO - é bonito de se ver e se todos os casais resolvessem as diferenças desta forma, o caralho do flagelo da violência doméstica ia com os porcos. Mas uma larga maioria de homens prefere bater na cara de mulheres em vez de lhes dar uns valentes palmadões na peida e isso não é bonito, muito pelo contrário, é feio para caralho e deviam ter vergonha.
Nunca fodi de raiva, mas respeito quem o faça. É uma espécie de catarse alimentada a golpes de caralho e cuspidelas de meita. É sexo no seu estado selvagem, é como ver um leão na savana e um leão no Zoo. Ok que um leão num zoo é fixe (foda convencional), mas ver um leão a perseguir uma gazela em África é simplesmente espectacular (foda de raiva).
Boas fodas com ou sem raiva e até domingo.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.