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29 março, 2018 Sem ressentimentos

Naquela noite tive que me entregar àquele Homem...

Foi mais um dia em que ele chegou a casa e discutimos. Mais uma vez como tantas outras em que só se ouvem praguejos e lamúrias, acusações e ofensas e nada. Nada mais de novo. Nada mais que nos tirasse dali...

Sem ressentimentos

E como sempre, o elo mais fraco, fosse quem fosse daquela vez, virava costas e refugiava-se num canto da casa e o outro fazia o mesmo, porém naquela noite algo me feriu o orgulho de maneira diferente e eu senti que tinha que sair dali, respirar um ar diferente.
E saí.

Respirei fundo e a única coisa que pensei foi "se não me consigo encontrar tenho que encontrar alguém que me ajude". Naquela hora exacta, 4H36 da manhã, não foi uma amiga que me veio ao pensamento, foi alguém que sempre deixei no fundo da minha caixa de pandora. Alguém que sempre me quis, me desejou, sem qualquer afecto. Alguém que sempre olhou para mim como mulher, alguém a quem eu sabia que despertava todos os sentidos da carne.

Era ele que me ia proporcionar tudo aquilo que eu mais precisava naquele momento, o alívio da dor, da tristeza, da raiva mas principalmente seria ele que me iria oferecer todo o poder que eu precisava sentir, todo o controlo. Se não era capaz de gerir a minha própria vida ao menos alguém que me concedesse esse privilégio, manipular e controlar o momento, o meu prazer. E foi atrás disso mesmo que fui.

Bastou uma chamada e ele acedeu.
Veio ao meu encontro e após algumas palavras, mesmo que poucas, ele percebeu o que se passava e sabia exactamente o que a minha alma precisava: poder e concretização. Encaminhou-nos para o lugar que viria a ser o fruto do meu maior pecado e eu sempre sem nunca querer pensar deixei que ele me levasse consigo.

A adrenalina subia-me a cada instante que a sua respiração se aproximava, a cada olhar devorador que lançava sobre mim. Até que me agarra e me move sobre si como se eu fosse alguém que simplesmente se oferecia. E oferecia-me. Dei-me a tudo.

Cada peça de roupa que me arrancava sem a menor educação, cada açoitada que levava com mais e mais vontade, cada puxão de cabelos, deixava-me ainda com mais vontade que ele me arrebatasse da forma mais brutal possível.

Todos aqueles aqueles preliminares masoquistas me levaram a senti-lo. Ele não hesitou em mostrar-me a sua maior luxúria. Que gula. E ele, tão abonado e dotado de sabedoria feminina, conhecendo tão bem cada ponto de prazer do nosso corpo, fez-me sentir tão sua e a maior cabra. E tão bom que foi.

Que Homem esse, de pau impetuoso e cheio de certezas de tudo que só queria que eu lhe implorasse por mais, que só queria que o apertasse e puxasse contra mim, que o arranhasse até fazer sangue e lhe batesse. Todo aquele controlo que eu mais queria sentir, eu senti e ele sentiu.

Senti o seu pau durante 1, 2, 3 horas sempre sem parar e nem eu queria que parasse. Tão duro, aquele olhar absoluto em sintonia com a sua postura máscula e viril que me obrigavam e me convenciam, sem dizerem nada, que o que eu mais queria era pô-lo na boca, pois seria o doce que a vida me estava a dar depois de todos os dissabores. Tinha que aproveitar.

Chupava-o com tanta vontade ao mesmo tempo que metia os seus testículos na minha boca e o seu revirar de olhos só me davam a certeza de que estava no caminho certo. E por aí continuei...

Em outras perspectivas, de várias formas, em vários contornos.
Fora do carro estava completamente exposta a qualquer um que ali passasse. Enquanto não gritasse, ele não sentia o meu prazer nem que o seu trabalho estava bem feito. Tudo fez para cumprir a sua missão, pois ele também teria definido uma. Justo! Ele só queria que eu "acenasse a bandeira branca", desistisse por exaustão. Missão complicada essa, uma vez que me considero uma rapariga "difícil".

E esse momento chegou gloriosamente depois dele, o fim da nossa terapêutica sessão, depois de broches, canzanas e bons missionários à mistura e de tudo o que há para além disso. Chegou quando ele me deitou, amarrou, mãos e pés e me vendou. Eu estava mais aberta que as portas do paraíso estão para os inocentes que lá chegam. E quão pecadores nós fomos. Não havia mais tempo para paus duros e penetrações. Neste momento, ele só me queria derrear e eis que ele começa com a sua arte da oralidade ao mesmo tempo que aquele seu dedo curvado trabalhava arduamente dentro de mim. Quanta vontade de me contorcer e ele não me permitia.

Tudo terminou no momento em que ele fez a "sucção da minha vida", é assim que eu lhe chamo. Como eu gritei. Como uma atriz porno, mas na realidade. Cada vez que me lembro fico tão molhada...

E ficamos por aí em que a sua última cartada ainda seria dada, quando chupa cada vestígio do nosso prazer que ainda encontrava no meu corpo e me disse "Vou deixar-te em casa e vou levar o teu sexo comigo." Ele não queria apenas resolver o meu problema. Ele queria criar-me mais um, deixando-me viciada em si.
Acedi.

Quando voltei a entrar naquele espaço que há horas seria o último lugar onde queria estar percebi que não havia sinais de tormento. Ele já dormia. E eu continuei seguindo o meu orgulho. Tomei um duche, vesti o pijama e deitei-me.
Tudo aquilo que senti só me mostrou que estive no lugar certo e na hora certa, porque tudo aquilo que eu mais precisava era de ceder. Ceder por mim, ceder pelo meu próprio prazer e nada mais que isso. Só e apenas ali, entre dois corpos. E por isso eu iria dormir descansada.

Não me arrependo.

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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