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15 outubro, 2018 O silêncio

Uma língua que brincava com cada milímetro do pénis e uma garganta que periodicamente engolia-o todo...

O Carlos não percebeu a ideia dela. Estava a ficar chateado com o facto de saber pouco mais do que o nome dela. Caminhou para a porta de casa enquanto que nas suas costas arrancava o carro dela rumo não se sabe bem para onde. Os silêncios falam muito mais que palavras.

O silêncio

O Carlos era natural do Porto e estava há menos de um mês nesta sua nova vida. Saiu de casa dos pais e mudou-se temporariamente para Faro para aventurar-se num pequeno negócio local de turismo. Os amigos não compreenderam a sua decisão, uma decisão repentina e sem grande justificação, mas que para ele todo sentido fazia.

Nas ruas de Faro, bem próximo da Marina, localizava-se um pequeno café com esplanada onde o Carlos ia sempre depois de fechar a porta do negócio. As tantas vezes que lá foi foram mais que suficientes para já ser uma cara conhecida dos empregados e dos algarvios que ali faziam o mesmo: beber uma cerveja ao pôr-do-sol e começar desta forma o fim-de-semana.

Estávamos em Agosto e o Carlos lá estava, sentado com os seus calções axadrezados, sapatilhas desportivas, uma t-shirt preta e os seus óculos escuros. Nas mesas ao lado havia de tudo: velhos naturais da região, crianças a correr, turistas, casais e até pessoas sozinhas.

Estava uma tarde de verão solarengo, aquele calor típico do Algarve com o cheiro intenso da flora da região. A dada altura, aproxima-se o empregado de mesa para lhe entregar a cerveja que tinha pedido e “em anexo” um papel que dizia:

“Sempre aqui! Este é o meu número, liga-me que eu mostro-te outros locais do Algarve, já vi que és de fora.”

Aquele misterioso papel, o qual não trouxe nenhum comentário do empregado de mesa, criou apenas curiosidade em saber quem o tinha escrito.

Em casa, já com a noite a transformar-se em madrugada e um calor intenso que não deixava ninguém dormir, levou a que Carlos chegasse à conclusão que não tinha muito a fazer naquele momento. Podia ficar em casa, dar uma volta a pé, chatear alguém conhecido ou... ligar para o número do papel e ver se alguém atendia mesmo que fosse tarde.

A verdade é que não demoraram muito a atender, do outro lado da linha estava uma voz feminina, com boa energia e que atendeu dizendo logo:

“Olá Carlos.”

O próprio nem sabia como reagir visto que desconhecia quem estava ao telemóvel consigo, para mais desconhecia que essa pessoa soubesse logo o seu nome.

- “Desculpa ligar a estas horas mas não conseguia adormecer e pouco tinha a fazer...” - disse atrapalhadamente.
- “Não fales muito. Diz-me só se podes sair agora de casa e entrar no meu carro.” - respondeu-lhe aquela voz sedutora.
- “Mas não sei quem és e...”
- “Podes ou não?!” - interrompe-o abruptamente.
- “Posso.”

Quando o Carlos deu por ele já ele estava na Via do Infante a caminho de uma zona mais interior do Algarve. Enquanto pouco falava com a tal jovem, ia-se apercebendo que aos poucos estava a entrar numa zona rural onde a estrada era de terra batida e a iluminação era feita a partir da pouca luz das estrelas.

No carro a conversa era de circunstância, falou-se do tempo, das iguarias da região, das praias, mas nada se falava de cada um deles. Ele apenas conseguiu deduzir que ela estaria entre os 25 e os 28 anos.

Ela era morena, alta, com um bonito sorriso e um olhar profundo. A única coisa que sabia mais pessoalmente era o seu nome: Joana. O Carlos já lhe tinha contado um pouco da sua missão em Faro: sair de casa temporariamente, espairecer a mente e fazer um pequeno pé de meia.

Sem aviso prévio a Joana desliga o carro. O Carlos, meio atrapalhado porque não sabe o que esperar daquela pessoa disse-lhe:

“Não sei bem onde estou mas a vista é bonita.”

A vista era o oceano.
O monte era tão alto, o céu estava tão iluminado pela lua cheia e pelas estrelas que dava para ver o mar e até os navios que se aproximavam da costa para entrar na ria Formosa.

- “Sinceramente, nada disto que está a acontecer justifica-se. Nada está a fazer sentido.”
- “Tanta coisa, calma! Não te vou fazer mal nenhum.”

Disse primeiro o Carlos e depois respondeu a Joana.

Do nada, quando a conversa já tinha fluido um pouco mais do que estava até então, a Joana beija-o levemente. Usou a ponta da língua para depois contornar os lábios dele enquanto que ele nem sabia onde meter as mãos. A surpresa do beijo posterior a uma já longa conversa sem grande profundidade, onde o Carlos apenas agora sabia pouco mais que o nome. Todos aqueles acontecimentos o deixaram deveras confuso. Tanto que apenas lhe restava aproveitar o momento, pois questionar algo quebraria todo o clima.

A boca dela era macia, quente, que entrava na boca dele e o deixava em combustão. Da boca dele, a língua dela, viajou sorrateiramente para o pescoço dele e começou-se a perceber claramente quem estava a controlar toda a situação que se desenrolava dentro do carro.

Ambos com o tronco nu, pois o calor tornou-se ainda maior, as mãos dele já estavam na cintura dela enquanto que as mãos dela estavam agarrando nos seus cabelos.

- “Vamos sair do carro.” - diz a Joana.

Mal tinha terminado a frase já estava o Carlos a pegar nela em peso e a puxá-la para fora enquanto que a Joana sabia para onde o queria levar, para a frente do carro com a vista sobre a região.

Sorrateira, mais uma vez, voltou ao pescoço e desceu lentamente. Desceu enquanto deixava as suas mãos sobre o peito dele. A Joana sabia o que fazer, dizia muitas vezes ele.

Meteu-o na boca. Firme. Com toda a categoria. Com toda a vontade. Os olhos do Carlos só reviravam e a respiração dele subia a mil. Lá em baixo existia uma língua que estava a fazer maravilhas ao rapaz, uma língua que brincava com cada milímetro do pénis e uma garganta que periodicamente engolia-o todo. Toda a profundidade. Deixava-o já curvado para a frente para estar mais próximo daquilo tudo.

A Joana era uma Mulher que facilmente ficava húmida. Uma fraca no meio das suas pernas e nesse pormenor. Esse facto fez com que ela se virasse de costas para ele e esta já sem roupa nenhuma só queria ser penetrada assim mesmo em pé. O Carlos percebeu claramente isso e assim o fez.

Espetou-se nela e agarrou-lhe as mãos e os braços. Fez a Joana revirar olhos e gritar naquele espaço. Gritos que ninguém ouvia, pois a solidão de ambos era uma constante. Estiveram assim, em pé, ela de costas para ele, tempo suficiente para chegar um orgasmo para ela.

Em exaustão e a verdade é que o sol já se fazia notar, foram para dentro do carro. A Joana atirou-o para o banco de trás e quis ficar por cima para controlar agora a situação. Ali ficou, de frente, de costas, até sentada, virada para a zona frontal do carro. A par de penetrações fundas, batia-lhe na cara, arranhava-lhe o peito com as suas unhas. Ele, vidrado no seu maior ponte forte, o rabo: não o queria largar por nada. 

Os vidros do carro estavam cada vez mais embaciados e aproximava-se a recta final para ele. Ela, experiente na matéria, quis que ele se viesse na sua boca. Mas quis também que a sua língua trabalhasse no meio das pernas. O 69 era a solução e foi assim até ao final do acto. Ambos atingiram o clímax em simultâneo.

Os próximos cinco minutos foram de recarregamento de baterias e que permitiu ao Carlos para mergulhar nas suas questões sobre a foda com... uma desconhecida que pouca informação tinha revelado.

Vestiram-se, com calma e fora do carro. Vestiram-se enquanto ainda trocavam carícias. Vestiram-se ao som do “Sozinho - Caetano Veloso”. Ao entrarem no carro, o Carlos perguntou:

- “Mas..”
- “Não questiones nada. Respira, vá.” - Interrompeu-o e respondeu-lhe muito rápido.

Os quinze minutos rumo ao centro da vila de Faro foram feitos em puro silêncio. De um lado, o Carlos em plena confusão e do outro a Joana bem tranquila com o ambiente ali criado dentro do carro. A verdade é que, ambos, estavam bem satisfeitos com o que tinha acontecido ao luar. Ao chegar à porta da casa do Carlos, ouviram-se as primeiras palavras, neste caso dela:

“Podes sair. E não questiones nada.”

O Carlos não percebeu a ideia dela. Estava a ficar chateado com o facto de saber pouco mais o nome dela. Caminhou para a porta de casa enquanto que nas suas costas arrancava o carro dela rumo não se sabe bem para onde.

A história não tinha terminado ali, terminou quando o Carlos insistiu em ligar para o número do papel mas... tinha deixado de existir.

Alexa

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Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

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