21 décembre, 2018 Cuidados a ter na WebCam

Porque o seguro morreu de velho...

Esta semana deparei com uma notícia na nossa comunicação social que infelizmente não me surpreendeu até me admira não acontecer mais vezes. «Mulher do outro lado da webcam pede que o político exiba as partes íntimas, o que acaba por acontecer. A cena acabou por ser divulgada na Internet.»

«No vídeo, com dois minutos e sete segundos de duração, e ainda antes das imagens de teor sexual, é vista uma troca de mensagens entre o deputado e uma pessoa desconhecida, que aparenta ser uma mulher.»

Nesta notícia não existe qualquer informação que refira que a mulher em questão seja uma WebCamGirl, mas o conceito continua a ser o mesmo, foi feito um «show web» que foi gravado e divulgado e isso poderá acontecer com clientes que recorrem aos serviços de sexo virtual.

Não quero com isto dizer que o sexo virtual é um perigo que não deve ser usado, nem poderia dizer isso, afinal sou uma webcamgirl profissional, mas como profissional da área tenho muitos clientes que são figuras públicas e muitas vezes interroguei-me se não tinham medo que situações como esta acontecessem. Mas entendo, a tesão fala mais alto e este tipo de coisas só acontecem aos outros!

Fiz pesquisa no Google e encontrei outra notícia, esta fora de Portugal:

"Então ela perguntou-me se eu tinha uma webcam. Liguei o meu vídeo e perguntei: 'Eu posso ver você também?' Então ela ligou o vídeo e, quando eu olhei para ela, ela revelou-se ser muito bonita. Com uma garota assim, você perde a cabeça."

"Nossa conversa foi apenas via mensagem, pois, ela disse que a irmã dela poderia nos escutar. Enquanto teclávamos, ela disse-me que estava ficando excitada com a conversa."

"Eu estava achando que, por estar com a sua irmã, no sul do Líbano, ela estaria se sentindo frustrada por isso, estaria à procura de encontros sexuais pela Internet" .

"Então ela pediu-me para eu mostrar o meu pénis. Eu mostrei. Aí eu disse: 'Ok , sua vez.' Então ela deitou na cama, tirou a roupa e começou a se masturbar."

"Eu nunca tinha visto algo parecido. Foi tão fácil. Bom demais para ser verdade."

"Comecei a masturbar-me também. Ela disse-me para colocar a câmara no meu rosto, porque isso a deixava excitada. Então eu intercalava o vídeo, mostrando a meu rosto e o meu pénis . Após alguns minutos ela fingiu ter um orgasmo."

"Ainda nua, ela retornou ao teclado e veio conversar comigo. Ela perguntou-me o que eu faço e digo que trabalhava num mercado em Milão" .

" 'Ah, você deve ser rico,' ela respondeu." "Bem, eu vivo bem,' respondi." "Então ela disse que a sua irmã estava chegando. Vestiu-se e desconectou."

"Meia hora mais tarde recebi a seguinte mensagem via Facebook: 'Escute, eu sou um homem e gravei um vídeo seu se masturbando. Você quer vê-lo? Ele enviou-me. Era uma gravação de cinco minutos onde apareço-me masturbando."

"Então ele diz: tenho uma lista de amigos e familiares seus no Facebook – sua mãe, a sua irmã, os seus primos. Você tem uma semana para me enviar 5 mil euros. Caso contrário, eles receberão o vídeo."

Mais uma vez uma notícia que não me surpreendeu nada, e se pensam que isso só acontece aos outros, e fora de Portugal, enganam-se.

A mim aconteceu algo muito semelhante, eu era cam girl, mas só em sites, um dia cedi a uma proposta para realizar um show no Skype. Como eu nessa altura não fazia shows em Skypes não tinha perfil para o efeito, mas como era só para fazer aquele show em específico, ingenuamente usei um Skype pessoal naquela altura conectada às redes sociais.

No final do show recebi um email quase idêntico a esta conversa atrás referida. O homem mandou-me uma gravação do meu show, o meu link do Facebook e lista de familiares, e ameaçou enviar a gravação para toda a minha família caso eu não pagasse 150€.

Comigo a chantagem não surtiu efeito, eu ri-me, disse para ele enviar o vídeo, estava mal informado porque eu era uma webcamgirl profissional já há dois anos, mostrava a minha cara nos shows nos sites, por isso a minha cara já estava por toda a Internet e a minha família e amigos sabiam o que eu fazia, por isso não me fez diferença.

Mas ainda assim é chato, e claro quando comecei a usar o Skype de modo profissional apaguei da Internet todas as redes sociais privadas e comecei a ter preocupações mínimas, porque este tipo de chantagens são desagradáveis e desnecessárias no meu caso, mas no de clientes podem destruir carreiras, casamentos, famílias.

Por isso há que ter cuidados mínimos:

Para sexo virtual, usar os serviços de uma profissional, se uma rapariga que não conhece aparece nas suas redes sociais e mostra-se nua a troco de nada, como o texto indicava, é bom demais para ser verdade, recorrendo a uma profissional por norma tem o sigilo como regra.

Não mostrar a cara em shows web, excepto se já conhecer a pessoa com quem está a fazer shows e confiar nela.

Usar sempre número de telefone confidencial ou pré pago sem qualquer registo associado, hoje em dia há vários programas que identificam as chamadas assim que o telefone toca.

Não usem Skypes ou email que sejam possíveis de identificar o vosso nome pessoal ou a empresa onde trabalham.

Tenham especial atenção ao vosso cenário na câmara - políticos como o primeiro caso que relatei são facilmente identificáveis porque fazem os shows em gabinetes que têm as bandeiras atrás das secretárias. Tenham atenção para que o vosso cenário seja apenas uma parede branca ou que não tenham nada onde se possa identificar o local onde estão.

Cuidado com os meios de pagamento que usam:

- Paypal ao efetuarem o pagamento vai transmitir a vossa identificação, não usem caso não tenham uma conta com um nome falso específico para o efeito.

- Mbway - eu sei que está muito na moda, é automática, prática, eu também uso, parece um meio de pagamento perfeito, mas já repararam que quando fazem um envio de dinheiro através do número de telemóvel no extrato da rapariga aparece na descrição o nome idêntico ao que vocês têm no banco?! Não acreditam? Ora tentem receber dinheiro de um amigo ou familiar, consultem o vosso extrato e vejam o que aparece!

- De modo a preservarem a vossa identidade usem pagamentos por entidade e referência, Payshop ou Paysafecard - aí têm a certeza absoluta que o vosso nome não é transmitido à rapariga.