20 mai, 2016 Ecossexuais são os novos tarados!
A ecossexualidade é o novo fetiche sexual mais esquisito de sempre.
Há malta que anda a ter fantasias sexuais com a... natureza! Isso mesmo, com rebolar na terra, esfregar-se e enterrar-se nela ou em glory holes de compostagem, e com lambidelas e esfreganços em árvores e flores. Os ecossexuais são os verdadeiros kinky dos tempos modernos...
No campo dos fetiches sexuais mais comuns, quando se pensa em sexo imaginam-se chicotes, correntes, algemas ou pormenores dessa onda. Mas há por aí uma tendência nova que não tem nada a ver com isso, nem tão pouco com aquilo que a malta "baunilha" poderia alguma vez imaginar. É a ecossexualidade!
Os ecossexuais fazem da natureza sua amante, dando um novo e mais íntimo significado à expressão "amigo do ambiente"! As suas fantasias sexuais giram em torno de beijar e lamber a terra, de enterrar-se nela, de dançar em pelota em jardins, parques, praias ou em qualquer lado onde possam estar em comunhão com o ambiente, e de nadarem completamente nus.
E o Guia do Dirty Talk no sexo serve-lhes para suspirarem às plantas umas malandrices, usando as mãos e os dedos para explorarem essa ideia romântica e sexual. E, não se esquecendo do sexo seguro, usam preservativos nos dedos antes de tocarem nas flores!
As primeiras pessoas a usar este termo "ecossexual" terão sido as artistas Elizabeth Stephens e Annie Sprinkle, duas activistas que reclamam ter absoluta paixão e amor pela terra. Elas criaram o Movimento Ecologia do Sexo - "Onde a Arte encontra a Teoria encontra a Prática encontra o Activismo", conforme se diz na página destas duas mulheres.
Elizabeth Stephens e Annie Sprinkle também criaram o Manifesto Ecossexual que ajuda a entender um pouco melhor o universo em que estes novos kinky se excitam.
"Fazemos amor com a Terra. Sem pudor, abraçamos árvores, massajamos a terra com os nossos pés e falamos eroticamente com as plantas. Somos naturistas, adoradores do sol e observadores de estrelas. Acariciamos rochas, gozamos com cascatas, frequentemente admiramos as curvas da Terra. Fazemos amor com a Terra através dos nossos sentidos. Celebramos o nosso ponto-E. Somos muito galdérias."
"Para alguns de nós, ser ecossexual é a nossa identidade (sexual) primária, enquanto para outros não o é. Os ecossexuais podem ser LGBT, heterossexuais, assexuais e/ou outros. Estamos em todo o lado. Somos polimorfos e amorosos como o pólen... Somos todos parte e não separados da natureza. E por isso, todo o sexo é ecosexo."
Recentemente, os artistas Ian Sinclair e Loren Kronemyer criaram uma performances artística, para um Festival na Austrália, onde exploraram o conceito da ecossexualidade criando uma instalação interactiva chamada "Ecosexual Bathhouse" - algo como a "Casa de Banho Ecossexual".
Neste espaço, dividido em seis quartos, apresentaram-se performances ecossexuais com foco nos odores, na temperatura, na água e no vento, entre outros elementos da natureza. Um "trabalho de arte imersivo", como dizem os artistas com Ian Sinclair a apresentar o seu conceito do que é ser ecossexual.
"A ecossexualidade é uma identidade queer florescente que posiciona o ambiente como parceiro erótico. É um termo usado para descrever a orientação sexual onde a própria biosfera é o teu amante."
Na "Ecosexual Bathhouse" foi possível experimentar coisas como um glory hole de compostagem "tão fundo e húmido que vais querer vir-te e vir-te", uma zona para "brincadeiras com o vento", BDSM com picadas de abelha e a mais recente eco-pornografia em HD. Sorte dos que puderam por lá passar!
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)