10 octobre, 2021 O sexo pós-COVID
DescomPINAR...
Se bem que ainda nos custa arrancar a máscara da cara, estamos na recta final deste ano e meio de merda que modificou para sempre a sociedade. Para o bem ou para o mal, nada será como dantes e a fodanga não foge à regra. Mas que sequelas poderão haver para o chamado "karaté alentejano"? Que tipo de chavascal poderemos nós encontrar num mundo pós-pandémico? E que género de pessoas na cama serão estas que atravessaram confinamentos, restrições e demais coisas que ainda teimam fazer parte do nosso vocabulário? Acompanhem-me numa dissertação astrológica sobre a vida sexual dos portugueses nos próximos tempos.
É inegável que não vamos sair disto da mesma maneira que entrámos e basta pensarem que se andassem de máscara na rua em 2019 as pessoas iriam pensar "aquele dentista esqueceu-se de tirar a máscara da cara" e é assim que nascem os rumores de que uma pessoa ganha a vida a pedir que os outros abram a boca. Depois tivemos aqueles confinamentos que obrigaram as pessoas a ter apenas sexo com o parceiro e sobre essa tragédia humanitária ninguém fala. Foi o chamado céu da monogamia, porque à falta de melhor temos mesmo de chupar o nosso marido de 20 anos ou comer de canzana o camafeu da nossa mulher que em tempos já foi um canhão. Nesta perspectiva, o COVID pode ter ajudado alguns a redescobrir o prazer sexual da monogamia, para outros, um lembrete de porque é que gostam tanto de foder outras pessoas.
Mas nem só de pinanços monogâmicos se fez o COVID, porque assistimos ao nascimento de toda uma nova geração de pessoas e pessoínhas com a paranóia da higienização. Lavar as mãos, desinfectar as mãos, não tocar aqui, não tocar ali, enfim, conseguimos - inevitavelmente - assustar uma geração inteira de potenciais fodilhões e fodilhonas para os perigos dos germes, bactérias e vírus. Se bem que é sempre bom um gajo ter a pila desinfectada de bicharada, a boa fodanga carece de alguma "sujidade". Quando digo "sujidade" não me refiro a um gajo ter areia da praia à volta da piça ou restos de corn flakes na rata (daí ter empregue aspas, caralho!), mas sim aquela "sujidade" boa da foda: os cheiros do suor alheio, aquele odor de cona fodida ou aquela meita ressequida na cabeça do caralho de que tanta gaja adora limpar com a língua. E agora? Agora corremos o risco de estar de caralho teso e aparecer uma gaja com um doseador de alcoól-gel para nos barrar o caralho e quem já meteu aquilo nas patas sabe bem do ardor que pode causar.
As orgias também poderão ter sido afectadas, pese embora, temporariamente. Sim, todos ouvimos relatos durante a pandemia de orgias interrompidas pela GNR e todos nos sentimos solidários com aqueles fodilhões (até o GNR que já não tem quem lhe mame no cacete), mas agora que já não temos essas restrições, não significa que se continue a foder como se fosse 2019. Nem vou falar na possibilidade de obrigação de apresentação de certificado digital para se poder foder em grupo ou sequer na confusão que vai ser aquele pessoal que não quer deixar de usar máscara protectora juntamente com a máscara dos olhos para manter o anonimato e acabam por ficar parecidos com uma espécie de ninjas de picha tesa. Vai ser muito custoso enfrentar grupos grandes de uma só vez e não será de estranhar que algumas orgias parem subitamente porque alguém tossiu ou porque alguém chupe um caralho e diga que não lhe sabe a nada porque perdeu o sentido de gosto.
De momento são só estas as merdas de que me lembro, mas poderão haver mais. Ou então nada disto se vai concretizar e não tarda nada estamos todos a foder que nem animais novamente.
Até quarta e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.