08 avril, 2020 Diário da Quarentena: bater punhetas com as fodas dos vizinhos
Em tempos de quarentena, não se limpam piças.
Já ando a vender este peixe desde que Judas perdeu as botas, mas se vocês querem chamar a atenção dos vizinhos no caso de serem vítimas de violência doméstica por parte de algum grunho de picha pequena, basta começarem a gemer alto como se estivessem a foder que nem lobas da Alsácia. É garantido que alguém vos irá bater à porta e isso é triste o quanto baste, portanto, vamos mas é falar do que interessa neste momento ímpar da nossa História: vizinhos que fodem com o volume no máximo de goela gemedora.
Todos gostamos de barulheira de fodanga quando é connosco. Há aqui um certo egoísmo sexual que não me agrada, pois se eu gosto de ouvir uma gaja a gritar por estar a levar com ele como um caloteiro que deve dinheiro à máfia siciliana, deveria também gostar de ouvir quando outros o estão a fazer. Certo? Depende. Porque nesta altura de seca sexual para alguns, quem continua a comer, fala de barriga cheia e isso é fodido.
Mas as pessoas têm e devem continuar a foder ou um gajo corre o risco de começar a achar o gato ou o candeeiro atraentes do ponto de vista sexual e isso pode levar a que seja desenvolvido um trauma qualquer que irá culminar em que se fique com um barrote cada vez que se entre numa loja de animais ou na Moviflor. Temos de aprender a viver em comunidade sonora sexual nos próximos tempos, mesmo que vivas ensaduichado num apartamento rodeado de casais na flor da idade.
O que fazer no caso de estarmos em isolamento social com vizinhos extremamente dedicados à bela arte da fodanga?
Podemos fazer muito mais do que ficar a criticar na nossa cabeça enquanto damos murros na parede. Aqui vão algumas hipóteses que podem ou não considerar em seguir, tanto que eu percebo desta merda como de lagares de azeite.
Uma das hipóteses é imaginar que estamos a ver um vídeo porno sem imagem. Basta fechar os olhos e deixarmo-nos levar pela nossa imaginação. Se foi assim que todos começaram a bater à punheta antes da era da Internet, não custa nada fazer uma espécie de regressão. Há pessoal que paga para ouvir gajas a gemer e vocês estão-se a queixar? Deixem de ser coninhas.
Outra hipótese que acho ser bastante viável, é fazerem um diário sexual do vosso vizinho fodilhão. Apontem as horas, duração e nível de ruído. Tomem nota desta informação num Excel e apresentem-lhe um relatório semanal por email (chama-se teletrabalho). É uma maneira de manter a cabeça ocupada e estão a ajudar o vosos vizinho a maximizar a sua performance.
E há melhor coisa do que ser bom vizinho para o nosso próximo?
Sim, há. É ele convidar-nos para uma threesome no fim da quarentena. Mantenham a fé, meus amigos.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.