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24 février, 2016 Comer um gajo por “engano”

Não é preciso ir à Tailândia para ouvir algum relato de gato por lebre. Especialmente se a lebre afinal tem uma pila.

Eu? Eu não. Nem estou a dizer que isto também te aconteceu, mas que já aconteceu a muito boa gente lá isso já. Vamos primeiro começar por dizer que existem enganos e existem “enganos”.

Comer um gajo por “engano”

Parece que é bastante mais comum do que se pensa este tipo de situações e muitos de nós temos uma história que conhecemos ou ouvimos falar.

Mas vamos lá esclarecer o que é comer um gajo por engano!

1) Comer um gajo por engano: andares uma noite a enfrascares-te até ao ponto de já não conseguires ver ponta de um corno à frente e não reparares na maçã de Adão, mãos grandes e voz grossa da Jessica. Que depois vimos a descobrir se chamar Paulo.


2) Comer um gajo por “engano”: andares uma noite a enfrascares-te até um ponto que ainda estás com alguma noção do que fazes, mas desinibido ao ponto de ter uma experiência nova.

Estou a mentir? Acham que não há muito bom gajo que se encaixa em ambos os pontos? Há sim, meus amigos. E atenção aqui noutro ponto: eu sou um libertário sexual, ok? Eu acho que sexo deve haver entre homem e mulher, homem como homem, mulher com mulher, homens com mulher, mulheres com homem e mão com homem. É o vale tudo. Desde que seja consentido, só não vale arrancar olhos (e mesmo assim, um gajo tem dois e pela foda certa sou capaz de ceder um ao castigo).

O estigma que existe que uma experiência fora da nossa orientação sexual nos torna homo ou hetero (consoante o caso) é estúpida e machista. Sim, eu disse isto. Se um gajo quer quer comer outro por desporto, que o faça. Foda-se, ao menos não morre estúpido. É que estes pressupostos não se colocam para o lado delas e uma gaja pode andar a comer as amigas que todos acham muito giro e sensual. E se eu quiser comer os meus amigos? Eu não quero, mas gostava de ter essa opção, porra.

Querem um caso real da vida real? Nos meus tempos da vadiagem nocturna pela 24, saía muito em grupo à caça de… cona. Não sei dizer de outra forma. Numa noite, o meu grande amigo Ramada, enfrasca-se mesmo demais. E o Ramada é daqueles do ponto 1: confundiu o que eu e os outros vimos a milhas. E por muito que eu e os outros fossemos lá aos sofás da discoteca dizer “puto, tás a comer um gajo. Sabes disso, não sabes?”, ele ainda nos respondia com uma pedra na mão. Então lá deixámos o Ramada mamar na boca da “amiga”. Dia a seguir? Pois é, o Ramada não se lembrava de nada mas nós todos sim. Até hoje, qualquer discussão com o Ramada acaba sempre da mesma forma: “epá ó Ramada… vai para o caralho que tu já comeste um gajo!”

E ele cala-se.

Infantil? Sem dúvida. Divertido? Sempre. Se achámos que isso mudou o Ramada ou a nossa opinião dele? Jamais.

Comam quem vocês quiserem sem remorsos, foda-se. Estamos em 2016.

Boas fodas seja com quem for e até domingo.

Noé

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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