10 février, 2022 O patrão e a empregada - Parte IX
Uma prenda de aniversário...
A minha amada sossegou e ainda precisámos de um par de horas antes de regressarmos à acção. Sim, porque a noite não ia assim tão longa, os dois paus permaneciam firmes e hirtos e ainda não era tarde para acontecerem coisas. Afinal, o mundo de Aurora só agora tinha começado e só agora os efeitos do seu big bang começavam a revelar-se...
A partir do momento em que as fronteiras virginais do pudor foram quebradas, mesmo sem conversarmos sobre isso, tanto Aurora como eu assumimos que estávamos numa relação.
Não era que pensássemos em compromissos a longo prazo, nem sequer que não quiséssemos estar com outras pessoas, como a nossa última aventura confirmava. Simplesmente queríamos estar juntos e se por acaso se manifestava o desejo de estar com terceiros, não imaginávamos fazê-lo um sem o outro.
Depois da noite com o meu amigo Artur, outras se seguiram, em moldes muito semelhantes.
Como não tinha outros conhecimentos a quem me atrevesse a pedir para comerem a minha amante, pois no meu círculo social esse tipo de coisas não se comunica, nem abertamente nem na intimidade, começámos a engatar estranhos.
Íamos a pubs, discotecas, eventos culturais… Eu seduzia-os com a conversa, ostentava poder económico e semeava no seu cérebro possibilidades exóticas e experiências maravilhosas. O álcool fazia o resto.
Quando a atmosfera já estava quente, chegava Aurora, que os seduzia com o corpo e o seu ar cândido.
Se assim mesmo não era suficiente, se a mensagem não passava tão claramente como pensávamos, bastava a Aurora levantar a saia e baixar ligeiramente as cuecas, mostrando ao interlocutor que, se ele quisesse, não haveria obstáculos a remover.
Depois de ver o material, não havia como voltar atrás. Poucas vezes falhava...
De todos os prazeres que Aurora experimentara nos últimos meses, os meses da sua verdadeira iniciação, nenhum a satisfazia mais que ter dois caralhos a preencher-lhe os dois buracos inferiores.
Para ela tornara-se uma questão de equilíbrio, de harmonia sensual. Mesmo quando estávamos sozinhos, já não dispensava o vibrador – que, de resto, acabávamos os dois por usar.
Como tudo era novo e fresco, e bastante tórrido ao mesmo tempo, passávamos a maior parte dos dias em casa, a foder ou a experimentar práticas sexuais diversas sem penetração.
Às vezes decidíamos segurar o orgasmo e saíamos desvairados para a rua, como dois adolescentes, sempre a brincar, sempre a levar mais longe a nossa ousadia pública. Gostávamos de chocar os outros, ou melhor, Aurora gostava e eu seguia-a.
Se, por exemplo, uma empregada de restaurante nos confundia com uma família, atirava-se a mim aos beijos na boca e esfregava-me lascivamente o peito, enquanto libertava cirúrgicos gemidos infantis. Mas para a maior parte das pessoas chegava a nossa atitude apaixonada para os chocar com a nossa diferença de idades...
Esta adrenalina deixava Aurora louca e quase sempre acabávamos numa casa de banho ou outra acomodação pública, com ela a lamber-me o caralho, primeiro, antes de empinar o rabo e abrir as duas suculentas bochechas anais para que a enrabasse.
Uma vez cheguei a ir-lhe ao cu no lounge de um hotel, porque não estava ninguém a ver e ela não aguentava esperar até chegarmos ao quarto...
No início gostava de sentir os meus esguichos dentro do rabo, quando me vinha, mas passado um tempo passou a pedir que me esporrasse para cima dela. Gostava de sentir as minhas jactâncias, o peso morto da esporra a cair-lhe na pele, quente e viscosa.
Fazia-a sentir suja, impura, libertada, e adorava a sensação. Nessas situações, quando lhe ia ao cu e lhe espremia o leitinho no rego ou nas nádegas, guardava as cuecas na mala e, como usava sempre saia, ia a escorrer nhanha pelas ruas.
Fazia-o para continuar a excitar-se a si própria. Ficava em delírio com a sua perversão, já para não falar dos arrepios na pele, pingada do meu esperma, ao apanhar o ar fresco. Por vezes tinha que parar a um canto, num beco ou num vão de escada, para se masturbar. Eu ficava a vigiar.
Quase todas as noites, quando íamos para a cama, antes de ela mudar para a dela, pois continuava a querer dormir sozinha, estava tão assada na cona e no cu que já nem queria foder. Mas continuava em fogo e a requerer actos que lhe alimentassem a chama.
Então fazia-lhe longos minetes, que a levavam a inúmeros orgasmos arrastados e poderosos. Aurora era uma besta do amor, uma máquina humana de sexo.
Uma noite adormeceu enquanto lhe lambia a racha e ainda assim veio-se na mesma. Até a dormir queria foder.
E no entanto, quando já nada parecia surpreender-me relativamente à libertação sexual de Aurora, ela conseguiu deixar-me, mais uma vez, de cara à banda.
Foi no meu aniversário e tínhamos combinado não fazer nada de especial, a não ser ficar em casa e produzir orgasmos um ao outro.
Mas a meio da tarde, como num impulso, obrigou-me a levá-la a uma loja de lingerie, onde queria comprar algo para apimentar a noite.
Mal chegámos fiquei surpreso pela familiaridade com que cumprimentou a funcionária, uma mulher de uns 30 anos, de estatura baixa, de pele dourada e cabelo claro, frisado como pêlo de ovelha.
Chamava-se Flora, conforme dizia a placa metálica que exibia no peito, muito próximo de um mamilo sobressaliente, tão rijo que repassava o tecido do soutien e da camisola ao mesmo tempo. Curiosamente, não se via o seu irmão gémeo, o que de alguma forma me pareceu desequilibrá-la.
Flora tinha uns enormes olhos verdes e o seu tom safira, em contraste com o café da pele, fazia com que o seu rosto parecesse iluminado. Não era apenas bonita, era extravagantemente linda! E Aurora estava a beijá-a lascivamente nos lábios, obtendo resposta proporcional do outro lado.
Desta vez, Aurora não quis que eu fosse com ela para o provador, como fazia sempre.
Queria surpreender-me, disse. Assim, deixou-me sozinho com a bela funcionária, que rapidamente e sem qualquer pudor, se chegou ao pé de mim:
– Trate bem desta, porque tem ali uma coisa rara.
– Não precisa de mo dizer. Eu sei.
– Eu sei que sabe.
– Faço tudo por ela. Tudo o que ela quiser.
– Isso não sabia. Não o incomodo mais...
E afastou-se com um sorriso, que não percebi se era enigmático ou apenas alegre.
No regresso a casa, com dois dedos meus enfiados na rata enquanto conduzia, Aurora falou de tudo e mais alguma coisa, mas nada sexual.
Para quem convivia a seu lado há meses, não podia deixar de achar estranho. Nunca estava 10 minutos sem falar de caralhos, de conas, de broches, de enrabanço.
Era um processo de desenvolvimento, de evolução; andava a experimentar as palavras, anteriormente proibidas, que toda a vida achara ofensivas, perversas, doentias, e por isso repetia-as a todo o momento, como se quisesse ter a certeza de não perder nada do gosto que podiam ter.
Não se cansava disso, não se calava e eu não lhe pedia para parar: dava-me tesões de partir cus e acabava inevitavelmente a saltar-lhe para cima e a fazer isso mesmo.
E no entanto, agora dissertava alegremente sobre ameixas vermelhas, teatro de sombras e política ambiental. Não são só as mulheres que têm um sexto sentido: algo estranho se passava.
Mas mal entrámos em casa, largou os sacos e, como se tudo estivesse normal, desapertou-me a braguilha e começou a chupar-me o tarolo.
Foi a primeira vez que lhe disse:
– Amo-te.
Não sei porque aconteceu nesse momento. Apenas saiu.
Quero acreditar que ela disse que também me amava, mas como tinha a boca cheia de caralho não fiquei inteiramente convencido...
– Mehmmehmemqeahmmomm.
Depois do broche, claro, fodemos. Após o que lhe fui ao cu. A seguir foi-me ela a mim. Finalmente, lambi-lhe a cona e enquanto ela se vinha, esporrei-me para as mamas dela.
Quando me perguntou se estava satisfeito, respondi com toda a minha sinceridade que nunca tinha sido mais feliz; que não havia nada no mundo que pudesse acrescentar felicidade à minha felicidade, porque ela era total!
Até me vieram lágrimas aos olhos…
Em resposta, Aurora riu-se na minha cara, o que me ofendeu um pouco. Mas ela era assim, virava rapidamente o jogo e isolava-se no comando das operações:
– Então acho que é a melhor altura para te dar o teu presente!
Fiquei vagamente perplexo. Ela já vestira a lingerie, eu já lha despira, ambos já nos tínhamos esporrado forte e feio… A meu ver, ela já me dera as prendas todas, e não apenas isso, fizera-me sentir um rei ao recebê-las. O que mais me poderia dar?! E no entanto...
– Esta noite quero que durmas comigo, no meu quarto, na minha cama...
Mais uma vez emocionou-me. Se ela dava esse passo, ela que sempre fora tão ciosa do seu espaço, só podia ser porque me amava. A sua cedência territorial era a declaração inquestionável de que me queria nos seus anexos.
– Anda – disse, pegando-me na mão.
Conduziu-me pelo caminho até à alcova dos futuros delírios, bandeando as suas nalguinhas de coelho que eu tanto adorava, e abriu a porta.
E lá dentro estava Flora, a funcionária da loja de lingerie. Em cima da cama de Aurora, de rabo empinado, virado para a porta, a dar chapadinhas de dildo na cona… Parecia o anúncio a um desentupidor vaginal e até me pareceu ouvir a musiquinha.
Flora sorria como se tudo não passasse de uma brincadeira. Mas a posição precária desmentia que fosse uma mera partida. Todo o redor da sua racha brilhava, denunciando o óbvio prazer que sentia na própria estimulação.
O corpo acompanhava-lhe a fluidez. Quando se mexia, ou melhor, contorcia, parecia toda ela um corpo líquido, preparado para rebentar represas. Uma daquelas visões que levamos para o caixão.
Olhei para ela e depois para Aurora, depois para ela e de novo para Aurora, confundido e com o caralho mais erecto que o mastro duma bandeira.
E Aurora, com a sua carinha inocente, disse-me simplesmente:
– Parabéns.
O patrão e a empregada - Parte X
O patrão e a empregada - Parte I
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com