08 mars, 2021 Enclausurada
Ouvia-o ofegante...
Continuamos em confinamento. Estamos agora no dia 236. Sinto a falta de um abraço, de um carinho, até sinto falta dos encontros falhados que passei. Sinto falta de passear no parque, descalça, sentindo a brisa do vento a passar entre os meus finos fios de cabelo, sentindo a relva húmida nos pés. Sentir-me livre.
Derivado a esta situação atípica, pelo que todos fomos apanhados de surpresa, isto quem não segue muito a comunicação social porque está demasiado envolvida no seu trabalho. Devido a esta situação pandémica os postos de trabalhos já não se encontram garantidos, de um momento para o outro podemos ser dispensados. Como eu, estão milhões de pessoas, tanto no meu país como ao redor do mundo. Ansiosas, stressadas em saber quando vamos sair desta situação.
O surgimento de uma vacina contra este vírus tão feroz veio dar-nos uma pequena luz ao fundo do nosso túnel, que simboliza a nossa espera pelo regresso à normalidade.
Faz três semanas que troco mensagens com um tal de UrsinhoCarinhoso_69 num chat online. A conversação foi aumentando de intensidade das temáticas escolhidas, e chegámos até a fazer umas videochamadas bem “calientes”.
Aquele nickname ao início deixou-me um pouco de “pé atrás”, mas com a lábia e o correto uso da Língua Portuguesa, ele lá me convenceu em trocarmos de contactos telefónicos e deixarmos aquele chat roulette.
O meu telemóvel vibra.
“Mensagem do seu Ursinho Carinhoso. Quero-te ver, my lady.”
Fiquei boquiaberta com aquela mensagem. O filme todo daquela história do meu relacionamento com o UrsinhoCarinhoso_69 passou-me à frente dos olhos, e não tinha um final feliz. O gajo não era normal.
Respondo-lhe passados alguns minutos... Depois de pensar seriamente onde me ia meter, assim que decidisse enviar esta mensagem.
“Não preferes ligar?”
Sem chamada e sem mensagem. Foi como eu fiquei, contudo sentada no meu sofá, pois claro.
- Está na hora de um Ben & Jerry. – digo em voz alta enquanto fecho o portátil.
Fui até à cozinha. Abri o congelador, olhei lá para dentro e visualizei as várias variedades de gelados que lá tinha.
- Cheesecake?… Brownie?… – continuava sem saber o que escolher – Cocô?… Caramelo!!
De volta ao meu sítio predileto, o sofá, com a minha bola de pêlo – o Archie – bem colada a mim a ver se pinga alguma coisa para o seu lado, delicio-me a comer. Bem refastelada nas almofadas do sofá, colocava a colher na boca e rodopiava a língua à sua volta para retirar o gelado, mas a minha mente estava noutro lado enquanto o fazia.
O meu telefone começa a tocar.
Quando alcanço o telemóvel vejo no nome “Ursinho”.
Atendo, mas fui apanhada de surpresa numa videochamada. Ainda digo um “Olá”, mas rapidamente me calo e começo-me a encaminhar de novo para o sofá. Sem tirar os olhos do ecrã do telemóvel, sento-me e recomeço a comer o gelado de caramelo enquanto observo atentamente.
No meu ecrã, apenas se via um grande pénis a ser acariciado. Ouvia-o ofegante.
Lambo lentamente a colher do meu gelado enquanto o oiço.
- Geme para mim querido. – digo-lhe.
Ele começa a aumentar um pouco o volume da sua respiração ofegante, vejo-o a apertar o pénis com mais força, a velocidade dos seus movimentos a aumentar e a minha temperatura corporal começa a subir.
Fico a vê-lo a masturbar-se até ao fim. Não trocamos uma palavra.
Atinge o clímax. Oiço o seu respirar acelerado a tentar-se recompor.
A chamada termina.
Fico com cara de parva a olhar para um ecrã a mostrar-me as horas. “ENTÃO?!”, grito na minha mente.
Ver um pénis daquela envergadura no meu telemóvel deixou-me cheia de vontades e de desejos. Contorço-me sentada no sofá.
- Opá… Olha! Come mas é gelado que isso passa.
Lá continuei a rodopiar a língua na colher cheia de gelado, enquanto pensava era em como eu desejava ter aquele pénis gordalhão a encher-me a boca!
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...