27 novembre, 2020 A filha cativa
Com um início tão prometedor, nada me poderia ter preparado para o que se seguiu…
A crise ataca-nos a todos e 20 anos depois de ter saído em busca da minha independência, fui obrigada a voltar a casa dos meus pais. A ideia estava longe de me agradar, mas então a vida não tinha mais alternativas para mim e tive que aceitar a única opção possível.
Os meus pais tiveram uma única filha, esta que aqui vos fala, e pertencem àquele tipo de pessoas que veneram antes de tudo o mais a sua rotina. Assim, foi com surpresa que me vi recebida de braços abertos e com uma alegria que me pareceu sincera. Nunca foram as pessoas mais afectivas do mundo, mas sensibilizou-me a forma como aceitavam uma nova presença em casa que, necessariamente, lhes iria alterar os hábitos.
Com um início tão prometedor, nada me poderia ter preparado para o que se seguiu…
O meu velho quarto há muito fora recondicionado para outras ocupações e a única divisão disponível para acomodar uma cama, e pouco mais que isso, era a velha despensa que o meu pai em tempos, quando se falava da hipótese duma guerra nuclear, havia transformado numa espécie de bunker. Era uma instalação de construção tosca mas de uso eficaz. Paredes reforçadas, sem janelas, uma porta que parecia de um cofre de um banco. Tinha, realmente, o problema do espaço: lá dentro mal dava para guardar as malas – e nem pensar em abri-las.
Em criança dormira ali umas sestas. Era óptimo pois, uma vez fechada a porta, não havia som que penetrasse lá dentro. Mais tranquilo era impossível… Todavia, agora provocava-me um sentimento claustrofóbico. Com um arrepio na espinha agradeci de qualquer forma, pois não tinha escolha.
A minha mãe tinha-me trazido um chá e bebi-o enquanto me tentava instalar o melhor possível. Tinha acabado de colocar os retratos quando me senti cheia de sono. Acabei por me encostar um pouco na cama e adormecer.
Não sei quantas horas passaram mas acordei paralisada, sem conseguir mexer-me. Demorei ainda uns instantes a perceber o que se passava: cada um dos meus membros estava amarrado a um dos cantos da cama! E o pior de tudo: encontrava-me completamente nua! Alguém me despira enquanto eu estava apagada…
Instintivamente tentei gritar, mas apenas para descobrir que alguma coisa me tapava a boca. Sentia-me completamente indefesa, em pânico crescente, quando ouvi uma voz grave e calma:
– Acordaste, querida?
Reconheci imediatamente o meu pai.
– Como te sentes?
Era a minha mãe.
Eu tentava soltar-me e gritar, tentando acordar daquele pesadelo. Não conseguia nem uma coisa nem outra.
Foi quando senti o peso de um corpo subir para cima do meu. O meu pai meteu a cabeça entre as minhas pernas e começou a lamber-me. Enquanto isso, a minha mãe apalpava-me e mordiscava-me as mamas.
Estiveram assim um bocado até o meu pai me abrir violentamente as pernas e começar a penetrar-me.
O meu pai sempre foi de constituição forte e senti-me esmagada pelo seu peso. Quanto à arma que me rasgava, era comprida e muito dura e entrou toda duma vez.
Ficou uns segundos lá dentro, até que começou a meter e a tirar repetidamente, sempre aumentando a velocidade.
Subitamente soltou um urro e senti um mar de líquido quente inundar a minha vagina.
– Obrigado, minha querida. Há muitos anos que queria fazer isto. – disse, beijando-me na boca paternalmente.
– Eu fico um bocado com ela – disse a minha mãe.
Ouvi o meu pai sair arrastadamente e a minha mãe começou a acariciar-me a cara. Depois levantou-me a cabeça:
– Vá, bebe isto para dormires bem.
E deu-me do mesmo chá que tinha bebido anteriormente.
No dia seguinte acordei com a cona toda inchada. Tanto mete e tira sem lubrificação tinha-me deixado as peles inflamadas. Para compensar, tinham-me desamarrado.
Aos pés da cama tinha um tabuleiro com comida. Comi e bebi tudo o que havia. A dada altura comecei a sentir-me estranhamente tonta e percebi que deviam ter posto na comida o mesmo que tinham posto no chá. Sem capacidade para lutar, voltei a cair como uma pedra.
Já não foi uma surpresa muito grande quando despertei e notei que estava de novo amarrada, mas agora de bruços. Conseguia mexer as pernas, as amarras permitiam-mo. Mas os braços estavam amarrados muito junto das colunas da cama e o mais que conseguia era apoiar-me de joelhos. Se tentava soltar-me, basicamente só conseguia balançar o cu.
Nessa altura não sabia que estava a ser observada, pois encontrava-me de costas para a porta. Portanto, apanhei um susto de morte quando voltei a ouvir a voz do meu pai. As suas palavras deixaram-me ainda mais aterrorizada:
– Digam boa noite, senhores.
E um mar de vozes masculinas, vozes negras e famintas, respondeu em coro:
– Boa noite.
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com