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07 Diciembre, 2024 Não evoluímos porque nos repetimos

Foi-me pedido um trabalho de análise crítica. Eu sabia o que ele queria, mas resolvi desafiá-lo...

Eu já tinha reparado que vivemos num mundo de teses, onde todos os assuntos importantes são abordados em forma de tese e não em sabedoria, ou até mesmo as experiências vividas pelos outros. Falam, falam e no fim, nada dizem! Escrevem sobre artigos já escritos, falam de direitos e Constituição e depois, o que era bom, a verdade, não se aborda porque ninguém quer saber a tua opinião.

 

Não evoluímos porque nos repetimos

Foi-me pedido um trabalho de análise crítica e para interligar pontos. Eu sabia o que ele queria, mas resolvi desafiá-lo, como quem diz: vamos à verdade destas leis e Constituição!

Então, escrevi:

Escolho eliminação contra a violência doméstica

É importante haver um organismo que combata este flagelo. Ainda assim, não sinto que se esteja a levar isto muito a sério.

Apesar de termos as associações, como a APAV que protege estes direitos, quando vão a tribunal são poucas as que são validadas. O estigma existe e a voz das mulheres ainda é muito baixa.

A violação contra as mulheres constitui uma violação dos direitos humanos. É um faro, mas depois, deixe-me dizer-lhe como isto realmente funciona:

  1. A vítima faz queixa à PSP e tem que dizer, oralmente, o que lhe foi feito.
  2. O processo segue para a investigação criminal, para outras pessoas que querem de novo ouvir as queixas dessas mulheres – o que lhe fizeram e os nomes que lhes chamaram. Como se não fosse suficiente, apresentam à vítima um questionário, onde vêem a gravidade do que se passou. Uma das perguntas é se o agressor insiste em ter relações sexuais com a vítima, mas nunca lhes ocorreu perguntarem se o agressor recusa relações sexuais como forma de castigo à vítima.
  3. Caso haja dano físicos visíveis seguem para a Medicina Legal e, mais uma vez, as vítimas têm de repetir tudo. O sentimento de impotência que sentem e a vergonha são enormes! A meio já se sentem culpadas por estarem a falar mal do agressor e acabam a retirar a queixa.
  4. Segue para o MP que, mais uma vez, questiona a vítima e onde têm de repetir tudo de novo.
  5. Por fim, o juiz que a senta numa cadeira de frente para ela sem uma mesa. Todos ali têm uma mesa de apoio - o juiz, o procurador, o escriturário e o advogado do réu, mas a vítima que tem de se expor novamente, não tem onde se apoiar. Está de frente, sentada, sem nada, como se estivesse nua perante aquela gente toda, que está ali a tentar descodificar se há danos ou não.

O mais importante é que haja danos físicos visíveis para obter provas e esquecem-se que o maior dano é o abuso emocional que provoca stress pós-traumático para uma vida toda.

Após isto, pergunto eu: todas estas vezes que a vítima tem de repetir a sua história a estes estranhos todos, não é também um abuso emocional?

Fim

Recebi como resposta que o trabalho não foi validado. Como tal, resolvi escrever o que ele queria ler...

Importância das instituições e do direito para as vítimas de violência doméstica

O problema da violência doméstica é sério e complexo. As instituições e o sistema legal desempenham um papel fundamental na proteção das vítimas e na construção de uma sociedade mais justa.

Por que é que as instituições são importantes?

  • Acesso à justiça: As vítimas podem buscar medidas protetivas e responsabilizar os agressores.
  • Apoio e assistência: Centros de apoio oferecem acolhimento, orientação jurídica e psicológica.
  • Prevenção: Políticas públicas e campanhas de conscientização ajudam a prevenir a violência.
  • Mudança cultural: As instituições podem promover a igualdade de género e o respeito aos direitos humanos.

Quais os direitos fundamentais das vítimas?

  • Direito à vida, à integridade física e psicológica, à segurança, à igualdade e à justiça.

Principais desafios

  • Subnotificação: Muitas vítimas não denunciam por medo ou vergonha.
  • Falta de recursos: Os serviços de apoio são insuficientes.
  • Impunidade: Muitos agressores não são punidos.
  • Preconceito e discriminação: As vítimas enfrentam dificuldades para serem ouvidas e acreditadas.

O que podemos fazer?

  • Denunciar: É fundamental denunciar qualquer caso de violência.
  • Buscar ajuda: As vítimas devem procurar apoio em centros especializados.
  • Apoiar as vítimas: Mostrar solidariedade e incentivar a busca por ajuda.
  • Participar de campanhas: Ajudar a disseminar informações sobre a violência doméstica.
  • Exigir políticas públicas eficazes: Pressão para que o governo tome medidas efetivas.

Em resumo...

As instituições e o direito são essenciais para proteger as vítimas de violência doméstica. Ao garantir o acesso à justiça, oferecer apoio e promover a mudança cultural, podemos construir uma sociedade livre da violência.

...

E pronto, esta versão foi validada!

Mas, terei cometido um erro em desafiá-lo?

Para ser validada cometi, mas para o mundo não, pois recebi no chat, imensas mensagens dos meus colegas a agradecer a minha coragem.

E a verdade é esta mesmo! Hoje em dia, há uma necessidade de se ouvir a verdade em vez de teses sem alma, que não são mais de que um copy and paste.

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