06 Enero, 2019 Dia de Reis
Desmontar a árvore, montar a esposa.
Povo lusitano que fodeis para lá da Taprobana, emprestai-me os vossos ouvidos e olhos nesta dissertação sobre foda medieval. A foda, tal como os dinossauros, não era bem como a conhecemos hoje. Era giro que pudéssemos encontrar fodas em fósseis para que pudéssemos estudar as fodas passadas, mas não. A foda, tal como os dinossauros, era uma coisa proibida pela Igreja, daí não haver um grande acervo de registos que nos possa oferecer uma perspetiva científica de como a foda se processava nos tempos dos Reis.
Que o rei fodia quem ele queria menos a Rainha, isso todos sabemos. Que a Rainha fodia com todos os próximos do Rei, nós também suspeitamos. Os príncipes, digo eu, levavam no cu. Alguns deles, pelo menos. Portanto, a corte fodia que nem gente grande, excepto o bobo. Esse estava fodido para foder porque ninguém quer foder um gajo cujo talento é usar um chapéu pontiagudo com bolas de Natal enquanto faz malabarismo.
Mas como é que as pessoas comuns fodiam? O povo. Eu, tu, eles.
Estão a perceber? A esperança média de vida era bastante curta, a higiene era coisa do futuro e, sejamos honestos, propor a quem quer que seja para nos mamar no caralho devia dar direito a sermos queimados numa fogueira. Bendita mulher que se lembrou de mamar num caralho a primeira vez, pois merecia uma estátua.
Como? Como é que se processava? As pessoas iam jantar fora e depois iam dar um pezinho de dança?
Não. As pessoas estavam ocupadas a tentar não morrerem de peste negra ou gripe espanhola. Devia ser muito complicado tentar foder alguém por desporto nesta época, tanto que por norma a primeira pessoa com quem nos deitávamos era para o resto da vida que poderia muito bem ser mais dois ou três anos a seguir a esse evento.
Despir uma gaja daquele tempo devia ser uma carga de trabalhos, não apenas pela quantidade de saias que elas usavam mas também pelo cheiro a vinte mil peixes podres que deviam tresandar. Naquela altura não havia sabão, minha gente. Nem quero pensar com o que é se limpavam, mas suspeito que era com o que tivessem à mão: plantas, pedras, gatos, etc.
Uma coisa a favor seria a falta de expectativa de prazer. Não haviam blogs a explicar as dez melhores formas de atingir o orgasmo. Um gajo metia, meia dúzia de bombadas e elas iam a correr contar às amigas que tinha sido o sexo da vida delas. Depois morriam passado uma semana de peste negra, mas ao menos morriam felizes.
Era muito complicado foder nesta altura e é por essa razão que hoje devemos desmontar a árvore de Natal.
Até quarta e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.