24 Diciembre, 2020 Crónicas da Lábia: Neste Natal, que tal um cuckhold?
Neste Natal tão particular, pelos piores motivos, que tal abrir a porta à fantasia?
Há dias recebi um email de um leitor das minhas crónicas que se lamentava de que tenta, há anos, encontrar "uma hotwife". "Será que as mulheres aqui em Portugal não querem um cuckhold?", pergunta este homem já quase desesperado na busca por realizar esta fantasia.
Ele diz que já tentou "de tudo", que até colocou um "anúncio nos Classificadosx.net" e que "nada deu certo". Não há meios de encontrar uma mulher disposta a entrar nesta sua aventura de cuckhold.
Mas, afinal, será que as mulheres não gostam de cuckholds?! Lanço a dúvida sendo certo que há as que gostam, claro está. É só preciso saber encontrá-las.
Confesso que não posso dar grandes conselhos a este leitor sobre como encontrar a sua "hotwife". Talvez se escrever ao Doutor X, ele o possa ajudar!
Para quem não sabe, este universo dos "cuckhold" ou das "cuckquean" (a versão feminina) refere-se a pessoas que gostam de imaginar, de ver ou de saber que os seus companheiros fodem e têm prazer com outras pessoas.
Há quem ache que um "cuckhold" é, basicamente, um corno. E o corno é visto como um homem "insuficiente" ou pouco macho que não consegue satisfazer a sua mulher. Ora, eu digo que o cuckhold é tão macho e tão confiante que não tem problemas em ver a mulher a foder com outros homens. Pelo contrário, até tira prazer nisso.
Ele não fica ofendido por ver a mulher com outro/outros, até o deseja. E também não tem exactamente uma mulher frustrada em casa. Tem, isso sim, uma mulher feliz que se satisfaz com quem quer e quando quer, que é livre para foder e viver o seu prazer.
Mas também há cuckqueans e cuckholds que só gostam de ver, de assistir a tudo sem participar, e ainda quem prefira que os parceiros/as parceiras só lhes contem o que fizeram com outros/outras quando chegam a casa.
E há pessoas que gostam de ajudar a escolher o parceiro/parceira com quem os companheiros/as companheiras vão foder. É uma espécie de antecipação do acto que também pode dar muito tesão.
O que é certo é que quem tem este tipo de fantasia, seja homem, seja mulher, está absolutamente seguro da sua sexualidade. Está tão seguro do seu desempenho e da sua relação que não se importa de abrir a porta do prazer à participação de outras pessoas. Mas está claro que nem toda a gente está preparada para isso.
Neste Natal tão particular, pelos piores motivos, que tal abrir a porta à fantasia? Para já, talvez só apenas na imaginação, enquanto não nos livramos deste malfadado vírus.
Boas Festas! Com fantasia q.b., mas também protecção na dose certa.
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Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)