15 Abril, 2020 Diário da Quarentena: agendamento de fodas pós-pandemia
Adiantar serviço, porque o mundo não parou totalmente.
Já sabemos quais os sintomas do novo coronavírs. Sabemos que causa tosse seca, febre, dores no corpo e, este ninguém fala nas notícias, transforma o Tinder numa app para ficarmos a conhecer a personalidade de quem lá anda enquanto lhes prometemos umas fodas. Quando? Ninguém sabe, mas podemos começar a tratar de toda a bucrocracia que estas coisas nos colocam à frente antes de termos um cu pela frente.
Estas apps vieram revoluncionar a forma como engatamos online, porque é uma forma bastante simples e directa de quebrar o gelo inicial. Quem lá anda, sabe ao que vai. Ponto. Não é preciso estar com rodeios e rodriguinhos dos chats normais, porque ali todos querem foder, contudo, há um senão: temos de fingir que não queremos foder. Pensando melhor, é exactamente a mesma merda do que os chats comuns, mas tem um nome, um logotipo e isso faz toda a diferença (pelos vistos).
Com este gigantesca travagem de mão que demos no planeta, muita coisa ficou suspensa e uma dessas coisas é o meu nabo. Está suspenso, na medida, em que está permanentemente no ar devido à falta de humidade a que o mesmo tem sido sujeito. Isto levou-me a fazer autênticas maratonas de punheta, no entanto, tudo tem um limite e eu já tenho a pele da piça com a mesma textura que um pneu de chuva da Michelin devido à fricção.
Voltei ao Tinder apenas para saber o que lá anda e descobri uma coisa muito interessante: as pessoas que por lá continuam, também adaptaram o teletrabalho como opção porque não foram nem duas nem três que se ofereceram muito rápido para uma bela e singela sessão de sexting e/ou sexo virtual. Portanto, galdeirice e promiscuidade, mas consciente e isso é muito positivo e bonito de se ver.
Outra coisa que descobri nesta minha investida virtual em busca da ansiada investida de piça foi que as merdas das máscaras estão a tornar complicada a tarefa de separar as mulheres bonitas das gajas cuja cara e o cu de um camelo podiam passar como gémeos numa fila de identificação da polícia. Não está fácil, porque existem pessoas no Tinder com fotos de perfil com máscara posta. Bem jogado, feias. Tiro o chapéu e é a única coisa que irei tirar, porque jamais me arrisco a despir sem ver primeiro o trombil.
Apesar de algumas pessoas nos convidarem para uma fodeca, há que ter noção de que neste momento existem valores que se levantam mais alto que o nosso teso caralho. Nesta pequena tour pelo Tinder, tenho feito algum reconhecimento de terreno e consegui agendar pelo menos duas fodas pós-pandemia. É este o mundo em que vivemos de momentos, meus amigos.
O Tinder transformou-se numa app de calendário.
Boas fodas e até domingo.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.