08 Marzo, 2017 Dia Internacional da Mulher
Vamos falar no que interessa.
Se há coisa que a espécie masculina adora é de ser recompensada sexualmente por alguma ocasião especial. Faço anos? Tens de levar no cu. É Dia de São Valentim? Então sê uma São Valentona e põe-te de quatro para a flecha do Cupido. Comprámos cortinados novos para a sala? A mim parece-me que já ligavas à Sónia para uma festa a três. Toda e qualquer ocasião que possa justificar um desvio da vida sexual padrão de um casal, é prontamente aproveitada pelo homem para se tentar esgueirar para dentro do cu da parceira.
Haverá quem faça da festa traseira um habitué entre quatro paredes e parabéns pela fantástica relação em que estão e por finalmente os vossos amigos perceberem porque é que todas as cadeiras têm 2 almofadas do IKEA. Elas não são assim tão mesquinhas e egoístas como nós. Jamais passaria pela cabeça de uma mulher sugerir algo do género ou querer submeter o parceiro a algum tipo de experiência em que ela saiba que seja desagradável para o homem.
Excepto o dedo no cu.
Não sei porquê, mas algumas gajas têm um gosto especial em tentar enfiar um dedo no cu de um gajo. Mas dedos no cu à parte, nós estamos em dívida para com elas neste campo. Também elas anseiam por experiências que lhes satisfaçam todos os sentidos. Não sendo um bicho primitivo que mal saiu da caverna como nós, a mulher carece de uma estimulação sensorial diferente do homem. Nós só precisamos de as ver de quatro e a olhar pelo ombro com um dedo na boca. “Está bom, não mexe”. Uma mulher não é assim tão básica. Fazer amor… correcção, foder uma mulher como deve ser é muito mais que um mero acto físico. E se bem que a maior parte goste de ser agarrada e sovada como se nos devesse dinheiro de alguma aposta perdida, para se espetar a trepada máxima, também os restantes sentidos precisam de ser levados em conta. E nós falhamos nesta merda, simplesmente porque estamos demasiado ocupados a pensar em imagens da nossa avó para retardarmos o nosso próprio orgasmo. Excepto se tiveres uma avó boa como o milho. Se for esse o caso, pensa no teu avô. Quando é criada uma envolvência para lá do simples acto físico da coisa, toda a experiência é enaltecida. Se julgam que o vosso maior orgão sexual está entre as pernas, estão enganados: está entre as orelhas. O problema é que muitos continuam a ter o de baixo maior que o de cima (que também tem as suas vantagens). De que forma podemos nós usar a cabeça de cima para potenciar a de baixo? Perceber, antes de mais, com quem estamos a foder. Conhecer a sua psique sexual é determinante. Se conseguirem entrar na mente de uma mulher antes de lhe entrar nas calças, é meio-orgasmo consumado. Existe uma psique sexual colectiva. Um conjunto de comportamentos, gostos e manias que todos temos em comum. O nível a seguir a este, é o nosso gosto pessoal. “Gosto de gajas com trancinhas”. “Gosto que me sufoques ligeiramente”. “Fode-me com uma gravata do meu pai no pescoço”. Num terceiro nível, temos os fetiches e todo o colorido mundo dos comportamentos sexuais desviantes demasiado complexos para resumir em algumas palavras. Existe aqui um problema. Se cada mulher é diferente e se cada um de nós possui a nossa própria maneira de encarar a sexualidade, como é que podemos nós garantidamente elevar a fasquia? Como podemos nós dar-lhes, nem que seja por uma vez, um fodão mental? Não procurem respostas nas revistas masculinas, aquilo é escrito por gente que percebe tanto de sexo como eu de matemática. Nem nos livros da EL James. O mais próximo que esta gaja teve de sexo, foi quando se sentou por acidente em cima do gato e lhe entrou pela cona acima . É aqui que eu entro. Não por experiência própria, muita atenção. Sou o Sócrates do pinanço: “Só sei que nada fodo”. O que estou prestes a sugerir, resulta do meu conhecimento da consciência feminina colectiva, das mulheres do “ramo” que entrevistei e de um tio meu que é tarado sexual. Estão prontos? Querem mesmo pôr um sorriso de orelha a orelha na vossa namorada hoje à noite sem ficarem com o saldo de conta a zeros?
Aqui vai:
Hoje à noite, vais chegar antes dela a casa. Dá um jeito à sala. Não custa nada e fica sempre bem. Pega no carro e vai ao LIDL. Tem de ser ao LIDL, ok? Não é Pingo Doce e nem é Continente: é LIDL. Leva um saco de casa para não gastares 10 cêntimos estupidamente. Vai à zona dos congelados e tira uma embalagem de gelado de noz. Só há um tipo de gelado de noz, até tu consegues fazer isso. Chantilly. Morangos. Se não sabes o que são estes dois últimos itens, parabéns, és um atrasado mental. Pega nas tuas compras e volta para casa. Encomenda o jantar preferido dela. Eu estou-me a cagar se sushi é caro, vais mandar vir sushi, nem que te fodas. Pede molho de soja extra, porque os cabrões mandam sempre pouco. Ela vai entrar em casa, vê a casinha arrumada e sushi na mesa. Para muitas, só isto é meia-foda dada. Tenham calma com o fogo nas cuecas. Jantem de TV desligada e pede-lhe para falar sobre o dia dela. Ouve-a. Ou finge que a ouves. Ela não quer dialogar, quer apenas que a oiças. Levanta a mesa e pede-lhe para se sentar no sofá. Arma-te em engraçadinho e diz “vou lavar a loiça que sujei a fazer este sushi, mor…”. Ela não vai achar piada, mas sempre te faz esquecer os 50€ que largaste no gajo do sushi. Vai ao congelador buscar o gelado… por favor… diz-me que guardaste o gelado no congelador. Guardaste? Epá, temos Masterchef. Numa taça, vais pôr 4 generosas bolas de gelado cobertas de chantilly. Decora com rodelas de morango. Coordena tudo isto para que exactamente às 21:40 ela esteja sentada no sofá com a tigela nas mãos. Vais ligar a TV e pôr na SIC. Sim, vai começar o “Amor Maior” que ela adora ver. Vais ajoelhar-te e dizer isto: “Amor…. hoje é a tua noite. Tu mereces isto…”. Vais tirar-lhe as calças, a roupa interior e, DELICADAMENTE, dar um encosto suave nas pernas para que ela as abra. Não te armes em pedreiro e abras as pernas da rapariga como se fosse a porta da tasca. Olha-a nos olhos e deixa-te afundar no melhor sítio do mundo. Pede-lhe para colocar a tigela na tua cabeça a servir de mesa. Olhos na TV a ver o “Amor Maior”. Tigela de gelado de noz do LIDL com chantilly e morangos nos cornos? It’s show time. Eu não quero que estejas a lamber um Cornetto derretido. Eu quero que penses que a senaita da tua mulher é o Codex 632 do José Rodrigues dos Santos e a tua língua a cifra para o resolver. Eu quero que ela passe de dó a si sustenãopares em dois minutos. O que estamos aqui à procura é de um minete que o Trump diga "It's huge. It's the greatest minete you've ever seen". Eu quero que, quando terminares, pareça que estiveste a ser interrogado pela CIA em Guantanamo com o recurso a “waterboarding”. Eu quero algo que, visto de longe, ela pareça uma lutadora de MMA a executar uma chave de pernas na tua cabeça. Eu quero que ela esperneie tanto que a vizinhança chame o padre da freguesia para ir exorcizar o demónio que a possuiu. Eu quero que ela se venha, NO MÍNIMO, três vezes. Quero que no primeiro orgasmo ela gema com a voz de "O Exorcista", os olhos fiquem brancos e o seu clímax seja acompanhado de uma viagem mental pelo espaço-contínuo até dezembro deste ano e ela te consiga dizer como é que acaba o próximo filme da saga "Star Wars" #atençãosaosspoilers. No segundo orgasmo, eu quero que ela consiga ouvir as frequências em que os golfinhos comunicam e faça o som de um tipo "êêê êêê êêê" e os avise a todos do perigo das alterações climáticas que se avizinham na próxima década. E ao final do terceiro orgasmo, quando a sala estiver toda cagada de gelado, vais perguntar se é preciso mais alguma coisa. Se ela vos quiser compensar, recusem. Escusam de tentar meter o pincel. Hoje é a noite dela.
Porque ela merece.
Feliz Dia Internacional da Mulher.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.