04 Agosto, 2016 Transexual Lea T. vai fazer história nos Jogos Olímpicos 2016

Top model internacional Lea Cerezo continua a quebrar tabus e preconceitos.

Leo Cerezo, ou Lea T. como é mais conhecida no mundo da moda, é uma transexual que se tornou mundialmente conhecida como top model e que vai fazer história nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, marcando presença na cerimónia de abertura.

Transexual Lea T. vai fazer história nos Jogos Olímpicos 2016

Lea T. carrega "bandeira" dos direitos LGBT no Rio 2016

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro vai contar, nesta sexta-feira, 5 de Agosto, com a intervenção de Lea Cerezo, transexual brasileira que está a ser, desde já, uma das grandes protagonistas do evento.

Tudo isto porque ela vai ser a primeira transexual a protagonizar um papel de relevo numa abertura de umas olimpíadas. Um dado que é ainda mais significativo quando estamos a falar do Brasil, o país do mundo onde morrem mais travestis e transexuais por crimes relacionados com ódio e preconceito, de acordo com dados da Transgender Europe (TGEU).

Ainda não há muito falamos aqui também do caso de dois brasileiros nus na Avenida Paulista contra a homofobia, em mais um indício de que o Brasil, como tantos outros países do mundo, incluindo também Portugal, precisam ainda de fazer muito no capítulo dos direitos LGBT.

Lea Cerezo também se tem assumido como uma voz activa na luta contra o preconceito e é isso que pretende mostrar na abertura dos Jogos Olímpicos, como diz numa entrevista à BBC Brasil, embora não possa contar nada do que se vai passar.

"Não posso falar nada ainda, precisamos manter a surpresa. Mas a mensagem será muito clara: inclusão. Todos, independente de género, orientação sexual, cor, raça ou credo, somos seres humanos e fazemos parte da sociedade. Meu papel na cerimónia, num universo micro e representativo, ajudará a transmitir esta mensagem."

"Eu, como qualquer outra transexual, levanto uma bandeira. Falo da transexualidade porque faz parte da minha história, mas sou apenas mais uma integrante desta comunidade, sou mais uma. Sei que sou privilegiada por ter a mídia que me ouve, mas cada transexual em sua luta quotidiana tem igual importância para os LGBT´s."

"A falta de conhecimento provoca o medo e o medo leva ao ódio. O primeiro passo é compreender e se aproximar dessa realidade, se aproximar do outro. As pessoas precisam começar a perder o medo de aproximação desses grupos e entender que eles podem ter uma vida próxima às suas, seja no banco da escola, em cargos de liderança, ou em qualquer profissão."

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Lea Cerezo vai aparecer ao lado de figuras como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Anitta, no Estádio do Maracanã, perante mais de 3 biliões de pessoas que assistirão à cerimónia pelos ecrãs de TV de todo o mundo.

Estes Jogos Olímpicos vão também ser os primeiros onde os atletas transexuais poderão competir nas provas do género com que se identificam, mesmo sem terem feito ainda a operação de mudança de sexo.

Uma novidade relevante depois de em 2015, o padrasto de Kim Kardashian, antigo Medalha de Ouro do Decatlo nos Jogos Olímpicos de 1976, se ter assumido como transexual. Lê "Caitlyn Jenner é a brasa do momento!" para conheceres a fantástica história da transformação de Bruce Jenner.

Lea T. fala do sexo depois da operação de mudança

A filha do ex-jogador da Selecção Brasileira Toninho Cerezo, que alinhou ao lado de figuras lendárias como Zico e Sócrates, continua assim a marcar o mundo onde vive, depois de ter dado que falar no mundo da moda.

Leandra Medeiros Cerezo, que nasceu em Belo Horizonte, em 1981, como Leandro, já participou em campanhas de marcas tão consagradas como a Givenchy e a Benetton e fez sessões fotográficas para revistas como a Vanity Fair e a Vogue.

A top model também já foi capa da revista norte-americana Newsweek e, em 2011, deu que falar depois de ter aparecido na revista britânica Love a beijar Kate Moss.

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Actualmente, aos 35 anos e a viver em Génova, Itália, é o rosto da marca de cosméticos Redken, do Grupo L'Oréal.

Numa entrevista intimista para a revista Playboy, Lea T. contou sem pudores como foi fazer sexo pela primeira vez, depois de ter feito a operação de mudança de sexo.

"Foi fofo. Podia ter feito com outro, mas tive sorte e ele foi super-cuidadoso. Ah, era a primeira vez. A segunda foi melhor. E o prazer é igualzinho, é muito doido, não existe esse negócio de que não tem orgasmo."

"O pénis é como um clitóris que se desenvolveu. Na operação, eles encolhem e embolam os nervos para transformar num clitóris, então tem-se o mesmo tipo de sensação de antes."

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