03 Septiembre, 2016 Fez sexo em 365 dias com 365 homens diferentes (e teve uma revelação!)
Uma experiência de vida marcante para Misha Badasyan e tudo em nome da arte.
O russo Misha Badasyan fez sexo com um homem diferente em todos os 365 dias do ano - de um actor porno na Sérvia, passando por um instrutor de ioga na Escócia ou por um jornalista idoso. Fodeu com uma multidão em nome da arte e mudou a sua vida.
A inspiração depois da solidão...
Já aqui falamos de como o lenhador mas sexy do porno anda a foder a América, mas Misha Badasyan, um artista russo que reside em Berlim, na Alemanha, ficou-se pela Europa para fazer sexo com um homem diferente todos os dias de um ano.
Assim, tentou com o projecto Save the Date "expressar e compreender o amor", conforme diz este homem de 28 anos que cresceu num país onde os homossexuais ainda são perseguidos.
Chegou a pagar para ter sexo com acompanhantes e a prestar serviços como trabalhador do sexo na red light district de Berlim.
Foi assim que viveu a experiência mais "inspiradora" da sua vida, como diz, mantendo os primeiros relacionamentos sexuais de sempre com parceiros VIH positivos e apostando sempre no sexo seguro como prática obrigatória.
E, após foder com 365 homens diferentes, este defensor dos direitos LGBT acabou por perceber na própria pele o lado solitário do sexo ocasional.
O projecto acabou também, por mudar por completo a sua sexualidade, conforme diz numa entrevista ao site Vice.
"A minha sexualidade é, agora, muito estranha. Já não tenho encontros com pessoas gay. A única forma de desfrutar do sexo é através do voyeurismo em saunas masculinas e engatando gajos hetero, bi e indecisos nas ruas de Berlim."
Misha Badasyan releva que Save the Date não é uma crítica à decisão de ter muitos parceiros sexuais ou à hipersexualidade, mas apenas a constatação de que o sexo pode resultar em algo extremamente solitário, por mais estranho que pareça - como aquela ideia de estarmos rodeados de gente e de nos sentirmos mais sós do que nunca.
"O projecto começou e acabou com violência. No princípio, recebi uma mensagem de aviso de um neo-nazi arménio que prometeu matar-me dentro de 30 dias, se continuasse com o projecto.
Na última semana, fui atacado na Rua Karl Marx por um tipo que, de repente, pôs gás pimenta na minha cara e fugiu na sua bicicleta.
Não sei de onde veio tanta negatividade. Foi desagradável, mas aguentei tudo como uma nova experiência na minha vida. É óbvio que o meu projecto provocou uma onda de energias diferentes. Algumas pessoas admiram-me, mas outras acham que é uma loucura.
Também tive que lidar, muitas vezes, com a minha própria violência. A sexualidade tem tanto poder e pode tornar-se um poder em si própria. É preciso ser muito forte para gerir este poder. Infelizmente, não o consegui fazer na perfeição. Fiquei fraco e muito cansado.
Embora tenha conseguido terminar o projecto e completar os 365 dias, fugi muito do meu conceito inicial. No fim, fiz uso de muitas áreas de cruising [pelos jardins e ruas de Berlim] - lugares não sexuais - para encontrar os meus engates. Estava cansado de comunicação, pessoas, memórias, histórias. Só queria alcançar o meu objectivo para cada dia e por isso, tornei-me uma máquina.
Ao mesmo tempo, foi o período mais inspirador da minha vida.
Ao longo do projecto, tive a honra de conhecer tantas pessoas bonitas e talentosas. Elas tornaram-se parte de mim e vou mantê-las para sempre.
Percebi que com qualquer sinal de atenção e de amor que me deram, consegui criar tanto. E isso deu-me o sentimento de que podemos até mover montanhas e outras coisas impossíveis na nossa vida."
Artista fala de experiência dolorosa
No vídeo "Let Go", Misha Badasyan relata a ideia de que, ao ter um parceiro sexual novo todos os dias, tinha que afastar o sentimento de querer estar mais tempo com alguém.
"Cada abraço, cada sorriso, cada beijo terno foram dolorosos. Esqueci-me de como ser honesto com o corpo de alguém."
Espreita ainda o vídeo "Lovers"...
O vídeo "Him" também resulta do projecto Save the Date...
Em marcha, o artista tem agora o projecto Touch que parte do princípio de que para "compreender alguma coisa, é preciso tocá-la".
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)