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14 Septiembre, 2015 Punhetologia

Bate leve, levemente...

Escamar o besugo, chicotear o golfinho, espancar o macaco, ir jantar com a Tia Palma e as 5 primas, bater uma segóvia, esgalhar uma... Enfim, não há actividade no mundo do auto-chavascal que não disponha de um leque de palavreado tão colorido: punheta.

Punhetologia

Do latim "punhus", é uma actividade ancestral que remonta aos tempos arcaicos. Não duvido que Maria Madalena não tenha posto a mão na santa gaita do Senhor Jesus nos intervalos de ser apedrejada.

Todos já o fizemos, fazemos ou conhecemos alguém que o faz a toda a hora.

E se antes tínhamos a revista Gina à mão ou o catálogo da La Redoute, eu dou estalinhos com a língua quando reparo no manancial de material punheteiro que consigo ter em menos de um quarto de bacalhau. Aposto meio testículo que se digitar no Google "two midgets and a penguin amateur threesome" vou achar algo.

Porém e, como em tudo na vida, quando há excesso de oferta um gajo acaba por perder mais tempo a escolher um vídeo, clicar em 50 pop ups, desligar o caralho do separador da Jasmin, do Bet365 e uma data de gajas que só me dizem "some girls in Barreiro want to meet you". Isto é mentira porque eu já fui ao Barreiro e elas não quiseram saber de mim.

A anatomia da punheta moderna carece do saudosismo tradicional na medida em que, hoje em dia, para fazer cuspir a cobra zarolha é necessária toda uma manobra de logística cansativa que envolve arranjar um sítio para estar sozinho, com rede wireless e o portátil, conseguir arranjar meia dúzia de vídeos decentes todos abertos em paralelo para se, a meio da coisa, me chatear com uma gaja a ser aviada por 4 senegaleses ter logo à mão, passe a redundância, um vídeo de 7 colegiais a fazerem chupas umas das outras. Belos tempos em que vivemos, confesso.

E não entremos em paralelismos da masturbação feminina. Fazer da rata um disco de vinil e armarem-se em DJ Scratch Crica (que apesar de ser, sem dúvida, mais sensual e apelativo), não tem metade da (des)carga emocional.

Minha gente, o vosso namorado/marido bate mais punhetas do que admite. E não importa o que ele diga, sim, ele já bateu uma a pensar em comer a vossa melhor amiga/irmã e para os mais "kinky", a vossa mãe. Não é por mal, é porque é assim e sempre será.

Quando, aos 12 anos, nós vimos o Instinto Fatal e aquele desdobrar de pernas mítico da Sharon e percebemos do mundo fantástico em que estávamos a entrar, não havia volta a dar. A partir deste momento é exponencial e desenganem-se aqueles que acham que é passageiro.

A punheta é como o nosso melhor amigo da escola: podemos não o ver até durante um tempo, mas ele está lá sempre para nós e podemos sempre contar com ele.

E eu gosto muito dos meus amigos e não lhes falho. Posso é bater-lhes de vez em quando.

Noé

Noé

Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.

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