14 Noviembre, 2019 Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 5: Rodolfo e as Carmelitas
O menino que passava as tardes a dar pontapés nas pedras desapareceu do mapa... Graças ao Rodolfo...
Rodolfo era o que um olhar leigo definiria, à primeira vista, como um garanhão das barracas. Usava sempre botas de borracha, para chapinhar nos lamaçais, calças muito justas nas virilhas, camisa aos quadrados e um colete andrajoso.
No topo da cabeça tinha um boné que o sol desbotara há muitos anos, um dos adereços particulares que lhe davam uma personalidade própria, sendo os restantes umas patilhas que lhe iam quase até ao pescoço e o palito que usava ao canto da boca e que não tirava nem para lavar os dentes.
Apesar do seu aspecto rural e de exercer a sua profissão num local onde só existiam homens, a verdade é que sabia da poda, como irão perceber.
Foi por sua iniciativa que travámos conhecimento. Tinham-se agora passados dois meses desde que entrara no Seminário e já cortara relações com basicamente toda a gente. Os padres professavam moralidades que não se compadeciam com a espontaneidade dos meus devaneios, e a miudagem de penugem rala e cultura imberbe era do mais desinteressante que havia. Não sentia que tivesse aprendido nada até aí, todo o contrário. Parecia uma conspiração global para derrubar tudo o que pulsava de vida dentro de mim. Era todo um contraste com a aldeia de onde tinha vindo, onde a liberdade era a mãe de todas as naturezas e o espaço se espreguiçava até aos infinitos. Aqui sentia-me um prisioneiro e, para piorar tudo, não conseguira descortinar o caminho secreto para a ala das cozinheiras, com as quais sonhava amiúde em entreténs sáficos e orgásticos
De maneiras que passava os dias, quando não estava nas aulas ou ao serviço das orações obrigatórias, a dar pontapés nas pedras na área de recreio. Um desses dias, o meu alheamento conduziu-me até ao jardim onde, para minha grande surpresa, ouvi alguém proferir o meu nome.
– Tu és o Novais, não és?
Era o jardineiro.
Um bocado à nora, gaguejei:
– Sim.
– Tenho-te observado. Não és igual a esses papalvos.
Fiquei à espera que ele fosse mais conciso naquela observação, com a qual concordava a 100 por cento.
– Tu tens pêlo na venta.
Apesar de não saber exactamente ao que se referia, aquela apreciação inflou-me de orgulho. Era bom que pelo menos uma pessoa percebesse que nada me ligava àquela corja de mariquinhas reverentes que passavam os dias agarrados à saia dos padres.
– Acho que sei do que tu precisas. Anda comigo.
Ainda ligeiramente desconfiado, fui atrás dele até entrar numa cabana repleta de ferramentas e materiais de jardinagem.
– Quando te sentires farto de tudo, podes aparecer aqui no meu escritório. És sempre bem-vindo.
Dito isto, atirou-me um molho de revistas pornográficas para o colo.
Mal passei três páginas da primeira, senti uma tesão capaz de envergar uma bandeira! Há meses que não punha os olhos numa cona peluda, num olho do cu escancarado, num par de tetas bojudas e leitosas!
Rodolfo percebeu o meu entusiasmo e uma hora depois era o melhor amigo que já tivera na vida! Contei-lhe tudo sobre as minhas misérias, a solidão, o ódio à disciplina dos meus professores, a raiva que me dava a ignorância dos meus colegas, a promiscuidade de caralhos e rabos que se contagiava pelas camaratas, o cheiro a cu enrabado e a chulé e, sobretudo, a falta da fodenga a que estava tão habituado.
– Fodias todos os dias lá na tua aldeia?
– Mais que uma vez ao dia! Estás a ver o meu desespero aqui... Ouvi falar dumas cozinheiras, mas já percebi que não existem. É tudo um mito inventado para dar cabo da cabeça aos pecadores!
– Bem, talvez não seja tanto como dizes. Se te conseguires escapulir hoje à noite levo-te a um sítio onde podes espreitar um rabo de saia.
Não precisou de o dizer duas vezes. À hora marcada estava no local combinado e seguimos escuridão dentro até não sei onde. A noite não tinha lua e eu sentia-me um cego atrás do meu guia. Surpreendentemente, este nem hesitava. Fosse lá onde fôssemos, era um caminho que Rodolfo sabia de cor e salteado.
Finalmente divisámos uns pequenos feixes de luz, que uns metros mais adiante percebi saírem das janelas de um pequeno pavilhão. Rodolfo fez-me sinal para olhar para trás e vi, a pouco mais de 100 metros, o imponente edifício do Seminário. Portanto, era um saltinho até ao nosso objectivo.
Pelo caminho foi-me contando a sua última conquista, a mãe de um dos meninos que lhe aparecera no escritório fingindo-se perdida e que lhe pedira um copo de água para desafoguear. Batido em todos os estratagemas usados e abusados pelas dramáticas senhoras, nem se preocupou em abrir a torneira, abrindo em vez disso a braguilha e deixando cair as calças. Deu-lhe a foda que ela precisava e mandou-a para casa com o souvenir da pintelheira esporrada.
Dez minutos depois estávamos instalados numa grande cozinha iluminada a beber um chocolate quente com brandi, oferecido por seis opulentes mulheres cuja idade variava entre os 14 e os 64 anos. Eram monjas Carmelitas, aquelas que escolheram abandonar tudo e esconderem-se do mundo, e tinham sido designadas para dar assistência ao Seminário na qualidade de cozinheiras!
Deposto o mito, parecia-me que não tinha olhos para abarcar tanta realidade. Depois de meses de seca, era capaz de as despir com os olhos e conseguia cheirar as subtis fragâncias do suor que exalava dos hábitos femininos, das axilas, do rego das mamas e do cu, das virilhas e das conas. Com tais odores mais o brandi, sentia-me estonteado como o náufrago que descobre a salvação na ilha do paraíso!
Se me perguntarem se alguma delas era bonita, talvez sim, talvez não. O hábito cobria-as de tal forma que só as caras, sem a ornamentação do pescoço ou do cabelo, eram visíveis. Mas que diferença fazia esse pormenor estético diante das possibilidades que se abriam naqueles seis pares de pernas, naqueles seis pares de mamas, naquelas seis bocas onde certamente o meu caralho encontraria um abrigo muito mais realizador que todas as belezas do mundo?!
Essa noite serviu-nos apenas de apresentação. Outro dia voltaríamos com mais tempo. Rodolfo fez saber que eu estava agora debaixo da sua asa e eu tinha esperanças que isso significasse que doravante me seria permitido fazer-lhes tudo o que lhe permitiam a ele. E eu desejava mais do que qualquer outra coisa pôr as minhas mãos debaixo daquelas saias e a minha narça naquelas rachas!
Mais tarde, no escritório do jardim, debatemos possibilidades e expectativas. Eu tinha desbaratado já a matrona de 64 anos, a cozinheira-chefe, do meu interesse, por a suspeitar flácida. Fosse a única mulher ali e tê-la-ia considerado uma Eva! Havendo escolha, rapidamente ganhei aquela estúpida esquisitice que complica tanto a vida dos homens... O padre Núncio nunca teria cometido esse erro.
Rodolfo explicou-me que não era bem assim, porque havia regras a seguir para se poder obter o que se desejava. Desde logo, havia uma hierarquia a seguir. Desimagina-se-me eu de pôr o dente em fosse qual fosse a nádega serviçal sem passar primeiro pela casa de partida, precisamente a cozinheira chefe. E não daria por perdido nem o tempo nem o momento, pois tratava-se apenas do melhor broche da região!
– Aquilo que ela te faz com a língua na cabeça da picha faz-te sair borbulhas do cu! Uma coisa é uma mulher que te faz ver estrelas: outra é a que te faz cagar estrelas! Não vais querer perder uma experiencia para a vida!
Depois vinha o resto, a “portagem” que era preciso pagar para seguir caminho.
– Antes de ganhares permissão para explorar o restante conedo, primeiro tens que passar umas noites com a velha. É a regra. Mas descansa, porque ela não te obriga a lamber nem sequer a olhar para a cona. Só alça o rabo para lhe ires ao cu. Mas prepara-te porque menos de três enrabadelas não a satisfazem.
Se passares esse teste, ela deixa-te ir às freiras que quiseres. Menos à menina.
– A menina?
– Só tem 14 anos. Até chegar à maioridade nem lhe tocas. Não é a primeira assim. Duas das que lá estão já foram intocáveis. Agora são mestras no ofício…
Das delícias que experienciei naquela cozinha falarei mais pormenorizadamente nos próximos capítulos. Mas permitam-me só terminar dizendo que o menino que passava as tardes a dar pontapés nas pedras desapareceu do mapa do Seminário e nunca mais ninguém lhe pôs a vista em cima!
Graças ao Rodolfo, a vida podia, enfim, voltar a ser vida...
Armando Sarilhos
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 1: O latim também alimenta
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 2: A magia do confessionário
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 3: Um padre Núncio e uma avé Maria
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 4: Primeiros dias no Seminário
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
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