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17 Agosto, 2023 Josefina & Napoleão

Este conto desmascara a alternativa verdade nunca registada em actas ou almanaques.

No fim das suas guerras, Napoleão enviava o mais célere dos estafetas em direcção ao seu castelo, com mensagem urgente para a mulher:
– Josefina, não te laves! Estou a chegar!

Josefina & Napoleão

Três a quatro meses depois, adentrava vitorioso e esfarrapado pelos portões, arrogante e magro, meio vivo, o conquistador. Não cagava nem mijava. Ia direito à alcova da esposa tirar a limpo as sujidades que lhe encomendara.

Assim reza a tara do imperador, homem de reconhecido palato, amante das viscosidades seminais da sua amante, que beberia de manhã à noite desse-se o caso de estar engarrafada.

Por trás do mito, no entanto, esconde-se alternativa verdade, testemunhada por muitos olhos sabedores, se bem nunca registada em actas ou almanaques.

É esse conto que aqui se desmascara...

 *

*   *

Josefina não lava a vagina
Não quer privar o nariz do seu leão

Josefina Napoleao 1

Das excrescências, bafos e rezinas
Tão do agrado do imperador Napoleão

Josefina Napoleao 2

Não sabe Josefina toda a missa
Não sabe sequer meia metade

Josefina Napoleao 3

Que o imperador jamais poria a piça
Por onde antes andou abade

Josefina Napoleao 4

A peculiaridade que viera a lume
D’o rei lhe amar a ramela do calção

Josefina Napoleao 5

Não fora nunca mais do que ciúme
Marosca para lhe farejar outro colhão

Josefina Napoleao 6

Portanto tinha Josefina que ser casta
E assim se proclamava nos balcões

Josefina Napoleao 7

Do monastério onde lhe lambiam a rata
As bocas mais imundas dos varões

Josefina Napoleao 8

Também lho enfiavam na cona
Quando não lhe esgarçavam o cu

Josefina Napoleao 9

Dessa missa entendia a bela dona
Após o que se aspergia com bedum

Josefina Napoleao 10

Por tesão e inconsciência sucumbia
Mas protegendo sempre o acto intrépido

Josefina Napoleao 11

Marinando a fidelidade sem bacia
Num mosto de langonha e cuspo fétido

Josefina Napoleao 12

Chegava o seu leão e era a festa
Celebrada em abundância no aposento

Josefina Napoleao 13

Josefina a tresandar por cada fresta
Napoleão a fazer prova de jumento

Josefina Napoleao 14

O banhinho dava-lhe ele depois
Perfumado com mil vergastadas no rabo

Josefina Napoleao 15

Para que ela nunca esquecesse que o seu boi
Era corno, mas não era parvo…!

Josefina Napoleao 16

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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