01 September, 2020 Crónicas da lábia: Os homens e a difícil arte do minete

Um homem bom de cama tem que fazer um bom minete e é quase como encontrar uma agulha num palheiro...

"Para um homem me interessar, ele tem que comer a minha pussy." A tirada de uma das amantes de Henry Chinaski no livro "Women" de Charles Bukowski resume bem o que o sexo oral representa para as mulheres.

Crónicas da lábia: Os homens e a difícil arte do minete

Um homem bom de cama tem que saber fazer um bom minete! Ora, é quase como encontrar uma agulha num palheiro...

Há aqueles que se atiram de língua e dentes, tão empenhados que até dói! E há os que detestam tanto aquilo que dão umas lambidelas a fugir na pontinha da lábia - como se estivessem a lamber um calipo demasiado gelado! Nem os primeiros, nem os segundos gostam da coisa - é algo a que se atiram por obrigação.

O primeiro passo para fazer um bom minete é gostar mesmo de o fazer. E isso exige um certo gosto pela javardice - não apenas no sentido figurado. Logo aí há quem fique, inevitavelmente, excluído porque a javardice não se ensina.

Alguns homens precisarão de um "desenho" para aprenderem o que devem fazer. Não é só para aprenderem onde é o tal do clitóris - esse órgão que no universo masculino parece um fantasma! Mas também para entenderem que não funciona como o pénis, que é muito mais sensível, e que a parte que se vê é (mesmo) só a ponta do icebergue.

As mulheres não se devem inibir de fazer esse "desenho" aos homens da sua vida - pode até ser graficamente ou por palavras, explicando o que mais gostam, ou até gemendo nos momentos em que eles fazem o que é certo. É encontrar a melhor fórmula, conforme o homem, sendo que alguns são mesmo um caso perdido.

Há aqueles que estão tão centrados em si próprios, no seu corpo e no seu prazer, que nunca vão aprender a fazer um bom minete - até porque há mulheres que precisam de bastante tempo para chegar ao que interessa!

Algumas vezes são as próprias mulheres que não sabem do que gostam - porque não se masturbam suficientemente, porque estão condicionadas por preconceitos sobre o sexo, têm elas próprias "nojo" e/ou vergonha... Muitas vezes, também de dizer do que gostam.

O sexo não é como andar de bicicleta que nunca se esquece! A cada nova pessoa, é um novo processo de aprendizagem - porque nem toda a gente gosta do mesmo! E aqui a pornografia presta um mal serviço porque é quase toda igual, criando ideias erradas e não permitindo às pessoas explorarem livremente o que mais apreciam, nem tão pouco descobrirem com os/as parceiros/parceiras aquilo que mais lhes dá prazer.

Por isso, sugiro que deitem línguas à obra - nas suas mais diversas formas de comunicação! E caras amigas, quando encontrarem o tal craque do minete, agarrem-se a ele. Porque pode ser verdadeiramente difícil encontrar um destes bichos raros...

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