12 October, 2022 Tenho vergonha de ir a uma casa de swing
Sinto-me pressionado em ter de foder com público
Encaro um pouco as casas de swing como encarava o sushi: já ouvi falar, todos os que já provaram dizem que é bom, mas fico um pouco de pé atrás com o que não conheço, no entanto, em nenhum restaurante de sushi tive de pôr a picha dentro de um salmão (o chamado sushi de fusão). Dizer "gostaria de praticar swing" soa a algo relacionado com golfe ou outro desporto parecido praticado por gente abastada, o que eu gostava era de foder com a mulher de alguém com autorização do próprio. Assim já soa a algo que dá tesão.
Vejo o swing como o futebol, uma pessoa pode jogar com amigos e até ter jeito para a coisa, mas uma coisa é meteres o nabo na esposa de 20 anos do teu comparsa, outra é ires para um clube de swing jogar na primeira liga da fodanga. Imagino que quem frequente clubes de swing já tenha alguma experiência na coisa e se há situação em que um gajo não quer ser o novato é quando está rodeado de dezenas de gajos de tarolo feito e outras tantas conas babonas a pedir preenchimento de chicha.
Não tendo eu sido propriamente amaldiçoado com a cara de parte de trás de esquentador, no entanto, também não fui agraciado com aquele narso de parar o trânsito. O que é um caralho de parar o trânsito? Imaginem que vão a guiar e vêm um django tão majestoso que têm de parar o carro, sair e tirar uma selfie para mostrar os amigos. Tal como 90% das mentirosas com que fodi me disseram: "tem o tamanho certo".
Não só duvido da minha capacidade de impressionar visualmente com o meu palhaço de bolso, como ainda tenho sérias dúvidas se meto o Soldado Tusa em sentido com tanto general e comandante a avaliar a minha capacidade operacional. Entre quatro paredes posso ser o Rocco Sifredi, mas a céu aberto posso muito bem ser o Palhaço Batatinha. Não sei se assim o é, mas prefiro não saber. Duvidar de nós próprios é sempre bom, porque significa que não caímos nesse erro de nos julgarmos mais do que realmente somos, mas se há sítio onde tens de vender o peixe - neste caso, a sarda - é num clube de swing (digo). Ninguém está interessado em foder um gajo cheio de dúvidas, nem elas, nem eles que se é para isso então fodem eles as próprias mulheres e namoradas.
Talvez me aventura num clube de swing da mesma maneira que entro em qualquer Sacoor Brothers e sou abordado pelo funcionário: "estou só a ver, muito obrigado!". Preciso de perceber a dinâmica, avaliar os comportamentos e incorporar o espírito de forma a que me encha de coragem um dia e finalmente mostre ao mundo o meu pénis mediano.
Quem sabe se um dia não nos encontramos?
Até um dia...
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.