22 March, 2017 Às fodas tantas…
Existe um limite para o número de pessoas que devemos ir para a cama?
Na verdade, esta pergunta devia ser feita de outra maneira: qual é o limite de pessoas que outra pessoa deve levar para a cama? Porque, para nós, não há limite. Mas mesmo para nós, não o que dizemos aos outros. Na nossa cabeça tudo fará sempre sentido, se arranjarmos uma justificação plausível para o fazer ou ter feito. É o julgamento dos outros que nos impõe um limite à nossa própria conduta sexual. Ou os compromissos.
Libertem-se por um momento dessas amarras. Esqueçam a moral e a ética. Dispam-se de preconceitos e perguntem-se a vocês mesmos se já foram para a cama com pessoas suficientes para se sentirem realizados sexualmente. Esta utopia de satisfação sexual é como a felicidade: é um caminho e não um objectivo. Da mesma maneira que jamais alguém será plenamente feliz, também nós iremos sempre achar que estamos totalmente realizados a nível sexual. Para alguns a qualidade sobrepõe-se à quantidade. Para outros, ter outra parceira para além da mão, já seria suficiente. Aquela mulher que não concretizou aquela fantasia.
O marido que se arrepende de não ter comido a amiga da mulher quando ela se insinuou longe dos olhares da esposa. Todas estas pessoas, poderão ter uma vida sexual plena de saúde, mas ainda não se encontram totalmente satisfeitas. Imaginemos que todos estes casos se concretizaram.
O gajo que fode uma dezena de gajas num espaço de um mês, o que leva um fodão épico de uma quarentona, o outro que finalmente arranjou uma gaja disposta a ir para a cama com ele, a dona de casa que foi comida pelo marido e o amigo ao mesmo tempo e o marido que conseguiu partir a amiga da mullher em dois e deixá-la de sorriso nos lábios.
O que vai acontecer a estas pessoas depois de isto se ter consumado? Mais satisfeitas, sem dúvida, mas nunca realizadas porque irão criar novas expectativas em relação ao que têm e ao que agora querem.
O gajo que fodeu uma dezena vai querer foder uma centena, o que levou um fodão épico da quarentona quer agora foder duas quarentonas ao mesmo tempo, o tipo que conseguiu comer uma gaja vai querer comer outra diferente por lhe ter tomado o gosto, a dona de casa quer ir a um clube de swing e o marido vai tentar agora fazer-se a outra amiga da mulher.
O desejo sexual, tal como a fome, volta sempre. Independentemente se estás a ler isto de tomate vazio ou de perna a escorrer o resquício de um orgasmo masculino. Agora estás satisfeita. Mas vai voltar. E agora queres mais e não é do mesmo. Até poderá ser (por algum tempo). Enquanto o sexo for novo com alguém novo, tudo corre às mil maravilhas e o desejo ardente que nos mete o caralho teso em segundos ou as deixa a cona a pingar só de ouvir a nossa voz, tende a esmorecer. A necessidade de mudança, por muito inventivos e radicais consigamos ser nos lençóis, é mais forte que nós. Caralho novo e cona nova. Todos queremos (uma coisa ou outro ou até mesmo ambos!). Não o dizemos, claro. Mas queremos. Existe então um limite de parceiros diferentes? Não sei responder. Se tivesse ido para a cama com 1000, outras 1000 eu desejaria de igual forma. O desejo não tem limite, por muito que a nossa consciência o queira limitar.
Essa é que é a verdade.
Até domingo e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.