18 April, 2021 Ensina-me a foder! - disse a múmia
Se há coisa pior que entalar a gaita numa porta blindada ou um testículo no fecho da braguilha, é uma pessoa apanhar uma múmia viva na cama. Se é para foder um cadáver, então mais vale me dirigir ao Instituto de Medicina Legal, dar 20 eurinhos ao vigilante e pupar-me à vergonha de ter mentir quando disser "sim, foi muito bom!" naquele período pós-esporratório de iluminação divina. Ninguém nasce ensinado, é certo, nem todos temos a mesma experiência, também é certo, mas se chegas a uma certa idade e continuas a foder como se tivesses aparelho na cremalheira e o quarto forrado com posters dos Backstreet Boys, tens de assumir - pelo menos - parte da culpa disso.
Podemos dizer que neste caso cabe ao "outro" - e por outro, entenda-se um dos dois que saiba o que está a fazer - em ensinar a múmia a foder. Seja qual for o lado da questão, não é nada bom. Quando a múmia é das que mija sentada, a sua mumice (inventei esta palavra) pode passar pelos pingos da chuva, porque infelizmente há muito bom homem que desde que tenha um sítio quente para enfiar a piça, acha que está tudo bem. Se o teu padrão de bom sexo é apenas acontecer, então só me resta desejar que te apanhem num beco escuro e te rebentem esse cu. Múmia feminina na cama não se mexe, mal geme, tudo é um problema e conhece um número de posições que varia entre 0 e 1. O broche é tímido, o minete é ignorado e quando questionadas sobre onde um gajo se pode vir, apontam para o móvel da sala. A chamada foda de merda. Mas lá está, foder é como comer pizza: fria e com dois dias ainda é bom.
Quando a múmia é daquelas que mija de pé, a coisa ganha outros contornos, porque é esperado que o homem tenha um papel - no mínimo - mais fisico (tira e mete nabo). Ora, imagina que és uma loba da Alsácia que não sente o cheiro a pila junto às beiças desde que o pão de forma foi inventado e, na loucura, sacas um cabritinho no Tinder para te matar a barriga de misérias. Por outras palavras, és uma gaja que gosta de foder e quer ser fodida como deve ser. Azar do caralho, apanhas um destes espécimes mitológicos que diz "cuidado com os dentes a fazer o felácio" ou diz "estás a gostar?" enquanto te mete meio caralho semi teso pela xoila acima. Fodas destas costumam durar tanto como o sinal amarelo de um semáforo e deixam qualquer mulher a ponderar em passar para o outro lado da barricada, ou seja, a lamber umas cricas já que os birotes deram o que tinham a dar.
As fodas de merda acontem a todos, foda-se. Todos temos um dia mau, aqueles dias cujo nabo diz "hoje não me apetece" ou que a chaboita afixa um sinal a dizer "fechado por falta de água". Mas um dia mau é isso mesmo, uma excepção. Para estas múmias da foda, todos os dias são dias maus e na cabeça delas, não há dias maus. Contudo, nós é que sofremos com esta merda, porque uma pessoa não está a ir para nova e se é para desperdiçar meita, mais vale ser na palma da minha mão a ver uma bela javardeira no telemóvel.
Podemos dizer então que devíamos ensinar as múmias a foder. Eu? Mas eu tenho cara de professor, caralho? Se casaste com uma múmia, é teu dever fazer da piça um desfibrilhador e ressuscitar esse cadáver do mundo das trevas. Mas cabe à própria múmia reconhece as suas falhas e trabalhar nelas, portanto, toca a foder como se não houvesse amanhã. Por vocês e por todos nós, suas múmias do caralho.
Boas fodas e até quarta.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.