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17 Mai, 2015 E você, consegue ver para lá dos rótulos?

Abraços grátis e um vídeo revelador no Dia Internacional de Luta contra Homofobia e Transfobia.

Hoje é o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia e a Transfobia, uma forma de alertar consciências para a discriminação que persiste por todo o mundo contra lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexo. Será que você consegue ver para lá dos rótulos? Fica o vídeo para reflexão no dia em que se vão distribuir abraços contra o preconceito...

O direito de cada qual a ser como é

Este vídeo das Nações Unidos, feito no âmbito da campanha Livre & Igual, pretende assinalar que, para lá das escolhas sexuais, há pessoas que fazem parte da sociedade onde todos vivemos e que têm um contributo válido e importante, no seio das respectivas comunidades.

O pequeno filme apresenta pessoas de verdade - não são actores a fingir que são o que não são -, filmadas nos seus locais de trabalho e nas suas casas, incluindo, por exemplo, um polícia, uma professora, um bombeiro, um médico, e também o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, que dá a cara por esta luta como "aliado". Porque não é preciso ser lésbica, gay, bissexual, transgénero ou intersexo para defender o direito de cada qual a ser como é.

Para assinalar esta ideia, a Rede ex aequo – Associação de Jovens Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros e Simpatizantes, em parceria com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), vai promover uma sessão de Abraços Grátis contra a discriminação, neste domingo, 17 de Maio, na Praça do Oriente (Gare do Oriente), Parque das Nações, Lisboa, entre as 17:30 horas e as 18:30 horas.

AbracoContraDiscriminacao

Quem quiser participar neste evento em prol da tolerância, deve vestir roupa com a cor roxa e ir receptivo a dar e a receber abraços sem compromissos.

Números assustadores sobre a violência e a discriminação

Este tipo de iniciativas visam alertar a consciência global para a importância do respeito mútuo e para a necessidade ainda premente da defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexo. Apesar dos tantos avanços, tecnológicos e sociais, que o nosso mundo tem vivido nos últimos anos, há ainda muito a fazer neste domínio.

Isso mesmo reflecte um estudo da ILGA-Portugal apresentado na semana que findou, reportando 426 denúncias de casos de discriminação, só ao longo de 2014, dos quais 198 situações são descritas como crimes de ódio contra lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexuais e 228 como casos de discriminação.

A maioria destas situações referidas pela ILGA decorreu em Lisboa (cerca de 43%), envolvendo sobretudo jovens na faixa etária dos 14 aos 20 anos, e incluindo situações de grande violência, nomeadamente com violações.

De notar ainda que, em mais de 90% dos casos, as agressões não foram reportadas à polícia, muitas vezes por não quererem incomodar a família, segundo o mesmo estudo.

Outro estudo apresentado na semana que findou pela rede ex aequo reporta os casos de homofobia verificados nas escolas e os números são igualmente desanimadores. Em 20 denúncias reportadas, 16 especificaram agressões verbais, 15 agressões psicológicas e 4 agressões físicas. E há ainda cinco casos de jovens que tentaram o suicídio por causa destes ataques homofóbicos.

Todavia, estamos todos cientes de que estes números não correspondem a uma realidade que será ainda mais trágica - haverá inúmeros casos de jovens que ficam em silêncio, remoendo a dor por dentro, sem partilharem o problema com alguém.

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