02 dezembro, 2022 O VIH/SIDA ainda existe! Veja como fazer o teste em casa
Já há como evitar a discriminação ou comentários aquando dos testes em instituições, farmácias e laboratórios.
Celebrou-se o Dia Mundial Contra a SIDA e isso trouxe a público os atuais números. No último ano, morreram cerca de 650 mil pessoas em todo o mundo com a doença. O elevado número faz com que se questione o porquê de estarem a aumentar e o que se pode fazer para reduzir o número de novos casos.
Os estudos indicam que a maioria dos casos detectados são de homens heterossexuais na faixa etária dos 50 anos. Isto só vem confirmar que não existe um grupo de risco e sim comportamentos de risco.
Mil e oitocentos novos casos em Portugal, incluindo 4 crianças recém-nascidas.
Podem existir várias razões para este núcleo, mas o ato sexual desprotegido pode ser a principal causa. Não significa que esse ato seja realizado com acompanhantes porque as profissionais devem praticar sexo protegido. Por isso, é possível que a transmissão seja feita em encontros sexuais pontuais.
O vírus HIV, após contágio e até apresentar sintomas, pode demorar vários meses e até anos a manifestar-se, o que leva a um diagnóstico tardio e, com isso, a um aumento de possibilidades de continuar a cadeia de transmissão.
Dou um exemplo:
Um homem que recorre a uma plataforma de encontros imediatos para trair a esposa, envolve-se sexualmente com uma pessoa estranha, muitas vezes sem o uso de preservativo sob o pretexto: "Estou limpo!". Mas acaba sendo afetado, transmitindo à mulher com quem não usa proteção e que, no que lhe concerne, pode transmitir aos filhos que venha a ter.
Tudo isto de forma intencional!
Durante a pandemia, nasceram em Portugal 4 crianças infetadas, cujas mães não sabiam ter o vírus antes da gravidez.
Esta frase: "Estou limpo!" para justificar a relação sem preservativo, eu já a ouvi várias vezes ao longo da minha vida e acredito que quase todos nós já a ouvimos. E sempre me intrigou! Primeiro porque ele próprio não sabe se está limpo porque o número de pessoas que faz estes exames, com frequência, é muito reduzido. E em segundo lugar, ele até pode estar limpo, mas quem lhe garante que eu esteja?
A SIDA faz lembrar este momento pandémico que vivemos. Quando apareceu o vírus, todos tinham medo, pouco se sabia e o número de infetados e mortes disparou. À medida que fomos conhecendo o vírus e a doença passou de mortal a uma doença crónica, perdemos boa parte das medidas de prevenção adotadas e passamos a agir como se o vírus tivesse desaparecido.
Vivemos isso atualmente, com a maioria das pessoas a voltarem à vida normal, sem uso de máscaras ou álcool gel, mesmo que o vírus ainda se mantenha ativo. Mas o número de mortos continua - só deixou de se falar nisso em prol de um poder económico.
Relembro que o vírus VIH se transmite por sangue e fluidos corporais.
A melhor forma de combater o vírus é através da prevenção e rastreios. Quando as pessoas são diagnosticadas inicialmente, é possível controlar a doença com medicação adequada.
Pode fazer rastreios nas inúmeras instituições e associações existentes, nas farmácias ou através de vários laboratórios, os mesmo onde realizamos as nossas habituais análises.
Eu sei - porque já realizei o exame inúmeras vezes - que, em alguns locais ou com alguns profissionais, o simples fato de irmos fazer uma análise de rastreio ao HIV provoca discriminação, comentários ou comportamentos inapropriados porque estão pouco informados. Pensam que se fazemos o exame é porque temos comportamentos de risco ou estamos infetados.
Se não quer passar por isso, é simples: compre online um auto teste que já está à venda na maioria das farmácias e que se pode fazer em casa. O preço médio é de 25 euros.
Bom fim de semana.