10 agosto, 2015 Afinal, há Infecções Sexualmente Transmissíveis boas para a saúde!

Um certo vírus até aumenta a sobrevivência dos portadores de VIH.

Todos fugimos das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s) como o Diabo da Cruz! Ninguém as quer apanhar, mas, afinal, alguns dos microorganismos que as provocam podem trazer efeitos benéficos para a saúde. Há até um vírus que aumenta a sobrevivência dos portadores de VIH. Descubra qual é...

Afinal, há Infecções Sexualmente Transmissíveis boas para a saúde!

As Infecções Sexualmente Transmissíveis são, por norma, menos prejudiciais do que outras infecções/doenças causadas por outro tipo de "bicharocos" e que se transmitem, nomeadamente, pelo ar ou pela água.

A transmissão sexual reduz a capacidade de causar dano a alguns microorganismos - isto porque os vírus e as bactérias sexualmente transmitidos dependem das possibilidades de os seus hospedeiros fazerem sexo para se reproduzirem.

Ora, quando as pessoas sofrem de DST´s, geralmente deixam de fazer sexo - num cenário ideal é certo, mas é um comportamento recorrente em muitos.

Só isto enfraquece já o peso deste tipo de infecções, mas há inclusive um vírus que se transmite por via do sexo, além do sangue e da mãe para o filho, que aumenta a capacidade de sobrevivência dos portadores de VIH. É o vírus da hepatite G, conhecido como GBV-C.

O GBV-C está geneticamente relacionado com outros vírus da família Flavivirida que causam, nomeadamente, a hepatite C, a febre amarela e o Dengue, mas não provoca directamente nenhuma doença e pode cortar os níveis de mortalidade em seropositivos em 59%.

Este vírus reduz a capacidade do VIH de entrar e de se reproduzir nas células brancas, também conhecidas como leucócitos, e que integram o nosso sistema imunitário, ajudando o organismo a combater as infecções.

Muito comum na comunidade dos micróbios que vive dentro dos humanos, este tal de GBV-C é um vírus humano não patogénico, pois não se lhe conhece nenhuma doença associada e é, para já, a única Infecção Sexualmente Transmitida que acarreta efeitos benéficos. Que se conheça para já!

Os ecologistas evolucionários Chad Smith e Ulrich Mueller da Universidade do Texas acreditam que se se pesquisar, poderemos encontrar outros vírus com o mesmo poder.

Citado por revistas científicas como a Scientific American, Chad Smith releva que as infecções sexualmente transmissíveis vantajosas podem estar por notar porque os cientistas e os médicos estão mais focados nos efeitos negativos que elas causam.

"Inconscientemente, as pessoas pensam na sua própria experiência. Não sabemos se apanhamos uma Infecção Sexualmente Transmissível benéfica, mas as pessoas notam quando apanham sífilis."

Também há investigadores que acreditam que os efeitos benéficos de algumas infecções sexualmente transmissíveis podem ter contribuído para a evolução da promiscuidade nos humanos. Assim como se fosse uma procura do próprio organismo para sua auto-protecção!

Ora, certo é que, quanto mais sexo se tem, mais probabilidades existem de se apanhar uma DST. Mas nem isso impediu o aumento considerável nos níveis de promiscuidade, nos anos mais recentes, fruto de mudanças comportamentais e de uma abertura de mentalidade.

A par desse incremento no número de parceiros sexuais, aumentaram também os níveis de sobrevivência e há quem diga que, nalguns casos, tal se poderá dever a estas bactérias e vírus "bons".

É uma ideia que não é consensual e há quem note antes que essa taxa de sobrevivência maior pode ter a ver com o facto de as mulheres, por fazerem sexo com múltiplos parceiros, terem mais hipóteses de engravidar de um macho do "topo da linha" - isto é, de um homem com melhor qualidade genética e um esperma mais competitivo.

Saúde & Vida Sexual