09 agosto, 2015 Noiva paraplégica prova que os deficientes também são sexy

Testemunho visual e falado sobre o sexo na deficiência.

A norte-americana Rachelle Chapman despe (o corpo e a alma) e mostra o seu lado mais sexual em fotos em lingerie. Ela também fala abertamente sobre o que é fazer sexo quando se é deficiente para abrir os olhos do mundo e deitar por terra os preconceitos.

Noiva paraplégica prova que os deficientes também são sexy

Rachelle Friedman Chapman tinha 24 anos quando a sua vida se transformou por completo, depois de ter sofrido um trágico acidente.

Ela estava a assinalar a despedida de solteira com as amigas quando uma delas a empurrou para a piscina numa brincadeira estúpida que viria a ser fatal. O impacto da queda fracturou-lhe o pescoço e ela ficou paraplégica do peito para baixo.

Isso foi em Maio de 2010 e, desde então, Rachelle Chapman casou-se com o homem de quem estava noiva, teve uma filha através de uma barriga de aluguer e transformou-se numa activista da luta pelos direitos dos deficientes.

Actualmente, é "speaker" motivacional e publicou recentemente um livro ["The Promise"] sobre a sua experiência de vida.

E resolveu agora marcar uma posição no mundo com um ensaio fotográfico sensual que lança a campanha #WhatMakesMeSexy. Ela aparece em lingerie nas imagens onde optou por não esconder o cateter que precisa de usar constantemente para esvaziar a bexiga.

"A paralisia é parte de mim, o cateter é parte de mim, mas não são tudo de mim."

"Eu vejo nos média o aparente consenso esmagador de que as pessoas com deficiência não podem amar, são assexuadas e não podem ser sexy. Eu queria fazer algo não apenas pela minha auto-confiança, mas pela de qualquer pessoa que esteja na minha situação e ache que não pode ser bonita por causa de uma deficiência."

Palavras do testemunho que Rachelle Chapman quis deixar na sua página do Facebook, onde também confirma que o seu objectivo é comprovar que sim, nós (os deficientes), fodemos!

"As fotos estão a fazer exactamente o que eu quero. A começar o diálogo em torno da sexualidade e da deficiência."

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Rachelle Chapman pratica desportos adaptados como Râguebi em Cadeira de Rodas, Ciclismo de Mãos e até surf, e nota que preferiu "definir a vida pelos momentos positivos e não pelos negativos".

Em entrevista ao site Bustle, ela também fala sobre a sua vida sexual de uma forma completamente despudorada, com o intuito de acabar com certos estereotipos e preconceitos relativamente aos deficientes. Ora leia algumas dessas declarações...

"Como mulher, não é preciso movimento para ser penetrada, por isso não há barreiras para ter relações sexuais. Sou perfeitamente capaz de ter sexo, mesmo que seja totalmente diferente. Felizmente, sou bastante leve, por isso, o Chris pode pegar em mim ou mover-me para uma boa posição."

"Posso fazer diversas posições, mas a de missionário é a mais fácil. Gostamos de apimentar as coisas tentando várias posições, como de lado ou por trás."

"Não, a minha vida sexual não é o que já foi. Éramos um casal muito sexual e esta lesão acrescentou uma barreira que precisámos de ultrapassar. Mas, baseada no que ouço, a nossa ligação sexual é bastante mais intensa do que a de muitas pessoas que conheço."

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"Claro que nem todos os momentos são perfeitos. O meu corpo nem sempre coopera, mas adaptamo-nos. Ele gosta de me fazer sentir bem e claro que me sinto sexy e desejada quando o consigo fazer-se sentir bem. O meu conselho para uma boa vida sexual? Falem com o vosso companheiro. Como é que ele pode melhorar se tu não melhorares?"

"Os orgasmos não são melhores, mas há partes do meu corpo cuja sensibilidade aumentou, como o meu pescoço. Há um nervo chamado Nervo Vago que está associado ao prazer sexual e este nervo passa completamente ao lado da medula espinal. Eu não consigo sentir a pele na pele abaixo do peito, mas o meu corpo responde a estímulos sexuais de forma muito intensa. Não, não tenho um orgasmo como costumava ter, mas o meu corpo anseia por intimidade tal como o de qualquer pessoa."

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