06 janeiro, 2024 Responsabilidade Pessoal
Há pessoas que se isentam de responsabilidades, pois sentem mesmo que a culpa é sempre dos outros.
Quando nascemos, nascemos com um propósito, para sermos alguém, fazermos algo com a nossa vida. Desde pequenos que os nossos pais nos ensinam a sermos responsáveis, desde o básico de ter que tomar banho, comer vegetais, dormir a horas, e muitas outras coisas. Começa-se desde cedo a aprender esta noção de se ser responsável pela nossa vida.
Também se começa desde cedo a aprender a assumir as falhas, como pedir desculpa, como reparar algum dano, a aprender-se a noção do certo e do errado e, muitas vezes, ouvem-se pais a dizer aos filhos que "mentir é feio".
Mas nem tudo é assim tão cor de rosa, pois há muita gente que não teve estas referências e princípios transmitidos em pequenos. E, por isso, a vida adulta torna-se complicada para eles próprios e para aqueles à sua volta, pois estas pessoas não estão sozinhas no mundo, têm amigos, colegas, familiares - e "levar" com uma pessoa destas é muito complicado e até pode vir a ser muito violento, tanto fisicamente como emocionalmente.
De alguma forma, estas pessoas isentam-se de responsabilidades, pois sentem mesmo que a culpa do seu comportamento e escolhas é dos outros. Para mim está aqui um mistério, pois a nível cerebral ainda não consegui entender como isto se desenrola dentro do cérebro.
Não consigo entender como é que uma pessoa consegue passar uma vida a dizer que tudo o que faz é por culpa dos outros e, realmente, acredita nisto! Não vale a pena chamar estas pessoas de desonestas, pois não têm noção do mal que causam a elas próprias e aos demais. Há aqui qualquer coisa que me falha...
Uma das coisas de que tenho noção é que estas pessoas são extremamente carentes e dependentes de alguém. Dependem dos outros para fazer qualquer coisa e essa dependência faz com que abusem dos outros. Tornam-se abusivas emocionalmente, pois são dependentes por culpa dos outros!
Que salada de frutas que aqui vai, mas é a verdade! Como é que uma pessoa consegue viver culpando os outros, dependente deles, e acaba sempre a usar essas pessoas, mentindo, roubando, tratando mal essas mesmas pessoas que, possivelmente, são as únicas que ainda estão do lado deles e sempre os ajudaram? Como é que criam à sua volta tanta decepção?
Como é que não decidem mudar e viver de bem com eles próprios, com os outros, e viver em plenitude, de bem com a vida e com o universo? Porque se violentam desta maneira? Porque violentam os outros? Porque fazem tudo para estarem em situações de risco e querem morrer, mas, ao mesmo tempo, têm tanto medo de morrer? Como fazem tudo para afastar os outros e, ao mesmo tempo, têm tanto medo de os perder?
Possivelmente, a plenitude para essas pessoas seria fazer o que quisessem sem haver consequências, sem haver decepção. Será psicopatia ou sociopatia? Será doença mental não diagnosticada? Não sei!
O que sei é que se tornam pessoas muito cansativas de lidar e não confiáveis.
Tantos de nós que já se cruzaram com este tipo de pessoas! Tantos de nós que já investiram tempo, dinheiro, amizade com estas pessoas para que, no fim, como recompensa, sejamos enganados.
Por compaixão e por pena, muitas vezes, demos a mão, a perna, o braço a estas pessoas, acreditando que elas pudessem mudar e, finalmente, pudessem ter alguma paz e felicidade, mas a verdade é que no fim deste caminho, fomos nós que fomos infelizes, fomos nós que não tivemos paz. Vale a pena o investimento? Está claro que não! Que arrogância a nossa de pensar que se pode salvar uma pessoa assim! Que falta de autoestima que temos em nos dar com alguém assim!
Por isso, quando nos cruzamos com estas pessoas, o melhor mesmo a fazer é um inventário pessoal e refletir sobre o porquê de nos irmos meter na boca do lobo! Porque me meto neste espaço? O que não está bem comigo? O que me falta? De onde vem esta arrogância de achar que posso mudar os outros?
Possivelmente, será melhor começar por mim mesmo! Talvez aí eu venha a compreender que há pessoas que nasceram tortas e nunca se irão endireitar. Talvez venha a compreender que tenho que me pôr em primeiro lugar, tratar de mim e, assim, entender que esse espaço não é para mim, pois o meu EU quer paz, tranquilidade e viver uma vida com qualidade.
É tudo por agora...
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