01 juillet, 2015 Há casais pagos para experimentarem preservativos
Recebem dinheiro para fazerem sexo e tudo por uma boa causa...
Está em marcha o processo de reinvenção do preservativo tal como o conhecemos, com vista a torná-lo mais sexy e, assim, assegurar sexo mais seguro para todos. Com o patrocínio de Bill Gates e a colaboração de casais que são pagos para terem sexo, procura-se o melhor preservativo do mundo.
Em 2013, a Fundação de Bill Gates anunciou o patrocínio de 100 milhões de dólares para o desenvolvimento da "próxima geração de preservativos", visando criar artefactos capazes de preservarem as sensações de prazer ou até de as melhorarem e reforçarem.
As mais de 800 candidaturas recebidas foram reduzidas a apenas 11 que prometem soluções inovadoras usando materiais como o grafeno e o colagéneo, ou elaborando artefactos apetrechados com aplicadores e lubrificantes.
Os melhores projectos vão ser conhecidos no fim do ano. Para já, estão em fase de testes com vários casais que estão a contribuir para o desenvolvimento da contracepção do Século XXI e que estão a ajudar a definir o Sexo Seguro do futuro.
É o caso de Brendan Weinhold e Christina Pederson, ambos de 33 anos, que experimentam novos tipos de preservativos há quatro anos, depois de terem respondido a um anúncio no site Craigslist que procurava casais para testarem contraceptivos a troco de dinheiro.
E foi o dinheiro o mote desta romancista por publicar e deste actor em potência, conforme confessaram ao jornal inglês The Guardian.
Só nos EUA há mais de 25 mil casais registados para participarem nestes testes com preservativos.
Como critérios para o poderem fazer estão o facto de terem que ser monógamos e de terem que estar numa relação fiel há, pelo menos, seis meses Têm ainda que fazer sexo entre três a oito vezes com o preservativo experimental e, depois, o mesmo número de vezes com um preservativo normal.
Por cada teste recebem uma média de 100 dólares.
E, depois do sexo, têm que preencher um relatório com todos os detalhes requeridos sobre o preservativo usado que será depois alvo de análise e tratamento por parte do Conselho de Saúde Familiar da Califórnia, o organismo que controla os testes com preservativos experimentais.
Nesse relatório têm que responder a perguntas deste tipo:
- Estavam ambos sóbrios?
- Quem pôs o preservativo?
- Em que posições fizeram sexo?
- O preservativo fez algum tipo de barulho?
- Os pêlos púbicos ficaram agarrados no preservativo?
- Por quanto tempo fizeram sexo?
- Tiveram um orgasmo?
- Sentiram dor?
É o chamado "sexo pela ciência", conforme sublinha ao The Guardian o casal Amy e Max Hurwitz que também participa nestes testes. Eles dizem que até conseguiram apimentar a relação com estas experimentações.
"É preciso esperar três dias depois de sexo sem protecção para para ter sexo num teste de preservativo - por isso, muitas vezes ficávamos a pensar, ‘Vamos ter Sexo de Estudo ou Sexo Sexo? Foi um pouquinho perverso."
O preservativo, embora tendo alta eficácia contraceptiva e na prevenção de DSTs, quando usado correctamente, é ainda extremamente impopular e é usado por apenas 5% dos homens em todo o mundo, segundo algumas estatísticas, embora os modelos mais recentes sejam bastante mais sensíveis do que no passado e haja truques que ensinam como pôr um preservativo de forma sexy.
Muitos preferem arriscar as suas vidas a terem que usar um preservativo que consideram desagradável e pouco atractivo. E este será o grande desafio: criar um novo conceito que seja capaz de atrair mais pessoas e que, assim, ajude a salvar mais vidas.
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas)