20 décembre, 2015 Tempo (útil) de sexo: a boa e a má foda
O que é que define uma boa foda: a duração, variedade no acto ou se ela atinge o clímax?
Ouvi eu uma vez que “entre ver um maratonista que dura 2 horas e dá uma grande seca, prefiro ver um corredor de 100 metros que é sol de pouca dura mas dá um espectáculo do caralho.”
Claro que esta afirmação tinha de vir de um gajo dado que nenhuma gaja gosta de ser comida tipo Happy Meal a despachar e com um arroto no fim. No entanto, esta piadinha não deixa de ter um fundo de verdade que carece de alguma análise e reflexão. Cada um é como cada qual e cada foda é uma foda e todos se acham o Rocco Siffredi entre os lençóis.
A necessidade que temos em ter uma boa prestação na cama, está intimamente ligada à nossa condição masculina, como uma necessidade de afirmação primitiva ligada à nossa obrigação em saber satisfazer, lutar, mudar uma lâmpada ou verificar o nível do óleo do carro.
Espera-se que um gajo saiba sempre foder que nem um animal, mesmo quando tenhamos a compleição fisica de um rato almiscarado.
Estudos indicam (sim, foda-se… eu leio estudos), que gajos com pilas diminutas esforçam-se mais na cama do que os descendentes dos cavalos lusitanos que foram agraciados com paus de marmeleiro entre as pernas. Isto é um pouco relativo, no entanto, possui uma certa lógica dado que um gajo de caralho dantesco acha que só por o ter e o meter de fora, que já é meia foda dada.
Tamanho importa até um certo ponto. Deixem lá de ler essas merdas de inquéritos das revistas femininas que dizem o contrário e entrem no mundo real, onde apesar de não ser um facto determinante no prazer que se dá, é uma mais valia. Ponto. Ninguém tem culpa de ter nascido com meia pila, culpa tem se não faz um esforço em melhorar a prestação durante o tempo útil de actividade sexual que um homem tem na vida.
Preliminares. ESSENCIAL. Um homem tem um preliminar e apenas um: ela despir-se. Tudo o resto é só para o deixar mais teso do que já deveria estar. Elas? Bem vindos ao computador mais complexo que há memória: o corpo de uma mulher. Cada uma tem aquilo que mexe mais, aquilo que mexe menos e é com a regularidade com que comemos a mesma pessoa que vamos descobrindo o corpo da mesma e intensificando a qualidade/duração do acto.
Não é em jeito de desculpa que digo sempre na primeira vez: “olha… esta é minha. A próxima é tua”.
Com isto estou a salvaguardar-me de que as minhas 5 bombadas e tá feito não sejam surpresa, aproveitando no caminho para “estudar” a pessoa. Na segunda vez, e já de tomate meio-vazio, a coisa já corre com outra fluidez, pois o (pouco) conhecimento que obtive da primeira foda já me serve pelo menos para elevar um pouco o nível da coisa. Mostrem-me 100 mulheres e eu mostro-vos 100 pessoas com diferentes ponto erógenos. Elas é pés, é cabelo, é ombros, é dedos das mãos, é os cortinados da sala, o tampo da sanita e mais uma catrefada de sitios que mexem com cada uma de maneira diferente. Só o tempo e alguma paciência nos vai dar uma performance aceitável junto da pessoa. Não desanimem se na primeira vez a coisa não corre bem. É normal e bastante comum haver todo o tipo de problemas, sendo o mais comum e grave um caso de senhor pila mole. Ou senhor “duas bombadas e vem-se” (pelo menos cinco!). Não se pode fazer julgamentos de valor da qualidade de uma foda baseado em apenas uma observação, pois só o tempo consegue maturar o à vontade que duas pessoas conseguem ter na cama uma com a outra.
Ela vir-se. Sim, o Santo Graal da boa prestação. Pode ser que sim, pode ser que não. Quem anda aí na boa vida horizontal a dois, sabe da dificuldade que muito boa mulher tem em atingir o clímax (e outras que basta apenas meter a cabeça do caralho para se espumarem todas). Todas conseguem vir-se. TODAS. Pode demorar 10 minutos ou 10 anos, mas se aquela pessoa for determinada, conseguirá soltar nela essa capacidade inata do ser humano que é ter um orgasmo. Novamente, a mesma história: tempo. Se ela tem esse handicap, não há nada a fazer senão confiar nas mãos do tempo e da vossa dedicação e experimentalismo o caminho para o orgasmo.
Ao contrário do que se julga e pensa, ninguém consegue ensinar ninguém a foder. Estavam à espera que eu viesse aqui armado em guru do sexo? Nada disso. Não sou ninguém para vos ensinar a foder, aliás, eu julgo sempre que não sei foder e que estou sempre em aprendizagem (um pouco o “só sei que nada sei” versão sexual). Cabe a vocês aprender como se fode de acordo com a pessoa que são. Um gajo com meia pila não vai foder da mesma maneira que um "duas pilas numa". Um gajo não fode da mesma maneira uma gaja de meio metro do que uma matulona. Cada um é como cada qual.
Aprender a foder é, em si, algo muito mental. Aprende a conhecer-te a ti mesmo, o que consegues e não consegues, aprende a usar os teus pontos fortes, ganhar um identidade sexual e saber lidar de forma natural com quem aparece pela frente, sem medos ou hesitações.
Sim, uma rapidinha pode ser espectacular. Uma foda de uma hora também.
No final… isto é suposto ser bom, não é? Nós pensamos demasiado nisto.
Pensa menos e fode mais. O resto? A natureza encarrega-se do resto, pois nada supera a experiência de fazer mais e pensar menos.
Até quarta e boas fodas
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.