03 février, 2016 Tema Taboo: dedinhos no cu
O orgulho másculo e a mania delas meterem as unhas em tudo.
Invariavelmente todos já passámos por duas situações nesta vida: já pensámos como seria comer a nossa irmã ou alguma gaja nos tentou pôr um dedo no cu. Ora, eu não tenho irmãs mas já pensei comer as dos outros portanto vou falar do outro assunto antes que me meta em problemas.
Este assunto do dedo no cu, ou “dedinho no cu” para as pessoas mais coloridas, sempre me pareceu algo tabooesco para ser falado em público. Homens fogem dele e o assunto surge em conversas de café esporadicamente como amianto nas escolas e a postura é sempre esta:
“Foda-se. Um dedo no cu? Mas eu sou paneleiro ou quê? Leva logo uma patada nos dentes”.
E algo assim ou variantes disto. Num grupo semelhante de mulheres a conversa é o inverso, pois nada alegra mais a uma gaja partilhar com o seu clã de bruxas que anda a pôr a dedunga em peida masculina.
“Migas, digam-me… vocês costumam pôr o dedo no cu do vosso gajo? Opa, o Tiago adora”.
O Tiago, e como se diz na gíria, acabou de se foder. Porque a estúpida da namorada em vez de manter a boca fechada sobre onde enfia os dedos, acabou de arranjar maneira da Susana (que é a namorada do Bruno) ir contar isto ao namorado dela. E agora cada vez que o Tiago e o Bruno estiverem os dois a jogar FIFA e o merdas do Tiago marcar aqueles golos enchouriçados e se levantar e fizer uma pequena dança tribal em frente ao Bruno o seguinte vai acontecer: “foda-se Tiago, tu gostas que te metam dedos no cu” e fica um ambiente tipo merda porque não há gajo que se sinta à vontade em admitir esse facto e nem se vai discutir esse assunto naquele grupo porque continua a ser taboo.
E o curioso é que não há gajo que não resista de vez em quando em brincar às sondas com a namorada o que me deixa perplexo do egoísmo masculino neste campo. Estamos em 2016 praticamente acabadinhos de tirar o dedo do cu de 2015 e ainda temos receio do que possam pensar de nós quando abordamos certos assuntos que apesar de nos darem gosto e prazer, sentimos que podemos ser alvo de crítica ou gozo por parte de terceiros. E isso é triste.
Não há nada de mal em explorar as várias vertentes da sexualidade até mesmo quando elas implicam em meter dedos ou levar com dedos. Sabe-vos bem? Epá, força. Não há nada de mal nisso mas há temáticas que só devem ser debatidas no seio de quem temos a certeza que as entende e tolera. Não é uma questão de vergonha mas uma questão de postura, ok?
E agora tá tudo a pensar que eu gosto que me ponham o dedo no cu e aposto que só acabaram de ler o texto para ver se eu falava nisso. Foda-se! Mas vocês julgam que eu sou o quê?
Boas fodas e dedos em sítios.
Até domingo.
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.